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AGRICULTURA E PESCA

Em mais de 50 municípios, feiras de pescado na Semana Santa destacam ação da Emater 

Emater acompanha mais de duas mil famílias aquicultoras, com destaques às regiões do Rio Capim e Tocantins com a produção de camarão e caranguejo

Por Ascom (Ascom)
05/04/2023 12h37

No Marajó, a Feira do Peixe Vivo sendo montada no município de Ponta de PedrasNa tradição da Semana Santa, entre esta quarta (5) e sexta-feira (7), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater) participa diretamente de feiras de pescado em pelo menos nove municípios: Benevides, Concórdia do Pará, Curralinho, Curuçá, Marabá, Marituba, Portel, Santa Izabel e Santarém.

As equipes extensionistas também contribuem para eventos similares em outros 51 municípios, em parceria com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuária e da Pesca (Sedap) e prefeituras. 

A oportunidade é para que, cara a cara, pescadores e piscicultores possam vender peixe vivo ou fresco para consumidores finais, a preços cerca de 10% mais baratos, em comparação a épocas e mercados regulares. 

Pará tem destaque nacional

Conforme panorama do Ministério da Agricultura, Pesca e Abastecimento (Mapa), o Pará é um dos maiores recintos comerciais de peixe do Brasil, considerando-se pesca artesanal e cultivo. Na piscicultura, são mais de 25 mil toneladas por ano (dados de 2020).

A Emater atende mais de duas mil famílias aquicultoras. O destaque se dá nas regiões do Rio Capim e Tocantins e o cenário inclui alga, camarão, caranguejo, ostras e peixe. 

Em 2022, ademais, de acordo com o relatório institucional institucional, somente para pesca artesanal foi intermediado crédito rural de mais de R$ dois milhões e meio, em benefício de mais de 600 famílias. 

“O papel da Emater nos acontecimentos em si diz respeito à colaboração na mobilização, na logística, na conscientização, porém o mais importante é a culminância de todo o trabalho da Emater realizado pelos nossos técnicos nos 144 municípios, em relação à cadeia produtiva. Entendemos que um dos grandes gargalos é comercialização”, explica o coordenador de operações da Emater, o zootecnista Ricardo Barata. 

O gestor detalha que, com as Feiras de Peixe Vivo, o produtor dribla a dependência de atravessadores: “Com isso, todos ganham: o produtor aumenta a margem de lucro e o consumidor compra mais barato proteína de qualidade e abundante”, diz. 

Movimentação 

No Marajó, a movimentação é intensa. Em Ponte de Pedras, por exemplo, a Emater apoia a presença de oito famílias na 4 ª Feira do Peixe Vivo. O grupo representa a produção de cinco comunidades, que trabalham com as tecnologias de tanque de várzea e tanque escavado. A expectativa é de comercialização de seis toneladas de tambaqui e tilápia. 

“É uma atividade bastante rentável na perspectiva da agricultura familiar do município, no sentido de ampliar o leque de atividades na mesma propriedade. São extrativistas de açaí e horticultores que começaram a ser, além, piscicultores. Ajudamos a estruturar e mobilizamos a prospecção de cada vez mais famílias interessadas”, aponta o chefe do escritório local da Emater em Ponta de Pedras, o técnico em agropecuária Martinho Morinaka. 

A engenheira de pesca Geyseanne Noronha, da Prefeitura, explica que o principal desafio ainda são os insumos, sobretudo a ração, cuja despesa alcança 40% dos custos do sistema: “Embora o resultado atual nosso já consagre até 60% de lucro para o agricultor familiar que diversifica investindo em piscicultura”, calcula. 

A alguns quilômetros, já em Portel, onde a Emater também faz parte da Feira municipal, a autônoma Maria Idalina de Araújo, de 51 anos, vem cumprindo jejum de carne vermelha no contexto da Quaresma, o que intensificou o consumo de peixe frito dentro de casa. A preferência é por caratinga, pescada branca e tucunaré.

“Está sendo todo dia”, conta. Pelo costume de comprar em mercados e de atravessadores na rua, Araújo considera os valores “altos”: “Acho que um evento com preços melhores e peixe do dia, sem ser de geleira, incentiva muito”, diz Idalina. 

Texto de Aline Miranda