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MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE

Floresta Pará 2022 inicia programação técnico-cientifica, em Belém

Debates promovidos pelo Ideflor-Bio abordam pesquisas na área ambiental e público pode conferir e adquirir produtos naturais, como chocolates e mel

Por Aldirene Gama (SEDEME)
09/11/2022 13h39

Ambiente do evento Floresta Pará 2022, realizado pelo Ideflor-Bio, na Estação das Docas, em Belém“A floresta e os serviços ecossistêmicos para sustentabilidade”, esse foi o  tema de abertura da programação técnico científica do Floresta Pará 2022, realizado pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), na manhã desta quarta-feira (8), no Teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas, em Belém. 

A primeira mesa de discussão teve como convidado o cientista norte-americano, Philip Fearnside, pesquisador titular no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), que participou de forma virtual do evento.

Philip Fearnside estuda o impacto da perda de floresta sob os regimes de chuvas e o desenvolvimento de produtos a partir da biodiversidade amazônica. Também participou da discussão a mestre em Política e Gestão da Sustentabilidade pela Universidade de Brasília (UNB), Erika Pinto. Ela atua como pesquisadora e coordenadora de projetos no Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

Durante o debate, Philip Fearnside alertou para impactos e perspectivas de diferentes modos de desenvolvimento na Amazônia e sobre as mudanças ambientais decorrentes do desmatamento da região. “ A floresta está queimando e a  emissão de gases de  gases de efeito estufa para a atmosfera cresce de forma acelerada”, disse o cientista

Já a pesquisadora Erika Pinto, destacou a importância do desenvolvimento da política de pagamentos por serviços ambientais. "Está política do (PSA) precisa estar integrada a outras imprescindíveis como a da Assistência Técnica e extensão Rural (ATER), Biodiversidade, Fomento, entre outras".

A segunda mesa tratou sobre "Povos e comunidades tradicionais da floresta", moderada por Alison Castilho (IEB), contou com a participação presencial de Nazaré Reis, da rede Bragantina de Economia Solidária Artes & Sabores, e, virtualmente, de Edilene Silva, do Comitê de Desenvolvimento Sustentável de Porto de Moz. 

Edilene traçou um histórico de formação do comitê, de 1994 à consolidação do principal objetivo da entidade: a regularização das áreas comunitárias e a articulação para que se criasse a Reserva Extrativista (Resex) Verde para Sempre. Ela elencou algumas das dificuldades e as expectativas que nutrem junto ao Estado, tanto em âmbito federal quanto estadual. 

Alison aproveitou para ressaltar o valor da iniciativa. "Pelo menos 65% dos planos de manejo dentro de Resex's, no Brasil, estão dentro da Verde para Sempre", avalia, o que significa um total de 13 planos na resex. Ele destaca a necessidade indiscutível de se garantir o protagonismo das comunidades locais neste processo, para que este modelo de manejo florestal cinquentenário, com amparo da ciência, seja virtuoso, como tem se dado na Verde para Sempre. 

Já Nazaré Reis abordou a experiência da agenda de valorização da sociobiodiversidade no nordeste do Pará, especialmente com os produtos florestais não madeireiros da Rede Bragantina, que engloba 11 municípios, inclusive um do estado do Maranhão. Ela lembrou que os agricultores familiares precisam ter garantido os produtos que já fazem parte de suas práticas culturais sustentados em saberes ancestrais, seja na alimentação, seja nos cuidados com a saúde. 

Nazaré fez um apelo para que sejam estabelecidos e reforçados laços de parceria entre empresas privadas, instituições públicas e comunidades, para que estas culturas sejam mantidas, inclusive pela sua colaboração no cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Social (ODS).

Maquete do Floresta Pará chamou a atenção de estudantes do 6º ano, da Escola Marilda Nunes, no BenguiO público infantil, também esteve presente na manhã do primeiro dia de atividades do evento, cerca de 25 alunos do 6º ano, com idade entre 10 e 11 anos da Escola  Estadual de Ensino Fundamental Marilda Nunes, no bairro do Bengui, visitaram a feira.  Os estudantes foram recebidos por técnicos do Ideflor-Bio, que apresentaram os  produtos  madeireiros e não madeiros, arte indígena, mudas de espécie florestais e frutíferas , o  Projeto "Reintrodução e Monitoramento da Ararajuba (Guaruba guarouba) em área  protegida na Região Metropolitana de Belém (RMB),  no final do tour infantil , assistiram ao  teatro de fantoches com o tema  descarte adequado do lixo e reciclagem. Os fantoches explicaram a maneira correta de separar os resíduos orgânicos dos materiais recicláveis e orientam para que as crianças não joguem lixo nas ruas.

