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Profissionais são treinados para o novo protocolo de tratamento da hepatite C

Por Redação - Agência PA (SECOM)
27/04/2018 00h00

No Pará, assim como em outros Estados, todas as pessoas diagnosticadas com hepatite C deverão receber tratamento gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), independentemente do grau de danos já provocados no fígado. Essa medida foi tomada pelo Ministério da Saúde em 15 de março deste ano, por meio da atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas das Hepatites Virais, publicada inclusive no Diário Oficial da União (DOU). Desde então, a recomendação dada às secretarias estaduais de Saúde é de que capacitem os profissionais dos serviços de referência sobre essas novas providências técnicas para o tratamento da doença.

Uma primeira oficina de capacitação sobre esse novo protocolo foi realizada nesta quinta-feira, 26, por técnicos da Coordenação de Hepatites Virais da Secretaria de Saúde do Estado do Pará (Sespa) e por especialistas do Centro de Referência Estadual para Tratamento das Doenças do Fígado da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, com o objetivo de discutir a ampliação desta estratégia nacional que visa eliminar a hepatite C até 2030.

Na ocasião do treinamento, a coordenadora estadual de Hepatites Virais, Cisalpina Cantão, explicou que a recomendação prevê o tratamento dos casos em estágio inicial da doença para que não haja a propagação do vírus, principalmente quando o paciente ainda não tem sintomas. A medida deve repercutir na melhoria da qualidade da assistência e ocasionar menos efeitos colaterais no paciente.

A médica hepatologista Márcia Iasi, uma das especialistas que atendem pacientes com Hepatite C no Centro de Referência Estadual para Tratamento das Doenças do Fígado, explica que a ampliação do tratamento será objeto de uma série de capacitações que deverão acontecer no decorrer do ano em outros locais de referência no tratamento da doença.

No conteúdo do novo protocolo, há orientações sobre outras indicações de tratamento, como nos casos de coinfecção hepatite B e C que serão priorizados, independente do grau de fibrose; ampliação do acesso aos pacientes com Hemoglobinopatias e outras anemias hemolíticas, hemofilia e outras coagulopatias hereditárias que acentuam a evolução da lesão hepática.

A hepatite é uma inflamação nas células hepáticas do fígado e pode ser ocasionada pelos vírus A, B, C ou D. Conforme a médica Márcia Iasi, não apresenta sintomas e o diagnóstico pode ser feito por meio de exames de sangue. Caso isso não ocorra, a evolução da doença é devastadora, perfazendo um quadro com hepatite aguda, crônica, cirrose hepática e tumor no fígado. Classificada como doença crônica, a hepatite C é uma doença silenciosa que pode ficar no organismo até 20 anos sem se manifestar. A doença pode ser transmitida por agulhas e seringas contaminadas, ou por objetos cortantes não esterilizados.

No Pará, o cidadão que quiser saber se possui ou não hepatite deve procurar os locais que servem para diagnóstico e tratamento da doença, como os Centros de Testagens e Aconselhamento (CTAS). Em Belém, a referência principal é a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, especialista no diagnóstico e o tratamento de doenças do fígado. Além da Santa Casa, Belém dispõe de outros locais para o tratamento: Fundação de Hospital de Clínicas Gaspar Viana, Centro de Saúde do Marco, Unidade de Referência Especializada em Doenças Infecciosas e Parasitárias Especiais (Uredipe), além do Centro Universitário do Estado do Pará (Cesupa), no campus da avenida Almirante Barroso, onde funciona o curso de Medicina.

No interior do Estado, o atendimento para testagem e tratamento é disponível  nos Centro de Testagem e Aconselhamento (CTAS) de Santarém, Marabá; Parauapebas; Tucuruí, Abaetetuba e Barcarena, além do Hospital Regional do Araguaia, em Redenção. Para todos esses locais, é essencial que o cidadão seja encaminhado pela Unidade de Saúde mais próxima de sua residência.

Por meio da Coordenação, a Sespa tem intensificado as ações contra a doença em todo o Estado, incluindo atividades educativas para a prevenção e os serviços de saúde prestados em conjunto com os municípios, principalmente em comunidades de difícil acesso como ribeirinhas e populações indígenas.