Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
PREVENÇÃO

Sespa inicia busca ativa por casos silenciosos de hepatites

Por Redação - Agência PA (SECOM)
07/05/2018 00h00

A partir desta segunda-feira (7), técnicos da Coordenação Estadual de Hepatites Virais da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) iniciam um ciclo de testagens rápidas para detecção de hepatites B e C em meio às ações que vão acontecer no Hospital do Exército, em Belém. A iniciativa já faz parte dos objetivos da campanha “Julho Amarelo”, que teve o lançamento antecipado com o objetivo de atender a uma demanda crescente por testagens no Estado, com o recebimento de um reforço de 80 mil testes rápidos do Ministério da Saúde para detecção dos tipos B e C da doença.

A mobilização é alusiva a 28 de julho, Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais. Para tanto, esse quantitativo de testes será usado em ações voltadas para a população com mais de 40 anos, incluindo vacinação contra a gripe, nos seguintes dias e locais, por enquanto só em Belém: 15 e 16 de maio, no Hospital da Aeronáutica; 21 e 22 de maio, no Hospital da Marinha; 24 e 25 de maio, na unidade governador José Malcher da Clínica Cynthia Charone e 30 de maio, na clínica de vacinação Prophylaxis.

“Foi a forma que encontramos para fazer logo essa testagem e aproveitar a procura da população pela vacina. É o que chamamos de busca ativa por casos silenciosos, quando a pessoa nem sabe se que tem o vírus da hepatite porque não manifesta um sintoma sequer”, justifica a coordenadora estadual de Hepatites Virais, Cisalpina Cantão.

Só no ano passado, 51 casos de hepatite C e 178 de hepatite B foram diagnosticados no Pará – a maioria em testes realizados durante a campanha “Julho Amarelo”, que em 2017 se fez presente nos municípios de Abaetetuba, Augusto Corrêa, Acará, Barcarena, Bragança, Baião, Cametá, Capanema, Igarapé-Miri, Itaituba, Marabá, Parauapebas, Peixe-Boi, Soure, Salvaterra e Salinópolis, com a parceria dos técnicos que atuaram nos Centros Regionais de Saúde (CRS) vinculados à Sespa.

Em função do estímulo ao diagnóstico precoce, os casos de hepatite têm aumentado no Pará. Entre 2007 e 2014 foram 2.211 registros do tipo B e outras 871 ocorrências da forma C. Em 2015, foram confirmados 388 casos do tipo B e 240 do tipo C. Em 2016, 363 pessoas no Estado foram diagnosticadas com o tipo B e outras 295 com o tipo C.

Por ser uma doença silenciosa, o foco tem sido a busca ativa por pessoas que não sabem ter o vírus e precisam logo se tratar para não serem surpreendidas com as consequências de um diagnóstico tardio, como uma cirrose ou câncer de fígado, e também que não transmitam a doença a outras pessoas.

Segundo a médica hepatologista Márcia Iasi, essa série de mobilizações com oferta de testagem gratuita faz parte de toda uma estratégia de busca ativa dos pacientes silenciosos de hepatites, ou seja, aqueles que não manifestaram sintomas. Independente de faixa etária podem procurar o serviço pessoas que colocaram piercing e fizeram tatuagem, como também as que receberam transfusão de sangue antes de 1993 e profissionais de saúde.

A hepatite é uma inflamação nas células hepáticas do fígado e pode ser ocasionada pelos vírus A, B, C ou D. Conforme Márcia, não apresenta sintomas e o diagnóstico pode ser feito por meio de exames de sangue. Caso isso não ocorra, a evolução da doença é devastadora, perfazendo um quadro com hepatite aguda, crônica, cirrose hepática e tumor no fígado.

Classificada como doença crônica, a hepatite “C” é uma doença silenciosa que pode ficar no organismo até 20 anos sem se manifestar. A doença pode ser transmitida por agulhas e seringas contaminadas, ou por objetos cortantes não esterilizados.

No Pará, o cidadão que quiser saber se possui ou não hepatite deve procurar os locais que servem para diagnóstico e tratamento da doença, como os Centros de Testagens e Aconselhamento (CTAS). Em Belém, a referência principal é a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, especialista no diagnóstico e o tratamento de doenças do fígado. Além da Santa Casa, Belém dispõe de outros locais para o tratamento: Fundação de Hospital de Clínicas Gaspar Viana, Centro de Saúde do Marco, Unidade de Referência Especializada em Doenças Infecciosas e Parasitárias Especiais (Uredipe), além do Centro Universitário do Estado do Pará (Cesupa), no campus da avenida Almirante Barroso, onde funciona o curso de Medicina.

No interior do Estado, o atendimento para testagem e tratamento é disponível  nos Centro de Testagem e Aconselhamento (CTAS) de Santarém, Marabá; Parauapebas; Tucuruí, Abaetetuba e Barcarena, além do Hospital Regional do Araguaia, em Redenção. Para todos esses locais, é essencial que o cidadão seja encaminhado pela Unidade de Saúde mais próxima de sua residência.