Em ação inédita, Indígenas do Oeste do Pará recebem intensivão para o Enem
A beleza única da Vila de Alter do Chão, em Santarém, foi maximizada por meio da Educação, neste sábado (05). Em uma ação inédita, o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), levou o preparatório "Enem Pará Itinerante" para cerca de 100 indígenas dos povos Munduruku, Kumaruara e Borari. A poucos metros da praia de Alter do Chão, na quadra da Escola indígena Borari, os professores reforçaram o conhecimento nas disciplinas de redação, matemática e História. No Pará, 963 indígenas estão inscritos para fazer a prova do Exame Nacional do Ensino Médio, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Com a meta de se tornar farmacêutica, Mayara Maduro é uma das indígenas paraenses inscritas no Exame. A candidata sonha ter a sua própria farmácia e beneficiar a sua comunidade. "Eu achei uma oportunidade única e extremamente importante para o nosso povo. Existem alguns aulões na cidade, mas são inviáveis devido ao tempo de deslocamento e a distância. Essa será a minha chance de fazer a faculdade, me formar e trazer uma farmácia para Alter do Chão e ter uma dona indígena", enfatizou a aluna da terceira série do ensino médio.
“É um marco importante para a educação do nosso Estado, que está descentralizando o conhecimento e a preparação para a principal prova do país”, disse a secretária de Estado de Educação do Pará, Elieth de Fátima Braga. O projeto inédito, que leva dicas e estratégias aos indígenas, já passou pela região nordeste do Pará, em setembro deste ano, beneficiando mais de 150 alunos indígenas da etnia Tembé que vivem na região de Capitão Poço.
O Poró Borari, coordenador do sistema modular indígena de Santarém, acompanhou toda a ação de perto e diz que "a iniciativa veio como uma possibilidade de ingresso no ensino superior por meio das políticas já estabelecidas". Ainda segundo a autoridade dos povos tradicionais, a maioria dos indígenas não tem como sair de suas aldeias e frequentar um curso específico, situação que reduz a competitividade com o homem branco.
Os alunos receberam materiais preparatórios condizentes com a prova nacional, além de aconselhamento psicológico por meio de dicas e estratégias para um bom desempenho durante a aplicação, que ocorrerá nos dias 13 e 20 de novembro em todo o Brasil.
A coordenadora da Educação Indígena da Seduc, Vera Arapium, reforça o comprometimento da Secretaria com a educação. "É o primeiro aulão na região Oeste do Pará e estamos com a oportunidade de estar aqui, hoje, com a presença de vários indígenas do povo munduruku em especial. É de extrema importância esse específico, que oportuniza o contato com a prova, com a metodologia e a dinâmica do certame", completou.
O projeto "Enem Pará Itinerante" já atendeu mais de 65 mil estudantes em todas as regiões do Estado. Especificamente para alunos indígenas, a iniciativa governamental já atendeu cerca de 400 alunos. "Hoje trabalhamos com estratégias, noções sobre a prova, como o aluno identificar os itens básicos da prova, operacional e até global. É o Governo do Pará, por meio da Seduc, levando conhecimento a todos os cidadãos paraenses, oportunizando que todo o paraense tenha acesso ao ensino superior", finalizou Diego Maia, coordenador do Polo Enem Metropolitano