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AGRICULTURA E PESCA

Adepará estabelece normas de circulação para farinha de mandioca

Portaria quer manter a qualidade e a segurança do produto, e consequentemente, do consumidor, além de fortalecer a economia regional

Por Denise Soares (SECOM)
30/05/2023 08h00

Uma nova portaria da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), deste mês, estabelece normas de qualidade para a comercialização e o trânsito da farinha de mandioca no território paraense. O objetivo da Adepará é garantir maior segurança para o produto, e consequentemente, para o consumidor, o que fortalece a economia regional.

“As medidas preveem que a farinha só poderá ingressar no estado mediante certificado de classificação. Isso é uma garantia de que o produto está atendendo as condições sanitárias de produção e vai também contribuir para que a gente evite a distribuição de baixa qualidade dentro do Estado do Pará. É um trabalho de segurança alimentar e proteção da saúde pública”, explica Maria José Lena Tavares engenheira agrônoma, gerente de inspeção e classificação de produtos de origem vegetal da Adepará.

Atualmente mais de 150 estabelecimentos de produção de farinha de mandioca estão registrados na Adepará. Os locais passam por fiscalização rotineira para atestar que a farinha está sendo produzida de acordo com as boas práticas de fabricação e em estabelecimentos adequados segundo a legislação.

Ainda de acordo com a Adepará, o regulamento do trânsito da farinha de mandioca estabelece padrões de qualidade que devem ser seguidos, inclusive pelo produto que vem de fora do Pará. Caso o transportador não apresente certificado de classificação obrigatório, a fiscalização nos postos de divisa não permitirá a entrada do produto no estado.

“Achei a portaria muito válida, principalmente para garantir segurança e qualidade da farinha consumida no estado. Eu, por exemplo, trabalho pensando no outro. Por isso mesmo estou fazendo essa obra para justamente melhorar ainda mais a nossa produção”, reforça o produtor Carlos Antônio da Silva, de 56 anos, natural de Bragança.

Carlos Silva diz que não se lembra de ter tido vontade de fazer outra coisa na vida a não ser trabalhar com farinha. “É um negócio que veio de avô para neto. Tenho dois filhos, mas não sei se eles vão tocar a indústria porque escolheram outras profissões. Eu digo que enquanto eu tiver vida vou trabalhar com isso. É muito bom fazer o que a gente gosta”, compartilha o agricultor familiar, de Bragança, no nordeste estadual.

A casa de farinha (também chamada de casa de forno) do seu Carlos passa por obras de ampliação. O negócio emprega seis pessoas e funciona em Bragança, nordeste do Pará. A cidade é historicamente reconhecida pela produção de farinha de mandioca com sabor e características indiscutíveis, tanto que tem selo de identificação geográfica dado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), que atesta a procedência, a qualidade do produto e seu processo de produção.