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Hospital Abelardo Santos faz a primeira captação de órgãos para transplante

Os rins doados pela família de uma paciente vão retirar duas pessoas da fila de transplantes e das sessões de hemodiálise 

Por Governo do Pará (SECOM)
29/12/2022 20h26

O Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), localizado no distrito de Icoaraci, em Belém, realizou nesta quinta-feira (29) sua primeira captação de órgão para transplante. A doação de rins, feita pela família de uma mulher de 26 anos, vítima de Acidente Vascular Isquêmico, foi realizada no próprio Hospital com o apoio da equipe de médicos e profissionais da Central Estadual de Transplantes.

O processo de captação foi conduzido pela Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) do HRAS. “Iniciamos o processo após a autorização da família. Organizamos a detecção de potenciais doadores de órgãos, viabilizamos os processos de exames e diagnósticos e prestamos todo o acompanhamento psicológico para os familiares”, informou a enfermeira Jamilly Silva, membro da CIHDOTT.

Para o diretor-geral do HRAS, Jean Cleber, ressaltou que foi “a primeira vez que conseguimos a captação de um órgão para transplante aqui no Hospital Abelardo Santos. Era algo que já nos preparávamos, por meio de capacitações e treinamentos entre as equipes, além da criação de uma CIHDOTT. Esperamos que muitas vidas possam ser salvas”.De mãos dadas, profissionais do Hospital agradeceram aos familiares da doadora pelo gesto de solidariedade

A equipe assistencial da unidade organizou um “corredor humano” na entrada do bloco cirúrgico para receber a doação. “É um ato de agradecimento pela generosidade dos familiares, que irão ajudar a salvar vidas. Nós, como equipe, estamos felizes em poder contribuir nesse processo tão importante de salvar outras vidas. Lembrando sempre da família, que foi essencial nesse processo”, disse Adrileia Brito, gerente Assistencial do Hospital Abelardo Santos.

Protocolo – O procedimento para coleta, transporte e transplante de órgãos segue normas rígidas, protocoladas na Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). “Paciente com diagnóstico de morte encefálica é um doador em potencial. O processo de captação se inicia com o contato com a família, quando são informados sobre a possibilidade de doação dos órgãos. Caso concordem, é realizada uma série de exames para confirmar o diagnóstico. A notificação da morte encefálica é obrigatória por lei”, explicou o médico Paulo Henrique Ataíde, diretor Técnico do HRAS.

Segundo a enfermeira Vera Nunes, supervisora do centro cirúrgico, a Central de Transplantes é notificada e repassa a informação para uma Organização de Procura de Órgão (OPO) na região. “A OPO se dirige ao hospital e examina o doador, revendo a história clínica, os antecedentes médicos e os exames laboratoriais. A viabilidade dos órgãos é avaliada, bem como a sorologia para afastar doenças infecciosas e compatibilidade com prováveis receptores”, informou a profissional.

Importância da família - A equipe da Central Estadual de Transplantes (CET) da Sespa começou a atuar logo após receber do HRAS a notificação da morte encefálica da possível doadora, na noite da última quarta-feira (28). O primeiro passo foi informar e sensibilizar a família da paciente falecida sobre a importância da doação de órgãos, oferecendo a oportunidade de ajudar as pessoas que estão na fila de transplante de órgãos.

Segundo a coordenadora da CET, biomédica Ierecê Miranda, os familiares da paciente autorizaram a doação dos órgãos. “Com essa atitude, a família demonstrou um dos gestos mais nobres do ser humano, dar sem olhar a quem”, disse a biomédica, acrescentando que a doação vai beneficiar dois pacientes que deixarão a fila do transplante, e não mais precisarão da máquina de diálise.

Ierecê Miranda espera que a atitude dos familiares da doadora sensibilize outras famílias a conversar sobre a importância da doação de órgãos.

Resultados - Até novembro deste ano foram realizados no Pará 23 transplantes de rim, 185 de córnea e sete de esclera (parte branca do globo ocular). Os transplantes só são realizados em hospitais autorizados pelo Ministério da Saúde.

No Pará, os hospitais autorizados para realizar implante renal são Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, Hospital Ophir Loyola (HOL) e Hospital Saúde da Mulher (HSM), em Belém; Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém, e Hospital Regional Público do Araguaia (HRPA), em Redenção.

Os hospitais autorizados a realizar transplante de córnea e esclera pelo SUS são: HOL, Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (na Universidade Federal do Pará – UFPA), Hospital Cinthya Charone e Hospital Oftalmológico do Pará.

Serviço: O Hospital Regional Dr. Abelardo Santos é uma unidade da rede pública de saúde do Governo do Pará, com 340 leitos de internação, entre clínicos e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), adultos e pediátricos. A unidade é administrada pelo Instituto Mais Saúde, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

Texto: Ascom/HRAS e Sespa