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Sespa anunciará ações para combater casos de hepatites no Pará

Por Redação - Agência PA (SECOM)
02/05/2018 00h00

Técnicos da Coordenação Estadual de Hepatites Virais da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) anunciarão nesta quinta-feira (3), em Belém, as ações da campanha “Julho Amarelo”, lançada na sede matriz do Laboratório Amaral Costa. A iniciativa é alusiva ao Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, em 28 de julho.  

A mobilização foi antecipada para atender a uma demanda crescente por testagens no Estado, visto que a Sespa recebeu um reforço de 80 mil testes rápidos do Ministério da Saúde para detecção dos tipos B e C da doença. Para tanto, esse quantitativo será usado em ações voltadas para a população com mais de 40 anos a partir do dia 7 de maio, quando apoiará o Exército Brasileiro numa atividade no Hospital Geral do Exército, na Praça Brasil, em Belém, que também envolverá vacinação contra a gripe.

“Foi uma forma para fazermos logo essa testagem e aproveitar a procura da população pela vacina. É a chamada busca ativa por casos silenciosos, em que a pessoa não sabe  ter o vírus da hepatite porque não manifesta nenhum sintoma”, justifica a coordenadora estadual de Hepatites Virais, Cisalpina Cantão.

Só no ano passado, 51 casos de hepatite C e 178 de hepatite B foram diagnosticados no Pará – a maioria em testes realizados durante a campanha “Julho Amarelo”, que em 2017 se fez presente nos municípios de Abaetetuba, Augusto Corrêa, Acará, Barcarena, Bragança, Baião, Cametá, Capanema, Igarapé-Miri, Itaituba, Marabá, Parauapebas, Peixe-Boi, Soure, Salvaterra e Salinópolis, com a parceria dos técnicos que atuaram nos Centros Regionais de Saúde (CRS) vinculados à Sespa.

Em função do estímulo ao diagnóstico precoce, os casos de hepatite têm aumentado no Pará. Entre 2007 e 2014 foram 2.211 registros do tipo B e outras 871 ocorrências da forma C. Em 2015, foram confirmados 388 casos do tipo B e 240 do tipo C. Em 2016, 363 pessoas no Estado foram diagnosticadas com o tipo B e outras 295 com o tipo C.

Segundo a coordenadora, esse tipo de iniciativa representa um esforço da saúde pública em combater o sub-registro de casos. Além disso, é importante para ampliar o acesso à testagem e diagnóstico precoce, por meio do estímulo à vacinação contra o tipo B – ofertada gratuitamente pelo SUS – e na ampliação da assistência e do tratamento dos tipos mais perigosos: B e C.

Por ser uma doença silenciosa, o foco tem sido a busca ativa por pessoas que não sabem ter o vírus e precisam logo se tratar para não serem surpreendidas com as consequências de um diagnóstico tardio, como uma cirrose ou câncer de fígado, e também para não transmitirem a doença a outras pessoas.

A médica hepatologista Márcia Iasi afirma que essa série de mobilizações com oferta de testagem gratuita faz parte de toda uma estratégia de busca ativa dos pacientes silenciosos de hepatites, ou seja, aqueles que não manifestaram sintomas. Independente de faixa etária podem procurar o serviço pessoas que colocaram piercing e fizeram tatuagem, como também as que receberam transfusão de sangue antes de 1993 e profissionais de saúde.

A hepatite é uma inflamação nas células hepáticas do fígado e pode ser ocasionada pelos vírus A, B, C ou D. Conforme a especialista, a doença não apresenta sintomas e o diagnóstico pode ser feito por meio de exames de sangue. Caso isso não ocorra, a evolução é devastadora, perfazendo um quadro com hepatite aguda, crônica, cirrose hepática e tumor no fígado.

Classificada como doença crônica, a hepatite “C” é silenciosa e pode ficar no organismo até 20 anos sem se manifestar. Ela pode ser transmitida por agulhas e seringas contaminadas, ou por objetos cortantes não esterilizados.

No Pará, o cidadão que quiser saber se possui ou não hepatite deve procurar os locais para diagnóstico e tratamento da doença, como os Centros de Testagens e Aconselhamento (CTAS). Em Belém, a referência principal é a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, especialista no diagnóstico e o tratamento de doenças do fígado. Além da Santa Casa, Belém dispõe de outros locais para tratamento: Fundação de Hospital de Clínicas Gaspar Viana, Centro de Saúde do Marco, Unidade de Referência Especializada em Doenças Infecciosas e Parasitárias Especiais (Uredipe), além do Centro Universitário do Estado do Pará (Cesupa), no campus da avenida Almirante Barroso, onde funciona o curso de Medicina.

No interior do Estado, o atendimento para testagem e tratamento está disponível  nos Centro de Testagem e Aconselhamento (CTAS) de Santarém, Marabá; Parauapebas; Tucuruí, Abaetetuba e Barcarena, além do Hospital Regional do Araguaia, em Redenção. Para todos esses locais, é essencial que o cidadão seja encaminhado pela Unidade de Saúde mais próxima de sua residência.

Por meio da Coordenação, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) tem intensificado as ações contra a doença em todo o Estado, incluindo atividades educativas para a prevenção e os serviços de saúde prestados em conjunto com os municípios, principalmente em comunidades de difícil acesso, como ribeirinhas e populações indígenas.

Já alusivas à campanha “Julho Amarelo” deste ano, as mobilizações para testagens de detecção das hepatites B e C acontecerão nos seguintes dias e locais, em Belém: 7 e 8 de maio, no Hospital do Exército; 15 e 16 de maio, no Hospital da Aeronáutica; 21 e 22 de maio, no Hospital da Marinha; 24 e 25 de maio, na unidade governador José Malcher da Clínica Cynthia Charone e 30 de maio, na clínica de vacinação Prophylaxis.

Apoiam a iniciativa a Sociedade Brasileira de Hepatologia, Sociedade Brasileira de Infectologia, Liga Acadêmica de Hepatologia, Liga Acadêmica de Infectologia e Liga Acadêmica e Biomedicina.

Serviço: Lançamento da campanha “Julho Amarelo”, dia 03 de maio, a partir das 10 horas, no auditório do Laboratório Amaral Costa, localizado na travessa Antonio Barreto, 325.