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Projeto 'Limpeza de Vias Públicas' chega à avenida João Paulo II

Por Governo do Pará (SECOM)
21/12/2022 16h12

“É muito bom ver esse trabalho para a comunidade, para limpar a cidade, que está muito suja, além de dar uma oportunidade para os presidiários, já que um dia de serviço deles também conta na redução da pena”. Essa foi a manifestação do micro empresário Cláudio Piedade, de 51 anos, ao ver a movimentação e o trabalho dos 30 internos da Colônia Penal Agrícola de Santa Izabel (CPASI) atuando na limpeza e conservação da avenida João Paulo II, uma das principais vias da capital Paraense.

A ação de hoje pela manhã chamou atenção de quem trafegava pelas proximidades, ou que costumeiramente realiza atividades esportivas no canteiro central da movimentada avenida do bairro do Marco. A presença de policiais penais e viaturas que faziam a escolta dos 30 custodiados selecionados para a atividade despertou a curiosidade dos moradores da área. Era mais uma etapa do projeto “Limpeza de Vias Públicas”, realizado pelo Governo do Estado através da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP).

Belchior Machado, diretor da Diretoria de Reinserção Social (DRS) da SEAP, acompanhou todo o trabalho e explicou que a secretaria segue com um planejamento estabelecido até o final do ano. Machado revelou ainda que, na próxima semana, o projeto estará na rodovia BR-316. “Já conseguimos selecionar mais de 100 internos que irão realizar as atividades de limpeza, sobretudo na área do viaduto de Ananindeua e também de outros quilômetros ao longo da BR-316”.

Chamou atenção de quem trabalha na área, as manifestações populares de apoio e incentivo às atividades dos 30 custodiados que realizaram a capinação, roçagem, limpeza de resíduos e a pintura do meio fio da avenida. Em meio à curiosidade, vários moradores do bairro elogiaram a iniciativa de conservação da via.

O radialista Milton Lima, de 51 anos, foi uma dessas pessoas. Ele conta que há mais de 10 anos solicita ao Estado o desenvolvimento de atividades como a de hoje em seu programa de rádio. Ao ver a ação sendo desenvolvida na avenida João Paulo II, foi pessoalmente cumprimentar o diretor da DRS, Belchior Machado. Ele defende que esse tipo de atividade gera um triplo benefício, tanto para o Estado, para a cidade e também para os próprios internos.

“O que eu posso dizer é que isso aí, o estado já deveria estar fazendo há muito tempo. Eu tenho certeza que com trabalho, a violência no presídio vai diminuir, disso eu não tenho dúvida. E também na questão financeira para o estado vai ser uma muito melhor. Então parabéns pelo trabalho, estou feliz por isso e por estarem fazendo esse tipo de ação”, defendeu o comunicador.

O eletricista Mário Ramos, de 64 anos, diz que o trabalho de hoje contribui diretamente para melhorar as condições da via para a população. “O que a gente vê como cidadão, vendo essas pessoas todas as vezes ociosas nos presídios, quer dizer, quando se usa a mão de obra deles é importante sim. É uma forma de ressocializá-los. Com certeza é muito bom garantir mais essa oportunidade, o governo tem que dar e garantir isso todo o tempo”, diz ele.

Aprovação - Surpreendido pelo apoio popular à iniciativa, Belchior Machado se disse feliz com o trabalho desenvolvido pelos internos da CPASI, pois, acima de tudo, trata-se de um trabalho de reinserção social. De acordo com Belchior, a ideia é que o custodiado não permaneça apenas preso, privado de liberdade, mas que possa, como determina a legislação, ter um convívio e um retorno harmônico à sociedade.

“Esse é o primeiro passo. Eles terem esse contato social, eles terem a saída das unidades para executar seu trabalho, e a partir do trabalho, conseguir se reinserir e ser visto pela sociedade como alguém que tem condições de retornar, que tem condições de ser útil aqui fora e à sociedade, com seu trabalho, com a sua mão de obra, enfim, que ele consiga de fato garantir esse retorno à sociedade”, afirma Machado.

R.J.S, 35 anos, é interno da CPASI e confirma que a oportunidade de trabalho é uma chance de repensar e valorizar o que foi perdido. Ele vê o trabalho como aprendizado, uma oportunidade de remir a própria pena, de aprender a dar valor nas coisas da vida e garantir uma salário digno

“Podemos mostrar que não existe só o lado do crime, também existe um lado do profissional, onde nós podemos viver dignamente, poder ajudar nossa família, receber nosso salário, assim como o que estamos recebendo no momento. É oportunidade de ouro essa, que possa acontecer mais vezes, não só pra mim como para muitos que se encontram presos”, finalizou.