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Com a natureza, CIIR promove terapias para potencializar a recuperação de usuários com deficiências

Por Heloá Canali (SECOM)
14/12/2022 17h04

Uma terapia ao ar livre e em contato com a natureza é mais autonomia e agilidade na recuperação de reabilitandos atendidos pelo Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), que oferece várias terapias dentro do atendimento integral, entre elas, a Mecanoterapia no Centro Especializado em Reabilitação (CER IV).   

A atividade física é realizada em um ambiente arborizado no Jardim Sensorial do Centro, em um espaço de 1.640m² de pura natureza vertical com plantas, ervas e hortaliças. Samuel Pacheco, educador físico, é um dos facilitadores da terapia e pontua os benefícios do exercício que provoca bem-estar aos usuários.  

“O contato com a natureza é um suporte interessante que vem agregar valores no reabilitando. A terapia é realizada sempre no início da manhã, por volta de 8h30, para que eles tenham acesso à vitamina D através da luz do sol. Muitos deles, por limitações da comorbidade, ficam somente dentro de casa. Por isso, o jardim também é fundamental”, comentou Pacheco. 

Segundo o profissional, a atividade física traz benefícios psicológicos. “Sair um pouco do tradicional, de dentro de uma sala, deixa o usuário mais relaxado. Gera uma qualidade de vida. Muitos saem de casa apenas para vir ao CIIR e, com certeza, o caminho pode ser estressante para eles”. 

Ele salienta ainda que a terapia promove o fortalecimento muscular, o treino de marcha e experimenta as diferentes texturas de uma caminhada e a sua lateralidade, treinamentos funcionais que aprimoram a parte cardiorrespiratória. 

O espaço do Jardim Sensorial tem diferentes pisos. Similar a realidade que eles vivem ou irão conviver nas calçadas das ruas, após concluírem as reabilitações. Não é um terreno plano. Tudo com o intuito de preparar todos eles para enfrentar os percalços do dia a dia. “A lateralidade da caminhada é o processo de abdução, pois eles andam sempre de frente. É estimular a andar de lado, tudo agregando com objetos, como a caneleira (as tradicionais de academia), barras fixas e cones”, explica Samuel Pacheco, pontuando que os participantes são escolhidos de acordo com o perfil clínico.  

Na manhã desta quarta-feira (14), o usuário Alesson Barbosa, de 33 anos, participou da atividade funcional realizando a lateralidade da caminhada. Nascido em Abaetetuba, distante mais de 120km de Belém, ele tem paralisia cerebral e recebe assistência desde 2020, com a equipe multiprofissional do CIIR.  

“Cheguei aqui sem dar nenhum passo e, hoje, ando feliz da vida, literalmente. Dei os primeiros passos somente para frente. Com a lateralidade já dou passos para o lado, consigo virar o corpo. Sou muito grato ao Centro por ter me acolhido e ajudado no meu progresso. Realmente, esse clima de natureza acalma os ânimos”, declarou. Alesson também participa de outras atividades como no teatro do setor de Arte e Cultura, na Musicoterapia e já fez inscrição para participar do projeto “Meninos do Rio”, de canoagem.  

“Tenho prazer em acordar cedo e vir realizar as atividades no Centro. Se eu pudesse, moraria aqui. O CIIR é um local fantástico. Eu sempre busco me inserir em atividades para não deixar de vir. Não quero receber alta. Os colaboradores formam um laço afetivo que acaba virando uma família”, disse com um sorriso no rosto.    

Participante também na ação, Renilde Barreto, de 48 anos, teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e há dois anos vem realizando a reabilitação no CIIR. Para o filho e acompanhante, Daniel Barreto, de 32 anos, a usuária já demonstra significativas melhoras no quadro clínico.  

“Os profissionais do Centro são de alto nível. Vê a minha mãe hoje e olhar para dois anos atrás, percebo uma melhora maravilhosa. Atualmente, ela fala um pouco, anda, pega a colher para se alimentar. O lado direito, a área mais afetada, já consegue movimentar, claro, tudo em um limite. A comorbilidade requer tempo na recuperação”, comemora o filho com as sessões semanais de terapias da mãe.   

Estrutura - O Centro é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do CIIR por meio de encaminhamento das Unidades de Saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município que, por sua vez, encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado, conforme perfil do usuário, pelo Sistema de Regulação (Sisreg).  

Serviço - O CIIR é um órgão do Governo do Pará, administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Centro funciona na Rodovia Arthur Bernardes, n° 1000. Mais informações: (91) 4042-2157/58/59.  

Texto de Pallmer Barros/Ascom CIIR