Seduc certifica profissionais em curso de empoderamento feminino nas escolas públicas paraenses
Ação pedagógica atendeu, inicialmente, 12 espaços de aprendizagem na Região Metropolitana de Belém
Nesta quinta-feira (1º), a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) realizou a cerimônia de certificação do Projeto “Educação e Diversidade de Gênero: Formando para o Empoderamento Feminino”. Representantes de 12 escolas marcaram presença no Centro de Formação de Profissionais de Educação Básica do Estado do Pará (Cefor), em Belém, onde foram condecorados pela participação na atividade pedagógica que teve como base a Lei Estadual nº 8.775 de 2018.
A legislação determina que as escolas públicas e privadas em todo o Estado do Pará implementem a Semana do Empoderamento Feminino, anualmente, com o intuito de promover ações socioeducativas que incentivem o debate acerca dos direitos humanos, com foco em relações e violência de gênero, estimulando o acesso, a permanência e o sucesso de meninas, jovens e mulheres em projetos de protagonismo feminino.
Pensando nisso, o curso foi idealizado pela professora de Linguagens, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Salier Castro e pelo professor de Ciências da Natureza, Marcello Casanova. A integração entre áreas de conhecimento e campos de saberes permitiu que a reflexão sobre o empoderamento feminino atravessasse importantes ramos do saber, passando pelos direitos humanos, pela educação para a diversidade, pelas políticas públicas para educação das relações de gênero, pela interseccionalidade e sexualidade nas relações de gênero e pelo estímulo à escrita de autoria feminina no espaço escolar por meio da educação literária estruturado em seis módulos.
Inicialmente, o projeto foi implementado em 12 escolas da Seduc de Tempo Integral na Região Metropolitana de Belém, são elas: Antônio Teixeira Gueiros, Augusto Meira, Avertano Rocha, Benjamin Constant, Dilma Cattete, Joaquim Viana, Manoel Leite Carneiro, Mário Chermont, Padre Eduardo, Placídia Cardoso, Temístocles de Araújo e Visconde de Souza Franco. Ao todo, 40 profissionais desses espaços de aprendizagem participaram das formações.
De acordo com a formadora do projeto, Salier Castro, o curso atende 12 escolas de Tempo Integral e todas elas abraçaram o projeto, perceberam a importância do tema que, muito mais do que um assunto, é uma questão social. “A gente notou fortemente o protagonismo dos alunos, até porque essa atividade não pertence apenas aos professores, mas de todos aqueles que fazem a escola acontecer diariamente. É um projeto piloto, contínuo, mas a ideia é propor que o tema seja fomentado no cotidiano escolar, não somente no momento da atividade, mas que isso possa ser recorrente”.
A educadora detalha, ainda, que “houve inicialmente um curso por meio da plataforma digital AvaCefor, de maneira híbrida, dividido em seis módulos e em cada deles ocorreu um encontro presencial, onde nós apresentamos o assunto, discutimos as questões e os professores iam para a sala de aula virtual para fazer essa atividade. Após esse momento, nós passamos a fazer uma visita de sensibilização nas escolas e a gente achou importante que além dos professores que já estavam no curso, os demais educadores da escola também entrassem em contato com o Cefor, que o Cefor pudesse explanar sobre a iniciativa, contar um pouquinho do que era para poder sensibilizá-los a entrar. Porque uma coisa que a gente sempre deixou claro, é que não era o projeto do professor e sim, da escola, complementou.
Evolução - O deputado estadual Carlos Bordalo (PT), destacou que o sistema educacional público de ensino tem passado, nos últimos três anos e meio, uma transformação significativa. “Primeiro nós estamos enfrentando um problema extremamente histórico, que é a qualidade da estrutura das nossas escolas, a qual estavam em situação bastante delicada. Nós temos um padrão que está sendo implementado para que as nossas unidades públicas tenham dignidade e aquilo que os alunos merecem”.
O parlamentar disse, ainda, que “ao mesmo tempo, nós estamos promovendo inovação em nossa grade pedagógica e uma delas tenho muita alegria de estar associado, por meio de uma lei de 2018, de minha autoria, que criou a Semana do Empoderamento Feminino. Acredito que através dessa ação a violência contra a mulher, que a alteração da situação de inferioridade econômica e social em nosso estado, será gradualmente modificada quando a mulher se sentir como sujeito da sua própria história. Além disso, que os homens possam entender que essa desigualdade de gênero não existe, que os gêneros têm que ser equilibrados e, para tanto, a educação é um fator fundamental para isso”, afirmou.
Integração - Segundo o coordenador do Cefor, professor Augusto Paes, a intenção é construir uma escola positiva, de luz e de equidade. Ele ressalta que tudo isso se faz com educação e respeito.
“Esse é um projeto super amplo, que trabalha o empoderamento feminino, a partir da lei que transforma o Dia Internacional da Mulher em uma ação mais ampla e efetiva. Eu diria que essa iniciativa é ousada, louvável e inovadora, a visão do nosso governador Helder Barbalho e da secretária Elieth Braga, em criar não só um evento, mas uma política que possa propagar na escola todos os dias, porque a gente combate com esse projeto uma série de variáveis ligadas a qualquer tipo de inferioridade todos os dias na escola. Portanto, nós temos que combater qualquer tipo de preconceito e potencializar a valorização da mulher, o empoderamento feminino na sua dignidade, na sua essência. Isso é muito importante, esse é o grande papel da educação”, ressaltou.