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Programa do Serviço de Pesquisas Clínicas do Ophir Loyola beneficia pacientes

Além de contribuírem para a criação de um banco de dados com informações genotípicas e fenotípicas, candidatos elegíveis ao Mapa Genoma Brasil receberão avaliação genética

Por Governo do Pará (SECOM)
03/01/2023 11h33

O Serviço de Pesquisas Clínicas do Hospital Ophir Loyola (HOL), em Belém, deu início a uma busca ativa por candidatos elegíveis ao Mapa Genoma Brasil, projeto de pesquisa oriundo do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) e executado em parceria com o Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo (BP).

Pacientes com cânceres de mama ou colorretal, assistidos pelo HOL e que se adequam aos critérios da pesquisa, serão acompanhados e orientados por pesquisadores. O objetivo é realizar um levantamento com dados que possam contribuir para o maior entendimento sobre as predisposições genéticas e sua relação com o surgimento dessas enfermidades. Assim como os pacientes, dois familiares receberão avaliação genética, com informações sobre a probabilidade de também desenvolverem a doença no futuro.

Equipe médica do HOL coordena pesquisa clínica que irá estruturar protocolos que deverão beneficiar pacientes do SUSA logística do estudo é simples. Após a identificação e orientação dos candidatos elegíveis, junto a dois familiares, haverá aplicação de questionário e coletas de sangue e de amostra do tecido tumoral. O material biológico seguirá para a BP, na capital paulista. Os fluxos no atendimento aos pacientes não sofrerão alterações, como explica a coordenadora do estudo, Janaína Rodrigues. “Não haverá interferência na programação do HOL, iremos caminhar juntos. Será um procedimento casado, uma vez que só realizaremos a coleta quando o paciente for para a cirurgia”, adiantou a pesquisadora.

Critérios - Mulheres diagnosticadas com câncer de mama e homens e mulheres com câncer colorretal precisam ter idade igual ou superior a 18 anos e estar em programação para abordagem cirúrgica do tumor primário. É importante esclarecer que dois familiares de primeiro e segundo grau também passarão por aplicação de questionário, coleta de sangue e acompanhamento para que ocorra a avaliação genética. 

“São candidatos elegíveis os pacientes com cirurgia já prevista e sem nenhum tratamento adjuvante (quimioterapia ou radioterapia, por exemplo). As perguntas do questionário podem focar na parte patológica, no caso do paciente, e também nos hábitos de vida e alimentação. O paciente e os familiares, ao aceitarem participar, assinam o termo e existe a opção de não saber do resultado, que será realizado por meio de uma equipe de aconselhamento genético. Teremos uma reunião prévia com especialistas antes de convocar a família e o paciente para iniciar a orientação”, detalhou Janaína.

Dentro da saúde de precisão, o aconselhamento proposto com o estudo envolve orientação e tratamento personalizado. A partir dos dados, o Mapa Genoma Brasil deve apontar estratégias com orientações acerca dos fatores de riscos modificáveis, ou seja, aqueles relacionados aos maus hábitos de vida, bem como os não modificáveis, como a predisposição genética e o envelhecimento.

Atualmente, o Mapa Genoma Brasil está presente em oito estados. Belém e Manaus são as cidades do Norte inseridas no programa. “O objetivo é estudar a correlação entre perfil genômico, epidemiológico, clínico e familiar em câncer. O projeto é importantíssimo para o nosso hospital, pois agora, o paciente do SUS conseguirá ter uma avaliação genética. São testes caros que oferecemos aos candidatos eletivos”, afirmou a oncologista e diretora da Pesquisa Clínica do Projeto Genoma, Juliana Chaves.

Programas - Além do Mapa Genoma Brasil, o HOL conta com o Programa de Introdução de Nova Tecnologia (Ribociclibe) no Sistema Único de Saúde (SUS), que viabiliza tratamento com a medicação atuando no câncer de mama RH+/HER2, fase conhecida como metastática. “O Ribociclibe (do laboratório Novartis) é uma medicação de alto custo. O laboratório ofereceu uma quantidade a ser utilizada em todo Brasil, e que é distribuída por nós, participantes do projeto de pesquisa. O paciente recebe a medicação em casa e é acompanhado”, explicou Janaína.

Para a superintendente do Instituto de Oncologia do HOL, ambos os projetos reúnem a expertise das instituições e de profissionais envolvidos em prol de pesquisas em saúde pública. “O objetivo de termos a pesquisa clínica aqui no HOL é de trazer protocolos e ensaios para beneficiarmos o paciente do SUS. A pesquisa clínica é bancada 100% pelo laboratório, então você desonera o hospital, beneficia o paciente e melhora a estrutura e a qualificação da equipe. São muitos os benefícios com a implementação das pesquisas”, pontuou a oncologista.

Desde maio de 2022, a Diretoria de Ensino e Pesquisa do HOL, atuante com programas de residência e pesquisas científicas, passou a desenvolver atividades voltadas às pesquisas clínicas. Além de profissionais com dedicação exclusiva, o serviço conta com profissionais que participam ativamente da equipe compartilhada. 

“Já são sete meses de serviço. Desde o início, a direção do hospital demonstrou interesse em investir em pesquisa clínica. Já lidamos com os processos burocráticos, organização da estrutura e com o processo de qualificação de pessoal para que pudéssemos construir esse programa. Os profissionais da instituição construíram conosco um elo fundamental”, ressaltou Juliana. 

Texto: Ellyson Ramos/Ascom HOL