Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz realiza Concerto de Natal em Parauapebas
Descentralizando as políticas públicas do Estado, democratizando o acesso à cultura e aos bens culturais, a Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (OSTP) esteve em Parauapebas, nesta quinta-feira (15), às 19h, no Centro Cultural Parauapebas (CCP), para realizar um concerto muito especial, o “Concerto de Natal”. A ação acontece dentro do Preamar das Festas, uma iniciativa do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), parceria da Academia Paraense de Música (APM), com apoio da Prefeitura de Parauapebas.
O repertório do concerto foi todo pensado ao redor de músicas natalinas, que não é simplesmente aquela música popular feita por algum compositor que tenha uma letra sobre o Natal. Também podem ser músicas ditas eruditas que ficam marcadas com a época do Natal muitas vezes pela sua temática, como é o caso do balé ‘O quebra-nozes’, de Tchaikovsky, que a gente ouve trechinhos e reconhece imediatamente como uma música de Natal. Também tivemos uma compilação de várias músicas populares orquestradas pelo maestro Roberto Tibiriçá, denominada ‘Seleção de Natal’, como as conhecidíssimas ‘Adeste Fideles’, ‘Gloria In Excelsis Deo’, ‘Noite Santa’, ‘Noite Feliz’ e ‘Bate o Sino’, além da participação da soprano Lys Nardoto e do tenor Márcio Carvalho.
De acordo com Miguel Campos Neto, maestro titular da OSTP, o Pará é a soma do território da França e da Inglaterra e qualquer cidadezinha ou condado tem uma orquestra e o Pará finalmente caminha para essa realidade. “Eu não canso de repetir que descentralizar os nossos corpos artísticos é de extrema importância para a cultura paraense. As pessoas precisam ter acesso e levar a música para os quatro cantos do Estado é o primeiro passo, o segundo é polinizar. Usando de analogia, se me permitem, estamos espalhando esse pólen musical para florescer”, e continuou. “Não queremos simplesmente vir até aqui e voltar sem deixar nada. Para mim, uma das características mais importantes de trabalhar com música e com educação musical é levanta de manhã e saber que você vai para um lugar para adubar uma sementinha musical na alma de alguém”, explicou o maestro.
A sementinha musical parece ter sido plantada no coração do jovem Antônio César, de 14 anos. Filho de professores, ele viu na OSTP a possibilidade de seguir carreira profissional. “Eu já quis ser muita coisa, inclusive jogador de futebol. Mas, quando aprendi a tocar violão, quis fazer isso para sempre. Assistir à essa apresentação só me fez ter certeza de que quero estar sentado em uma daquelas cadeiras, compondo uma orquestra”, falou esperançoso.
Para Daniel Araújo, diretor do Theatro da Paz, o TP segue no caminho de se estabelecer como um teatro-escola, usando a linguagem musical orquestral, a ópera e o jazz, através de seus corpos artísticos, como ferramentas para alcançar um número cada vez maior de municípios, utilizando a linguagem musical como elemento constitutivo da educação formal do indivíduo, quer seja para descobrir e encaminhar novos talentos nessas áreas, quer seja para despertar o interesse pela arte e mais especificamente pela apreciação musical. “Entendemos que a música, quando expressa dessa maneira, tem o poder de sensibilizar, agregar, sociabilizar e criar relações com mais qualidade e empatia, que são fatores essenciais a uma sociedade mais fraterna e justa. O sonho é ver orquestras e montagens de óperas por todo o Pará e os teatros com lotação máxima de público para assistir a esses espetáculos”, definiu Daniel.