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QUALIFICAÇÃO

Sespa participa de projeto que qualifica atenção à saúde da população idosa

O público-alvo do projeto, realizado pelo Ministério da Saúde e Universidade Federal de São Carlos, é formado por coordenadores e gestores estaduais e municipais

Por Roberta Vilanova (SESPA)
15/12/2022 22h13

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) participou nesta quinta-feira (15), no Hotel Princesa Louçã, em Belém, da segunda Oficina do Projeto de Qualificação da Atenção Ofertada às Pessoas Idosas na Atenção Primária à Saúde (DGero Brasil), realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O objetivo do projeto é oferecer apoio técnico aos gestores estaduais e municipais de Atenção Primária à Saúde (APS), assim como técnicos de referência que atuam na gestão da Atenção à Pessoa Idosa.

Outra finalidade é a qualificação da atenção ofertada às pessoas idosas por meio da ampliação do cadastramento e implementação da avaliação multidimensional, com consequente desenvolvimento de plano de cuidados individual da pessoa idosa e organização da Rede de Atenção a esse segmento da população.Investir na saúde da pessoa idosa, o que inclui a vacinação, ajuda a prevenir agravos, internações hospitalares e óbitos

O projeto é desenvolvido em todo o Brasil pela Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa na APS (Copid/MS) e pelo Departamento de Gerontologia da UFSCar, com apoio das secretarias Estaduais e Municipais de Saúde.

No Pará, a iniciativa tem o apoio da Sespa, por meio da Coordenação Estadual de Saúde do Idoso, que integra a Diretoria de Políticas de Atenção Integral à Saúde (Dpais), responsável pela articulação dos Centros Regionais de Saúde (CRSs) e Secretarias Municipais de Saúde para participação dos profissionais na oficina. Estão participando da programação gestores e coordenadores dos municípios de abrangência do 1°, 2º, 3º, 7º e 8º Centros Regionais.

A gerontóloga e consultora do DGero, Isabela Martins, disse que o público-alvo do projeto é formado por coordenadores e gestores, porque já existem outras iniciativas voltadas para as equipes de profissionais que atuam na ponta do serviço. “A ideia do DGero é sensibilizar os coordenadores de Atenção Primária, coordenadores de Saúde do Idoso, secretários de saúde e outros profissionais para incluir a Saúde da Pessoa Idosa nas agendas técnicas e políticas”, explicou.

Dimensões – Isabela Martins explicou que a Avaliação Multidimensional da Pessoa Idosa é uma avaliação que não direciona apenas para uma doença ou um aspecto da vida da pessoa idosa. “Ela olha para três dimensões: a dimensão clínica, a psicossocial e a funcional. E a partir dessa avaliação a gente identifica vários sinais de alerta, que são fundamentais para prevenir agravos, internações hospitalares e até óbitos na população idosa”, disse a especialista.

Isabela Martins ressaltou ainda que é muito baixo o número de idosos cadastrados no Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC) com Avaliação Multidimensional. “Os dados precisam ser registrados para caracterizar melhor a população idosa brasileira e gerar mais recursos para essa área. Precisamos saber quais são as principais doenças, condições de vida dos idosos, e assim melhorar também as políticas públicas de saúde voltadas para essa população”, complementou.

Resultado positivo – Larissa Cesário, gerontóloga e consultora do DGero, ressaltou que já houve um aumento nos registros de idosos com Avaliação Multidimensional no PEC, sendo que o objetivo do Ministério da Saúde, inicialmente, era ampliar em 100% o número de registros. “Esse indicador estava em 0,24%, e agora, em novembro, passou para 0,63%. O número triplicou em cinco meses de oficina. A gente teve um bom aumento, e está vendo que o nosso trabalho está sendo efetivo”, informou.

Isabela Martins acrescentou que o projeto é nacional, e há uma equipe de consultores por região. Na região Norte, o Pará é o quarto estado que recebe a oficina presencial, depois do Acre, Amazonas e Rondônia. Estão programadas 14 oficinas para a região Norte, sendo quatro no Pará. As próximas serão realizadas em 2023 no Sul do Estado.

Cenário atual – De acordo com a coordenadora nacional de Saúde da Pessoa Idosa na Atenção Primária em Saúde do MS, Lucélia Nico, o agravo à saúde mais prevalente na população idosa brasileira, atualmente, está nas doenças crônicas não transmissíveis devido ao processo de transição epidemiológica. “Com a avaliação multidimensional, que vai além de uma simples consulta clínica, teremos um cenário mais detalhado sobre essa população. E para isso é importante que os profissionais utilizem os instrumentos disponíveis nos municípios para esse trabalho, como a caderneta da pessoa idosa”, orientou.

A coordenadora nacional disse ainda que “buscamos manter e promover a autonomia e independência da pessoa idosa pelo maior tempo possível, porque a gente sabe que as pessoas estão vivendo mais. Mas com que qualidade? Portanto, esse projeto vem ao encontro do que a gente busca, baseado na Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, que é melhorar a saúde da pessoa idosa no Brasil”.

Linha de cuidado - Segundo o coordenador estadual de Saúde do Idoso, Amujacy Vilhena, foram oferecidas 261 vagas para o Estado do Pará no Projeto Qualificação da Atenção Ofertada às Pessoas Idosas na Atenção Primária à Saúde (APS), que começou pelo município de Salinópolis, no nordeste paraense, atendendo aos municípios do 4º e 5º CRSs, nos dias 12 e 13 de dezembro, de forma presencial. A partir de agora, a execução seguirá on-line, por meio de consultorias com profissionais dos municípios participantes.

Ele disse que esse treinamento só vem agregar aos profissionais e gestores dos 144 municípios paraenses, pois inclui metodologias ativas, criação de fluxo, entendimento de barreiras dentro do processo do cuidado da saúde do idoso e ajuda a organizar a linha de cuidado. De acordo com Amujacy Vilhena, “o impacto da oficina é produzir pessoas sensibilizadas para chegar aos seus territórios e replicar o conteúdo das oficinas, para ampliar as avaliações multidimensionais e organizar a linha de cuidado”.

Para a coordenadora de Atenção Básica do município de Vigia de Nazaré, na região Nordeste, Luciana Guimarães, participante do evento, a oficina é importante para agregar e atualizar conhecimentos. “Pretendo, com isso, implantar a Linha de Cuidado da Pessoa Idosa para oferecer melhor fluxo de atendimento a essa população”, informou.