Em Marituba, UsiPaz Nova União proporciona experiências inéditas para a turma de balé
As turmas de balé em todas as Usinas da Paz seguem em andamento normal e no ano de 2023 haverá a abertura de novas vagas
Ao som da emblemática música natalina “All I Want for Christmas Is You”, interpretada pela cantora americana Mariah Carey, a turma de balé infanto juvenil da Usina da Paz Nova União, no município Marituba, Região Metropolitana de Belém, relembrou, na aula desta quinta-feira (1), os momentos inesquecíveis vividos no último sábado (26) quando se apresentou no IV Sapateia Belém, cerimônia de dança no Teatro Estação Gasômetro.
Essa foi a primeira vez que o grupo se apresentou em um evento fora da UsiPaz. “Para mim foi muito emocionante, eu gostei muito, na hora da apresentação eu senti uma emoção no meu coração, era o meu sonho me apresentar em um lugar tão bonito como aquele, quero me apresentar mais vezes, como uma bailarina profissional, quero ser escolhida para fazer várias viagens e ser famosa no balé”, sonha Fabiene Dayane, de 9 anos.
Fabiene, há quase um ano, faz o curso de balé ofertado pelo complexo multifuncional do Estado. “As aulas aqui estão me ajudando muito a realizar esse sonho, quando chego em casa eu sempre treino mais um pouco para poder chegar lá”, diz ela.
A turma da UsiPaz Nova União foi convidada pela organização do IV Sapateia Belém, para participar da programação junto de outras escolas de dança de Belém. Para o professor das alunas, Diogo Jacques, o momento que elas viveram despertou nele uma identificação com a própria trajetória.
“Tem uma identificação da minha parte, pela minha vivência, que me faz acreditar nessa trajetória delas, porque quando eu me apaixonei pela dança eu não tinha oportunidades, não existia espaços, lembro do meu pai tentar por diversas vezes em várias escolas, mas todas eram muito caras e ficavam no centro de Belém e eu morava na periferia também. Então, meu pai começava a comprar dvds para eu assistir e ir aprendendo, e isso transformou a minha vida de todas as formas possíveis, minha relação com o mundo de um modo geral, então fui acreditando nessa transformação que a gente começou a trabalhar com elas, que vai além da técnica da dança, a gente realmente trabalha esse desenvolvimento de potencial delas, trabalha nos sonhos que elas têm, mostra que elas são capazes de alcançar os seus objetivos, por isso, levá-las a um teatro, em Belém, com diversas outras escolas de dança, é proporcionar a elas a chance de mostrar que elas podem chegar onde elas quiserem. Foi muito bom ver o publico admirado com a dança delas, uma troca muito importante”, contou o professor.
Mesmo com uma pitadinha de medo, a Ágata Cauanne, de 10 anos, bailarina da turma, respirou fundo e encarou um dos desafios mais importantes da vida dela até o momento e o fez com gratidão à avó dela, Maria José.
“Me deu vontade de chorar porque tinha muita gente e eu fiquei feliz e nervosa ao mesmo tempo, mas eu gostei muito e agradeço à minha avó, por isso, por que foi ela que viu o comercial da Usina da Paz, na televisão, soube do curso e foi correndo tentar uma vaga para mim e conseguiu me matricular para fazer balé, que eu sempre tive vontade”, disse Ágata.
A avó, Maria José, contou que, curiosamente, o Parque da Residência, espaço onde funciona o Teatro Estação Gasômetro, era um dos lugares onde ela passava na frente quando ia e voltava do trabalho. Por anos ela fez o mesmo trajeto e nunca teve tempo e nem oportunidade de entrar para conhecer.
"Para mim, foi muita felicidade, muito gratificante, eu compro as coisinhas necessárias para ela fazer as aulas de balé, com muito prazer. Ela sempre teve vontade fazer, só que a gente não tinha curso por aqui por perto, era longe e, às vezes, a gente não tem dinheiro para condução, então acaba dificultando. Quando soube que ia ter uma Usina da Paz aqui e que teria esse curso eu vim correndo matricular ela. Foi muito maravilhoso assistir ela dançando, porque ela nunca tinha participado de eventos assim, fora da UsiPaz, então foi muito maravilhoso", disse a avó.
Ela acrescentou que, "é bom ver o esforço dessas meninas, acordando cedo, se arrumando, para viver essa experiência, dentro de um ambiente tão importante como o teatro do Parque da Residência. A Usina tem ajudado muito a gente aqui, aqui tem tudo o que se possa imaginar, só não faz quem não quer”.
Sem nervosismo algum, outra bailarina da turma, Gabriely Caldas, de 08 anos, aproveitou cada segundo dessa dia que, segundo ela, está guardado num lugar muito especial da memória e do coração dela. “Foi muito legal, a gente passeou, bateu muitas fotos, muita gente foi nos assistir, foi tudo muito incrível. Quando recebemos a notícia que íamos nos apresentar lá eu não senti nenhum nervosismo, bateu foi muita alegria porque foi nossa primeira vez fora da Usina. O balé mudou muito minha vida, nosso professor é muito legal com a gente, a gente aprende muito com ele”.
As turmas de balé de todas as Usinas da Paz seguem em andamento. A partir do ano que vem novas vagas serão abertas.