Finalistas paraenses do Jabuti participam da cerimônia de entrega do prêmio literário
Livro 'Letras que flutuam' ficou entre os cinco finalistas, em uma seleção que teve 4.290 obras inscritas inicialmente, mas não venceu na categoria indicada
A literatura paraense esteve presente na 64ª Prêmio Jabuti, realizada nesta quinta-feira (24), no Theatro Municipal de São Paulo. O livro "Letras que flutuam", de Fernanda Martins, editado pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult), estava entre os finalistas da categoria Projeto Gráfico, que foi assinado pela designer Sâmia Batista. Com destaque para a tipografia feita pelos abridores de letras para nomear os barcos da região amazônica, a obra chegou à etapa final de uma seleção que teve 4.290 obras inscritas inicialmente.
A edição histórica de retomada presencial do Prêmio contou com a presença de diversos artistas da literatura nacional. Foram premiadas 20 categorias, divididas nos eixos Literatura, Não Ficção, Produção Editorial e Inovação. O livro vencedor na categoria Projeto Gráfico foi "Ubu Rei", assinado por Elaine Ramos e editado pela Ubu Editora.
Para a designer Sâmia Batista, o resultado não diminui a relevância de ter um trabalho tão importante para a cultura amazônica recebendo esse destaque. "Não tinha outro momento para o 'Letras que flutuam', mais ainda nessa edição que foi a maior em número de inscrições. Então, nós sabemos que tiveram mais de quatro mil inscritos e estar lá entre cinco finalistas foi realmente muito gratificante e marcante para o projeto, que já acontece há mais de dez anos. O 'Letras', para nós, é um universo, uma porta de entrada da estética ribeirinha amazônica, que muitas vezes é invisível. Estamos muito felizes com essa indicação porque é como se o Pará tivesse sido indicado. Obrigada a todos que torceram por nós", agradeceu.
O titular da Secult, Bruno Chagas, também destacou a representatividade que a indicação trouxe para a literatura do Pará. "Incentivar o livro e a leitura sempre foi uma missão institucional da Secretaria de Cultura. Fizemos parte do Prêmio Jabuti entre os cinco finalistas, em que houve 4.200 obras analisadas, e isso é um motivo de grande orgulho para a Secult, para o Governo do Estado e, acima de tudo, para o povo paraense. O livro 'Letras que flutuam' conta uma história muito rica da cultura amazônica de abrir letras nas embarcações. Fazer parte dessa premiação enriquece e nos estimula cada vez mais produzirmos, criarmos e estarmos sempre à frente no incentivo à leitura e no fomento às publicações paraenses", pontuou o secretário.
Jabuti 2022 - A 64ª edição homenageou o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, realizada no mesmo teatro, e teve como tema "Os livros mudam nossa realidade", destacando a leitura como um patrimônio vivo da cultura e instrumento de transformação da sociedade. A edição de 2022 teve como Personalidade Literária a escritora e ativista, Sueli Carneiro, a primeira fora do eixo literário. A realização do Prêmio Jabuti é da Câmara Brasileira do Livro.