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Refúgios de Vida Silvestre são estratégicos para proteção da flora e da fauna no estado

Áreas protegidas, que contam com amparo de decretos legais, são importantes para preservação de espécies ameaçadas de extinção

Por Giovanna Abreu (SECOM)
10/03/2023 12h20

Entre as 27 Unidades de Conservação (UCs) do Estado do Pará, estão presentes quatro Refúgios de Vida Silvestre (REVIS), que são áreas de proteção integral que visam a preservação da flora e fauna locais, sobretudo, das espécies ameaçadas de extinção. São eles: REVIS Metrópole da Amazônia (Ananindeua, Benevides, Marituba e Santa Izabel do Pará); REVIS Padre Sérgio Tonetto (Maracanã), no nordeste paraense; REVIS Tabuleiro do Embaubal (Senador José Porfirio) e REVIS Rios São Benedito e Azul (Jacareacanga e Novo Progresso), ambos no sudoeste paraense.

“O Estado do Pará tem 58% de sua área legalmente instituída como áreas protegidas, com Terras Indígenas, Territórios Quilombolas e Unidades de Conservação da Natureza, dos quais 33% são de UCs Federais e Estaduais. As Estaduais são 17%, somando mais de 21 milhões de hectares, onde estão os REVIS, que têm o objetivo de proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória”, destaca Crisomar Lobato, diretor de Gestão da Biodiversidade do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (IDEFLOR-Bio).

A diretora de Gestão e Monitoramento das Unidades de Conservação do IDEFLOR-Bio, Socorro Almeida, explica que em quase todas as UCs são encontradas sempre uma ou mais espécies ameaçadas de fauna e de flora.

“No REVIS Metrópole da Amazônia há registro de algumas espécies da avifauna que são endêmicas e em perigo de extinção. O REVIS Tabuleiro do Embaubal é a maior área de desova da tartaruga da Amazônia Podocnemis expansa. Além da tartaruga, desovam na área Pitiús P. sextuberculata e Tracajás P. unifilis. Outras espécies aquáticas de importância para a conservação que ocorrem na área são o Boto-vermelho Inia geoffrensis, o peixe-boi amazônico Trichechus inunguis e jacarés Caiman rocodilos, Paleosuchus palpebrosus, P. trigonatus. Na região também são encontrados com abundâncias de aves migratórias”, informa. 

O diretor de Gestão da Biodiversidade do Ideflor-Bio ressalta que os Refúgios de Vida Silvestre podem ser constituídos por áreas particulares, desde que seja possível compatibilizar os objetivos da UC com a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários. 

REVIS Metrópole da Amazônia - O Governo do Estado, por meio do Decreto No 2.624, de 15 de setembro de 2022, ampliou a área de abrangência deste Refúgio, que tem como intuito proteger os ecossistemas com populações de espécies do bioma amazônico, bem como propiciar a implantação do Centro de Triagem de Recuperação de Animais Silvestres (CETRAS), em Marituba, e outras estruturas. 

“Este REVIS é de extrema importância para a fauna e flora na Região Metropolitana, o que é difícil de conseguir. Contém várias espécies representativas, destacando as florestas de várzeas altas, inclusive, espécies ameaçadas de extinção. Além de garantir a preservação da biodiversidade, proporciona a conectividade, maximizando o fluxo de indivíduos das diferentes espécies que compõem as comunidades”, destaca Crisomar Lobato.

REVIS Rios São Benedito e Azul – O governador Helder Barbalho criou, por meio do Decreto nº 1.944, de 21 de outubro de 2021, a 27ª UC do Estado do Pará, o REVIS Rios São Benedito e Azul, no sudoeste paraense. Dentre os objetivos da criação está a preservação das espécies de ictiofauna (conjunto de peixes de uma região ou ambiente), da flora e da fauna residente e migratória, em especial das espécies ameaçadas de extinção, das nascentes, das Áreas de Preservação Permanente (APPs), das paisagens naturais e do microclima.

REVIS Padre Sérgio Tonetto – Foi a primeira unidade de conservação estadual de proteção integral criada para a preservação da flora do ecossistema vegetal campos cerrados, que tem características naturais próprias de rara ocorrência no estado. A unidade foi criada conforme Decreto Nº 1.567, de 17 de junho de 2016. 

REVIS Tabuleiro do Embaubal – Em 2016, também foi criado este Refúgio de Vida Silvestre, por meio do Decreto nº 1.566, de 17 de junho, que é o maior berçário de tartaruga da Amazônia da América Latina. Desde 2019, o Governo do Pará, por meio do IDEFLOR-Bio, age para a manutenção do local e para seu crescimento constante.

Há registros de tartarugas que vêm da bacia do Marajó, Afuá e até da costa do Amapá. Os quelônios nascem no tabuleiro, voltam para cima da bacia amazônica e, na época de reprodução, retornam ao Tabuleiro. Em 2022, cerca de 6,5 mil filhotes de quelônios foram soltos no rio Xingu entre os dias 26 e 27 de novembro.