Educação Especializada fortalece inclusão de alunos com deficiência
Secretaria de Educação do Pará (Seduc) garante ensino para estudantes com deficiência e transtorno do espectro autista (TEA), entre outras condições
Centro de Atendimento Educacional Especializado mantém atividades na Escola Visconde de Souza Franco, em BelémPara garantir a inclusão escolar de alunos com deficiência, transtorno do espectro autista (TEA) e altas habilidades/superdotação, o Governo do Pará, desenvolve ações, por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
De acordo com Felipe Linhares, coordenador Geral de Educação Especial no Estado, o serviço ocorre nas escolas públicas estaduais durante as aulas e, ainda, em outras 230 salas de recurso em algumas unidades, que contam com professores especializados lotados nesses espaços.
“Temos também Espaços Educacionais Especializados em Belém, o Álvares de Azevedo que atende alunos cegos, o ''Astério de Campos'', que atende alunos surdos, o CAEE que atende diversas deficiências, Iolanda Martins que atende deficiência intelectual e além desses espaços temos uma unidade em Icoaraci, em Santo Antônio do Tauá, em Santa Izabel e em Santarém”, cita o coordenador.
O Estado também oferece o Serviço de Atendimento Domiciliar e de Classes Hospitalares, com os hospitais do Estado conveniados com a Secretaria de Educação que fazem o serviço com os pacientes internados ou situações de pacientes que estão em atendimento domiciliar e que não podem frequentar a escola.
Em Belém, o Centro de Atendimento Educacional Especializado (CAEE) vai completar um ano de atividades concentradas nas instalações da Escola Estadual Visconde de Souza Franco.
A unidade contém um serviço especializado ao público-alvo da Educação Especial, na perspectiva inclusiva. É disponibilizado suporte necessário para quem tiver impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual, mental ou sensorial, como Deficiência Intelectual (DI); Deficiência Visual (DV); Deficiência Física (DF); Deficiência Auditiva (DA); Deficiência Múltipla (DMU); Surdocego (SC); Altas Habilidades / Superdotação (AH); Transtorno do Espectro Autista (TEA); além de crianças, adolescentes e adultos em tratamento de saúde, que estejam impossibilitados de frequentar a escola.
Denise Corrêa, diretora do CAEE, afirma que a proposta de trabalho passa por uma avaliação multiprofissional com técnicos habilitados na especificidade de cada deficiência. Então a proposta do Centro é fazer a inclusão dentro do contexto escolar.
“Quem chega até nós é acolhido com muito amor logo na porta de entrada nós temos o Núcleo da Aliança Familiar, atendimento inicial onde se acolhe, escuta e encaminha para a rede de serviços do Estado na educação, saúde, assistência social, arte, esporte, lazer e cultura. Procuramos avaliar cada potencial dos nossos alunos, onde eles podem se encontrar. Aqui no CAEE temos o Núcleo de Altas Habilidades ou Superdotação, onde estimulamos por meio da pintura, da arte e da cultura. Temos também o Núcleo do Autismo onde as nossas crianças são atendidas, estimuladas dentro de um circuito de psicomotricidade, de habilidades, no processo ensino-aprendizagem”, comenta a diretora.
O CAEE tem instrumentais para o atendimento de pessoas conforme a deficiência e conta com profissionais que se comunicam na Língua Brasileira de Sinais (Libras), além de máquina de Braille (destinada a escrita para pessoas com deficiência visual , quais as suas habilidades. O Centro também realiza formações para os professores do ensino regular para que os profissionais sejam qualificados de maneira contínua em prol de uma inclusão efetiva no contexto escolar.
“Nosso carro-chefe é o NAF porque qualificamos e cuidamos daquele que cuida em casa não somente da sua família nuclear, mas às vezes é um tio, um familiar, um cuidador, para que seja estimulado no seu processo psicossocial”, explica Denise.
Aldinei Trindade Boulhão, aposentada, é mãe da Ana Vitória Boulhão, de 16 anos, atendida no CAEE, e participa da oficina de enfeites natalinos, atividade promovida pelo NAF neste mês de dezembro. “Aqui ela tem uns quatro anos, é um atendimento muito bom, com profissionais atenciosos. Agora além das crianças, eles ajudam os pais com atividades. Ficamos mais descontraídos, pois não é fácil ser mãe de autista, porque eles requerem muito a nossa presença. Ela recebe terapia ocupacional, psicólogo, várias atividades que ajudam muito. Ela já conversa mais, antes não interagia muito”, avalia Aldinei.
Artes
João Nilo, estudante atendido no Núcleo de Assistência de Altas Habilidades ou Superdotação (NAAHS), lembra que foi uma professora de Artes que identificou a possibilidade de ele ter altas habilidades. “Eu era diferente, desenhava e ela me recomendou para cá. Estou há cinco anos fazendo esse trabalho. Na última avaliação vamos tratar do expressionismo que aborda o sentimento representado no dia a dia, como a doença, no caso a Covid”, conta.
Ele se refere ao quadro em que está trabalhando atualmente e teve como inspiração a obra Os Retirantes de Cândido Portinari. É a segunda obra do jovem que teve seu talento valorizado em premiação do Centro de Ciências e Planetário do Pará — Sebastião Sodré da Gama.