Além dos debates técnico-científicos, o Floresta Pará 2022, promovido pelo Ideflor-Bio, oferece ao público uma pequena mostra de produtos locais que têm ganhado cada vez mais importância na esteira da bioeconomia. O público poderá conferir e adquirir nos estandes expositivos insumos alimentares, como chocolates, mel e farinha; e opções para saúde e beleza, desde vestuário, adereços e cosméticos derivados do extrativismo sustentável na Amazônia paraense. A exposição ocorre no espaço Boulevard das Feiras, no Armazém 3 da Estação das Docas, de 10h às 22h.

Programação

09 de novembro - (quarta-feira)

8h30 às 10h

Mesa redonda: A Floresta e os serviços ecossistêmicos.

Palestrantes: Philip Fearnside (INPA) (virtual) e Erika Pinto (IPAM)

Moderação: Alessandro Carioca (Embrapa)

10h30 às 12h

Mesa redonda: Povos e comunidades tradicionais da floresta.

Palestrantes: Nazaré Reis (Rede Bragantina de Economia Solidária Artes & Sabores) e Edilene Silva (Comitê de Desenvolvimento Sustentável de Porto de Moz) (virtual)

Moderação: Alison Castilho (IEB)

14h às 16h

Mesa redonda: Potencial da Bioeconomia da floresta: diversidade, produtividade produção e mercado.

Palestrantes:  Camille Bermeguy (Semas); Danilo Fernandes (UFPA); Arimar Feitosa Rodrigues (ComFlona); José Ivanildo Gama (CNS) e Cindy Luyne Vaz Ornela (Banpará)

Moderação: Edivan Carvalho (Ipam)

16h30 às 18h

Mesa redonda: Estratégias econômicas para produção e conservação em florestas públicas.

Palestrante: Cristina Galvão Alves (SFB) (virtual), Socorro Almeida (Ideflor-Bio) e Jaqueline Ferreira (Instituto Escolhas)

Moderação: Iranilda Moraes (Ideflor-Bio)

20h às 22h - Roda de conversas - Desafios da Engenharia Florestal no Pará - (APEF)

10 de novembro - (quinta-feira)

8h30 às 10h

Mesa redonda: Floresta e produção: bens e serviços.

Palestrantes: Maria Tereza Uille (Instituto Clima) e Milton Kanashiro (Embrapa) e Yago Borges (Semas)

Moderação: Gil Mendes Sales (Ideflor-Bio)

10h30 às 12h

Painel: Produtos madeireiros da floresta: diversidade, produtividade, produção e mercado.

Palestrantes: Deryck Martins (Fiepa), Murilo Souza Araújo (Unifloresta) e Daniel Bentes (Confloresta)

Moderação: Gracialda Ferreira (Ideflor-Bio)

14h às 16h

Painel: Mineração, Desmatamento e Mudanças Climáticas.

Palestrante: Tasso Mendonça Jr. (ANM), Luis Maurano (INPE) (virtual) e Lise Tupiassu

(UFPA) (virtual)

Moderação: Marcelo Moreno (Semas)

16h30 às 18h

Mesa redonda: Restauração Florestal

Palestrante: Mayra de Nazaré Barral das Neves (Hydro), Marcelo Arco-Verde (Embrapa

Florestas) (virtual) e Ima Célia Vieira (Mpeg)

Moderação: Walmer Bruno Martins (Ufra)

Programação cultural

08/11 - DANÇA - 18h

Grupo/artista: DANÇART (Companhia de dança de Marituba – Espetáculo Amazônia)

Imaginária.

09/11 - MÚSICA - 17:30h

Grupo/artista: Mário Mousinho e Banda - Canções Amazônicas

10/11 - MÚSICA - 17:30h

Trio Manari e Andrea Pinheiro - Sons da Floresta.