Estado entrega mais certificados de cursos profissionalizantes a custodiados
Internos do Complexo Penitenciário de Santa Izabel concluíram os cursos de Manutenção Básica de Microcomputadores e Fabricação de Artefatos de Concreto
O cronograma de entrega de certificados de conclusão dos cursos profissionalizantes oferecidos pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), por meio da Diretoria de Reinserção Social (DRS), prosseguiu nesta quarta-feira (14), com os internos do Complexo Penitenciário de Santa Izabel, na Região Metropolitana de Belém. Eles receberam o documento de certificação dos cursos de Manutenção Básica de Microcomputadores e Fabricação de Artefatos de Concreto.
Solenidade de entrega dos certificados no Complexo Penitenciário de Santa IzabelNo Centro de Recuperação Coronel Anastácio das Neves (CRCAN), 29 internos receberam certificados de Operadores de Computador e Manutenção Básica de Microcomputadores. As aulas foram ministradas no formato Educação a Distância (EaD) pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), conveniado com a Seap.
Na Colônia Penal Agrícola de Santa Izabel (CPASI), 34 concluintes receberam os certificados de conclusão do curso de Fabricação de Artefatos de Concreto, oferecido com o apoio de instrutores do Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (Senai).
Patrícia Sales, coordenadora de Educação Prisional da DRS, informou que, apesar das dificuldades, a Secretaria conseguiu pôr em prática os projetos aprovados dentro do Programa de Implantação de Oficinas Produtivas Permanentes (Procap), uma das ações realizadas na Seap pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, via Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
A coordenadora explicou que o Procap visa fomentar políticas públicas de reinserção social pela geração de trabalho e renda para Pessoas Privadas de Liberdade (PPLs). A Seap, via DRS, vem implantando como contrapartida no convênio oficinas permanentes e organizando cursos profissionalizantes nas unidades prisionais do Estado.
Ampliação - “Com muito esforço do governo do Estado conseguimos realizar os cursos previstos para este ano. Nossa previsão é que o (Procap) de 2019, que já está sendo realizado, e o de 2023, com um leque muito maior de cursos, inclusive abrangendo quase todo o interior do Estado, triplique a oferta de vagas para os PPLs, e possamos oferecer pelo menos um curso por semana para cada unidade prisional”, adiantou Patrícia Sales.
O diretor do CRCAN, Adriano Alencar, também ressaltou a importância da oferta e ampliação de cursos para os internos. “Todo curso de educação que for oferecido para eles é justamente o que mais desejam. A gente se sente gratificado quando são ofertados esses cursos de formação não só por eles, mas para as próprias famílias, já que a formação profissional lhes garante uma melhoria na qualidade de vida através da qualificação e educação”, afirmou o diretor.
O custodiado R.F.C., 46 anos, está há dois anos e quatro meses no CRCAN e aproveitou a entrega dos certificados para agradecer o esforço do Estado, e da Secretaria, ao oferecer um curso de qualificação profissional. Ele ressaltou que além da qualificação, o aprendizado ajuda na remição da pena. “O curso também nos ajuda a sermos inseridos mais rapidamente à sociedade, nos qualifica, e só posso pedir que venham mais cursos, para que o Estado volte o olhar para nós nesse sentido, mesmo sabendo que é difícil, pois sei que envolve várias entidades. Mas só tenho a agradecer por tudo”, disse.
O curso de Fabricantes de Artefatos de Concreto levou qualificação profissional a 34 internos
Construção – Os 34 internos da Colônia Penal que receberam seus certificados na manhã de hoje (14) de Fabricantes de Artefatos de Concreto, se especializaram na fabricação de bloquetes, tijolos e blocos de concreto, peças utilizadas em reparos e construções nas unidades penais do Estado. Um exemplo é a construção da nova muralha do Centro de Reeducação Feminino (CRF), em Ananindeua, do pórtico e do novo bloco do semiaberto da unidade, que utilizaram o material produzido na CPASI.
A técnica em Reinserção Social da CPASI, Sabrina Lima, garantiu que a oferta de cursos é muito positiva para os custodiados. Ela destacou que, por meio da educação, é possível transformar a vida dos internos, mostrando-lhes como é desafiador o mercado de trabalho e a exigência de qualificação profissional. “Essa parte de cursos e oficinas é muito boa para eles, pois ao serem reinseridos na sociedade se sentem mais seguros, mais competentes para poder competir nesse mercado cada vez mais exigente”, disse Sabrina Lima.
Há um ano e três meses na CPASI, D.V.S., 24 anos, aprovou a oportunidade de concluir um curso profissionalizante dentro da unidade. Ele disse que dificilmente teria condições de pagar por um curso desse nível se estivesse em liberdade, por isso garantiu sua qualificação profissional. “Pra mim foi muito bom, pois é um meio de nós conseguirmos uma profissão e mudar de vida quando tivermos a oportunidade e deixarmos a vida aqui dentro”, acrescentou o interno.
Texto: Márcio Sousa - Ascom/Seap
