Sem Censura Pará faz 35 anos no ar levando informação para os lares paraenses
O programa paraense é o mais antigo Sem Censura do país, que não saiu do ar ao longo de mais de três décadas
O Sem Censura Pará completou, nesta terça-feira (28), 35 anos no ar, levando os mais variados temas para as famílias paraenses, de segunda a sexta-feira. O programa é o mais antigo da TV Cultura do Pará. Mesmo após mais de três décadas, mantém a essência e o conceito pelo qual surgiu: prestar serviço à sociedade por meio de debates sobre temas da atualidade com especialistas locais, combinando jornalismo e entretenimento.
“O papel do Sem Censura é de fundamental importância. Com uma hora e meia diária de programa ao vivo, traz conteúdos com muita densidade. São conteúdos que, muitas vezes, em outros programas de televisão, ganhariam um espaço em torno de cinco a dez minutos no máximo, e que, no Sem Censura, duram em média 25 a 30 minutos, ou seja, tempo suficiente para explorar bem o assunto”, avaliou Vanessa Vasconcelos, apresentadora do programa e diretora de Televisão da TV Cultura do Pará.
A servidora também falou sobre como se sente em estar à frente do programa, apenas um ano mais novo que a própria emissora, que completou 36 anos no ar também neste mês de março. “Eu me sinto lisonjeada, porque ele tem um papel social muito grande e conduzi-lo é muito especial. Desde que nós assumimos a TV Cultura, deixamos muito claro que o Sem Censura Pará não é de ninguém mais além do público e da própria TV Cultura. Então, independente de quem esteja à frente da condução do programa, ele sempre estará no ar. Fazemos reunião de pauta para que cada pessoa envolvida na produção do programa tenha a oportunidade de falar sobre o que e quem querem ver em discussão. Isso para nós é extraordinário, porque conseguimos abordar tudo nos mínimos detalhes”, explica a apresentadora.
Com estilo dinâmico de entrevistas, o programa estreou no dia 28 de março de 1988 na TV Cultura do Pará e desde então debate diversos temas, como política, economia, meio ambiente, saúde, comportamento, moda, arte, cultura, música e atualidades. O formato interativo ganhou forma ao longo das transformações que o Sem Censura registra nesses 35 anos, uma prova de que o programa caminha junto das necessidades de informação da população e abre cada vez mais espaço para a voz dos paraenses.
Público - Ao longo de 35 anos, o Sem Censura construiu relações diversas com o telespectador. Confiança com o conteúdo exibido diariamente é um dos sentimentos que Nazaré Santos, moradora do bairro Jaderlândia, cultiva pelo programa há seis anos. “A importância do programa na minha vida é que eu passei por um quadro de depressão após a perda de um filho. Então, no dia que eu comecei a assistir, havia uma pauta sobre o assunto e isso me ajudou muito. Começou a me chamar atenção naquele momento e desde então eu não parei mais de acompanhar”. A merendeira é espectadora assídua do programa e sempre participa, virtualmente, com perguntas e opiniões que são lidas, ao vivo, ao longo da exibição.
Goretti Tavares é professora universitária e coordenadora de um projeto geoturístico na cidade de Belém. Ela acompanha o programa desde o início e, tanto como espectadora quanto como entrevistada, avalia o Sem Censura como peça relevante na formação da sociedade local. “Ele tem um papel fundamental, pela possibilidade de participação que nós temos e também pelo debate de questões ligadas à Amazônia. Eu trabalho bastante viajando e, quando não estou no Pará, eu o levo comigo: assisto pela internet e essa possibilidade é sensacional. Então, vejo esse programa como um grande ponto na história da nossa televisão", avalia.
Tradicionalmente comandado por mulheres, o Sem Censura já foi apresentado pelas jornalistas Fátima Aragão, Márcia Freitas, Linda Ribeiro, Kenny Teixeira, Danielle Redig, Elane Magno, Andrea Cunha, Renata Ferreira e Vanessa Vasconcelos, que está à frente da atração há quatro anos. Em 2022, mais de 750 convidados foram entrevistados no programa, que se somam aos mais de vinte mil ao longo das mais de três décadas.
O presidente da Fundação Paraense de Radiodifusão (Funtelpa), Hilbert Nascimento, pontua a versatilidade que o programa ganhou ao longo do tempo. "O nosso Sem Censura é o mais antigo do país, o único que não saiu do ar ao longo de todo esse tempo. Por isso, precisamos celebrar bastante os 35 anos, especialmente porque, a partir de 2019, houve mudança de formato e hoje temos pelo menos três apresentadoras prontas para entrar no ar a qualquer dia", pontua.
O gestor comenta também outras inovações dos últimos quatro anos. "Tivemos uma edição apresentada só por homens, que foi uma brincadeira que fizemos no Dia dos Pais. Após a pandemia, ele trouxe a novidade das entrevistas virtuais e hoje nós conseguimos falar com entrevistados em qualquer lugar do mundo, uma coisa que não existia anteriormente. Essa modernidade, essa dualidade é a cara do Pará, da informação, do entretenimento, do jornalismo. Tudo isso é o Sem Censura”, comemora Nascimento.
Serviço
O Sem Censura Pará é transmitido ao vivo, de segunda a sexta-feira, das 14h às 15h30, com reprise às 23h, na TV Cultura do Pará, canal 2.0.