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MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE

Ideflor-Bio e Universidade da Paraíba têm expedição bioespeleológica no Xingu

Por Aldirene Gama (SEDEME)
22/12/2022 08h12

O Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), em parceria com a Universidade Estadual da Paraíba (UFPB), realizou a 1ª expedição bioespeleológica do PAT Xingu/Projeto Pró-Espécies. A ação objetivou confirmar a presença do Troglobius brasiliensis, em cavernas nos municípios de Altamira, Medicilândia e Brasil Novo, no sudoeste paraense. A espécie pertence à fauna cavernícola,na categoria de 'criticamente em perigo' de extinção, e é alvo do Plano de Ação para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção do Território Xingu – PAT Xingu.

Participaram da expedição dois pesquisadores da UEPB, uma técnica do Ideflor-Bio e a assessora do Pat Xingu. O Projeto Pró-espécies é uma estratégia nacional para a conservação de espécies ameaçadas, coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e financiado pelo Global Environment Facility – GEF, a agência implementadora do projeto é o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) e o WWF-Brasil é a agência executora do Pró-

O Pará, por meio do Ideflor-Bio, é um dos Estados selecionados no Brasil para executar em seu território o Plano de Ação para a Conservação Territorial do Território Xingu e do Território Meio Norte (sendo este último, em conjunto com os estados do Maranhão e Tocantins).  

Nívia Pereira, técnica em Gestão de Meio Ambiente do Ideflor-Bio e coordenadora executiva do PAT Xingu destacou importância da pesquisa para a obtenção de informações precisas das espécies a em perigo de extinção.

“A expedição teve como foco principal ratificar a ocorrência da espécie Troglobius brasiliensis na caverna do Limoeiro em Medicilândia, pois o único registro existente da espécie é datado por uma coleta ocorrida em 1995, assim como, verificar se há possibilidade de ocorrência da espécie também em outras cavidades subterrâneas que apresentam peculiaridades físicas, químicas, biológicas e/ou antropológicas nas proximidades a área-alvo do PAT Xingu, disse a coordenadora executiva", disse Nívia Pereira.

A caverna do Limoeiro fica situada dentro de uma propriedade particular, pertencente ao casal Vilmar Trevisan e Rosane Gotardo, que receberam e apoiaram a equipe da UEPB e do Pat Xingu. “É importante preservar algo tão raro, portanto pensamos em fazer as parcerias necessárias para conservar de maneira sustentável todo esse recurso e sua biodiversidade", disse Vilmar Trevisan.

Renata Emin, assessora do Pat Xingu, reforça que uma das maiores ameaças a espécie é a insuficiência de dados científicos ao seu respeito, e portanto, preencher lacunas sobre o conhecimento é essencial para contribuir positivamente nos processos de avaliação da fauna e elaboração das listas de espécies ameaçadas de extinção regional e nacional, além de subsidiar a elaboração de ações de conservação mais adequadas para a espécie. 

Pesquisador da (UEPB), Douglas Zeppelini afirmou que a expedição foi proveitosa pela obtenção de informações importantes, previamente ignoradas, além da confirmação da ocorrência da espécie na caverna limoeiro. “Entre os dados mais relevantes da expedição, podemos ressaltar o fato de a espécie Troglobius brasiliensis estar restrita à caverna Limoeiro. Também é importante ressaltar que pela primeira vez foi caracterizado o habitat da espécie, que pode ser encontrada sobre as rochas e paredes limpas, mas nunca nos depósitos de guano. Considerando que o guano de morcegos é o principal recurso energético da caverna Limoeiro, uma vez que a nascente do rio está dentro da caverna e não contribui com detritos orgânicos, é inesperado constatar que a espécie efetivamente evite os depósitos de guano. Estudos de microscopia podem ajudar a descobrir qual recurso a espécie usa como fonte alimentar”, disse o pesquisador.

A diretora de Gestão e Monitoramento das Unidades de Conservação (DGMUC/Ideflor-Bio), Socorro Almeida, ressaltou que a expedição foi um sucesso. "Os pesquisadores conseguiram confirmar a espécie na caverna do Limoeiro, inclusive a primeira foto do Troglobius brasiliensis, foi feita por meio dessa expedição. Penso que agora podemos demandar esforços para conservação dessa espécie ameaçada de extinção de maneira mais pontual”, reforçou a diretora.