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Concerto especial marca encerramento do XXI Festival de Ópera do Theatro da Paz

Apresentação contou com a participação da solista Eliane Coelho, que executou peças de Strauss e Tchaikovsky

Por Iego Rocha (SECULT)
09/12/2022 11h42

A Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (OSTP) encerrou o XXI Festival de Ópera do Theatro da Paz, na noite desta quinta-feira (08), no palco do TP, sob a regência do maestro convidado Luiz Fernando Malheiro, diretor artístico e regente titular da Orquestra Amazonas Filarmônica. O concerto também contou com a participação especialíssima da solista Eliane Coelho, uma das maiores cantoras líricas do Brasil, executando ‘As Quatro Últimas Canções’, de Richard Strauss. O concerto ainda apresentou a ‘Sinfonia n° 6’, de Tchaikovsky, conhecida como Sinfonia Patética. A realização é do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), em parceria com Theatro da Paz e a Academia Paraense de Música (APM).

Já com sentimento de saudade, o público da OSTP se despediu do Festival de Ópera e aplaudiu de pé. A empreendedora Jessiane Alves, de 45 anos, muito emocionada e com lágrimas nos olhos, disse frequentar o Theatro da Paz há décadas e nunca ouviu nada igual. “Eliane Coelho é de fato uma diva e ela não canta somente com sua voz belíssima. Ela canta com o coração e quem estiver aberto para receber, vai sentir na alma, como eu senti, todo o sentimento que o compositor imprimiu na obra. Que venha mais festival em 2023. Já estou ansiosa”, falou, emocionada.

Dois compositores muito conhecidos do grande público formaram o programa: Richard Strauss, que marcou o público paraense em Belém, no Theatro da Paz com a montagem de ‘Salomé’ (2012), uma de suas grandes óperas, e Tchaikovsky, compositor já muito conhecido do público paraense. Porém, a sinfonia que será executada durante o concerto não é tão tocada em Belém. De todo modo, as duas obras representam a maturidade de seus compositores e suas últimas palavras. Assim, elas tomam proporções de testamento em forma de música e isso é muito importante para compositores, porque eles falaram a vida toda através da música e era por meio da música que se expressavam.

Corredor Lírico do Norte - A visita do Maestro Luiz Fernando Malheiro também celebra a parceria entre os estados do Pará e do Amazonas no Corredor Lírico do Norte, criado há cerca de um ano. Em 2022, o Festival de Ópera do Theatro da Paz concedeu 10 bolsas de capacitação para alunos provenientes do Amazonas, cinco para cantores e outras cinco para técnicos, além da apresentação da montagem paraense de ‘Il Tabarro’, de Puccini, na abertura do 24º Festival Amazonas de Ópera (FAO).

“Essa parceria sempre foi muito desejada por nós e ainda bem que aconteceu. Diminuímos a distância institucional entre a cultura do Pará e a do Amazonas, já que artisticamente temos uma grande proximidade há bastante tempo”, afirmou Malheiro. 

O convênio prevê ações que impactam quatro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas: educação de qualidade (promovendo cursos de formação); trabalho decente e crescimento econômico (desenvolvendo a cadeia produtiva da ópera); inovação e infraestrutura (fomentando a inovação por meio de espetáculos que agreguem novas linguagens artísticas e tecnológicas e que fomentem um turismo não predatório e de alto nível); e parcerias e meios de implementação. 

O acordo tem como meta a “conjugação de esforços entre os partícipes para viabilizar ações de mútua cooperação para a implementação do Corredor Lírico do Norte, por meio do compartilhamento de conhecimento técnico e artístico relativo à produção e circulação de montagens de óperas entre os teatros envolvidos (Theatro da Paz e Teatro Amazonas)”.

Com o convênio, Amazonas e Pará são pioneiros em oficializar algo inédito no país, que é a parceria institucional entre teatros líricos para a formação e capacitação de profissionais, bem como para a circulação de espetáculos ou até para coproduções, colaborações que são comuns na Europa e nos Estados Unidos.

Homenagem - Na manhã quinta-feira (08), a Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e o Theatro da Paz descerraram uma placa que foi colocada em um local de destaque nas paredes do Theatro da Paz, ao lado da placa de Bidú Sayão.

A placa foi descerrada pelo secretário de cultura, Bruno Chagas, na presença do diretor do Theatro da Paz, Daniel Araujo, da diretora artística do Festival de Ópera, Jena Vieira e de cantores líricos e populares envolvidos nas atividades do Theatro da Paz. 

“Este é um momento muito especial para o Governo do Estado do Pará, Secretaria de Cultura e Theatro da Paz. Ter Eliane Coelho aqui, essa diva do canto lírico é uma referência para a cultura e para todos nós”, afirmou o secretário de Cultura Bruno Chagas.

Eliane Coelho teve uma carreira de 50 anos na Áustria e hoje vive no Brasil, mas, continua cantando nas melhores óperas e principais casa do mundo. “Ela mantém sua qualidade vocal brilhantemente e é uma referência não só para o canto lírico, mas para todas as artes. E o Theatro da Paz tem a tradição de grandes cantoras e ela está nesse patamar”, explicou Daniel Araujo.

Texto: Úrsula Pereira/Ascom Theatro da Paz