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MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE

Capacitação destaca potencial turístico do Quilombo do Igarapé Preto, em Oeiras

Iniciativa, em Oeiras do Pará, é parceria da Sectet com a Comissão de Regularização Fundiária da Universidade Federal do Pará e a Comunidade

Por Jeniffer Galvão (SECTET)
28/11/2022 12h41

Moradores e técnicos em trabalho de campo Integrantes da Comunidade Quilombola do Igarapé Preto, em Oeiras do Pará, participaram de mais uma etapa do processo de capacitação para o desenvolvimento turístico do quilombo. A ação é realizada por meio da parceria entre a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica do Pará (Sectet), a Comissão de Regularização Fundiária da Universidade Federal do Pará (CRF-UFPA) e a Comunidade Quilombola do Território do Igarapé Preto. A etapa de capacitação foi encerrada na última sexta-feira (25).

Durante uma semana, os quilombolas participaram da capacitação sobre “Hospedagem familiar: o processo de reservas, recepção e serviços extras” e “Elaboração e execução de rotas turísticas” realizada na Escola Zumbi dos Palmares e desenvolvida por professores ligados ao Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (Naea-UFPA) e a do Núcleo de Meio Ambiente (Numa-UFPA).

A temática sobre hospedagem familiar foi desenvolvida pelo doutorando em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido/Naea, Pablo Pereira. Segundo ele, a capacitação promoveu o intercâmbio de conhecimentos para os jovens e adultos da comunidade quilombola, a partir da realidade local, acerca da importância da hospedagem familiar no contexto do Turismo de Base Comunitária (TBC). “Esta modalidade de serviço está ligada ao ato de receber e proporcionar uma hospitalidade ao turista que vai conhecer o quilombo, os seus costumes, hábitos alimentares e a história afrodescendentes dos moradores”, explicou Pablo.

O especialista em Gestão Ambiental pelo Numa-UFPA, Renan Nascimento, professor que também é ligado ao Instituto Federal do Pará (IFPA), foi o responsável por discutir com a comunidade os temas relacionados a rotas turísticas. “Foi uma troca produtiva de informações, pois vivenciamos um intercâmbio teórico e prático sobre a elaboração e execução das rotas turísticas no contexto do Turismo de Base Comunitária no território quilombola”, assinalou.

Renan explica que o quilombo está inserido em uma área coletiva e envolve 11 comunidades que possuem título de propriedade coletiva definitiva da terra. A capacitação fortaleceu o protagonismo da comunidade e seus conhecimentos tradicionais sobre sustentabilidade nos campos sociocultural, econômico, ambiental e histórico. “É uma imersão no universo quilombola que produz uma ampla troca de conhecimentos e aprendizados, além de fortalecer a preservação, a valorização dos saberes e o resgate dos valores afrodescendentes”, esclareceu o educador.

Para o coordenador do projeto desenvolvido no quilombo, Renato das Neves, é uma experiência enriquecedora o trabalho realizado no quilombo. “É um enriquecimento no universo do ensino, da pesquisa e da extensão para todos os participantes, inclusive para os professores, para a Universidade e comunidade local”, relata.

Renato acentua que o aprendizado coletivo entre educadores e comunidade está sendo sistematizado e resultará na realização de uma grande feira de conhecimentos para inspirar outros projetos. Ele ressalta que a Comunidade Quilombola do Igarapé Preto assumiu o protagonismo da construção desta metodologia junto com a CRF-UFPA e a Sectet, além de formar uma rede de empreendedores para escoar sua produção agrícola e desenvolver o turismo por meio de um modelo de negócios de hospitalidade de base comunitária.

“Este avanço organizacional gera emprego e renda para o desenvolvimento local e a construção da cidadania no espaço urbano quilombola, além de abrir as portas do conhecimento para as crianças que participam das atividades no território. Um exemplo metodológico de empoderamento e de resgate histórico da africanidade para ser adaptado e compartilhado em outros territórios quilombolas da região amazônica”, vislumbra Renato das Neves.

*Com informações de Kid Reis (Ascom CRF-UFPA)