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"ABRIL AZUL"

Especialistas do CIIR pontuam a importância do diagnóstico e intervenção precoces em pessoas com TEA

Reabilitandos com TEA têm acompanhamento com uma equipe multiprofissional que envolve a Fonoaudiologia, Psicopedagogia, Fisioterapia e a Terapia Ocupacional dentro do Natea e do CER IV

Por Governo do Pará (SECOM)
22/04/2023 09h02

No mês dedicado à conscientização ao Abril Azul, o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, com o apoio permanente da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), trata da importância e acolhimento de famílias paraenses para o diagnóstico e acompanhamento terapêutico, proporcionando qualidade de vida a pessoas  autismo.

O neuropsicólogo e especialista em ABA (Análise Aplicada do Comportamento) aplicada ao TEA, Ícaro Ferreira, enfatiza que a descoberta recente acarreta uma importante sequência de vida no que se refere ao acompanhamento da vigilância do neurodesenvolvimento de uma criança.

“As crianças de zero a três anos estão no ápice do desenvolvimento da neuroplasticidade, ou seja, aprendem com mais facilidade. O profissional consegue estimular mais as crianças nesse período em que o cérebro está captando muitas coisas novas com rapidez”, explica.

De acordo com o profissional do CIIR, isso significa que o ser humano está construindo ligações com o mundo. Desta forma, a criança, conhecendo o ambiente, é estimulada a começar a aprender a interagir com as pessoas.  

Desenvolvimento - Keyla Freitas, de 41 anos, recebeu o diagnóstico do seu filho precocemente, aos três anos de idade, e a descoberta cedo proporcionou autonomia ao reabilitando, Isaac Freitas, de 6 anos, que segundo mãe, vem evoluindo em seu plano terapêutico acompanhado pelo CIIR.

“Um dos pontos que a gente começou a notar era a dificuldade na socialização com as outras crianças, na fala e uma das outras atitudes que chamaram a nossa atenção era que ele ficava correndo em círculos e sempre se movimentando, sem ficar parado quieto por alguns minutos. Procuramos suporte e conseguimos trazer o Isaac para ser acompanhado no CIIR há cerca de dois anos”, relembra.

A mãe pontua que , atualmente, Isaac, “está bem melhor em seu comportamento social. Com as crianças, já acompanha os demais na brincadeira com alguns detalhes, como por exemplo, no futebol, ele gosta que chutem a bola para ele e ele devolve para a pessoa; isso não era aceito por ele, antigamente. Uma simples mudança que hoje proporciona a inclusão dele, tudo por meio dos profissionais e as terapias que o Centro oferece. Estou muito feliz com a evolução do meu filho”, comemora.

Sinais – No processo inicial do desenvolvimento dos pequenos, as famílias devem observar alguns pontos que remetem ao diagnóstico do espectro autista.

Dentro da psicologia, “se a criança está com dificuldades para se comunicar ou interagindo com as pessoas de uma forma inapropriada, como por exemplo: ao pedir um objeto, ela somente fica apontando sem pronunciá-lo, isso significa que a interação com o ambiente em algum momento está deficitária. Portanto, a vigilância do neurodesenvolvimento é ficar atento aos sinais”, destaca Ícaro Ferreira, salientando que outros pontos, como o sorriso sem ser espontâneo para as pessoas que a criança gosta, andar na ponta dos pés e as estereotipias, que são movimentos repetitivos nas mãos, podem ser outros indícios para o diagnóstico.

Acompanhamento multiprofissional – Além da Psicologia, o CIIR proporciona aos seus reabilitandos com TEA um acompanhamento com uma equipe multiprofissional que envolve a Fonoaudiologia, Psicopedagogia, Fisioterapia e a Terapia Ocupacional dentro de dois parques tecnológicos, o Núcleo de Atendimento ao Transtorno do Espectro Autista (Natea) e o Centro Especializado em Reabilitação (CER IV).

Segundo Bianca Oeiras, terapeuta Ocupacional, deve-se estar atento também aos marcos do desenvolvimento motor. “Se aos 6 meses o bebê não sustenta a cabeça quando puxado para sentar; tem dificuldade para controlar a postura quando está sentado; ou instabilidade para controlar a postura em pé aos 14 meses são sinais de alto risco não apenas para o TEA, mas a outras alterações no desenvolvimento”.

A profissional ressalta ainda a importância de não esperar o tempo da criança, como é muito orientado popularmente. “Assim que surgirem os atrasos, procure ajuda para avaliação profissional, pois quanto mais precoce a intervenção, melhor será o futuro da pessoa”, salienta.

Oeiras ainda destaca alguns fatores de risco que estão relacionadas ao TEA, como a idade dos pais, pois quanto maior a idade, menor a qualidade do material genético, incidências perinatais como diabetes, hipertensão, prematuridade e hemorragias durante a gravidez, dentre outras.

O CIIR é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência (PcDs) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro por meio de encaminhamento das unidades de Saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).

Serviço: O CIIR é um órgão do Governo do Pará administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Centro funciona na rodovia Arthur Bernardes, n° 1000, em Belém. Mais informações: (91) 4042.2157 / 58 / 59

Texto: Pallmer Barros/Ascom CIIR