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Mais oito ararajubas são soltas no Parque do Utinga nesta terça-feira (25)

Ao todo, 46 aves já foram reintroduzidas ao habitat natural, desde 2019, por meio de um projeto de conservação e proteção da espécie promovido pelo Ideflor-Bio

Por Giovanna Abreu (SECOM)
25/10/2022 11h30

80% da população nativa das ararajubas está no Pará.O céu da Região Metropolitana de Belém (RMB) ganhou outra cor com a soltura de mais oito ararajubas no Parque Estadual do Utinga "Camillo Vianna”, em Belém, na manhã desta terça-feira (25). A iniciativa de conservação e proteção da espécie faz parte do projeto de Reintrodução e Monitoramento das Ararajubas em Unidades de Conservação (UCs) da RMB, realizado pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-Bio) em parceria com a Fundação Lymington. Ao todo, desde 2019, 46 aves já foram reintroduzidas ao habitat natural. A ação corresponde à quinta soltura de ararajubas do projeto, que está na Etapa II.  

“Esse projeto é a 'menina dos olhos' dentro dessa Unidade de Conservação porque traz a intenção de reintroduzir uma espécie que é ameaçada de extinção em uma área metropolitana. A cada passo do projeto identificamos a memória biológica e genética das aves. Vê-las apaixonadas pelo açaí, por exemplo, reforça a importância de elas serem reintroduzidas na região, com toda a segurança necessária”, ressalta a presidente do Ideflor-Bio, Karla Bengtson.

A ararajuba é uma espécie endêmica do bioma amazônico ameaçada de extinção e considerada “vulnerável”, segundo a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, elaborada pela União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN), do Ministério de Meio Ambiente e a Resolução Coema n° 54. Há mais de 60 anos a espécie não era registrada na RMB.

O diretor de Gestão da Biodiversidade (DGBio) do Ideflor-Bio, Crisomar Lobato, frisa que 80% da população nativa das ararajubas está no Pará, que contém a maior quantidade de aves ararajubas da região amazônica, o que torna as aves praticamente endêmicas no estado.

Crisomar Lobato é diretor de Gestão da Biodiversidade (DGBioIdeflor-Bio) “Após a soltura, as aves são monitoradas visualmente e por rádio transmissor receptor. Identificamos, de outras solturas, que já contamos com, pelo menos, uma ararajuba nascida aqui e está solta. Reintroduzir aves em uma Região Metropolitana envolve muita técnica, ciência, dedicação, organização, planejamento e paciência. Estamos tendo muito sucesso”, conta o diretor. A expectativa é de que a Fundação Lymington envie cerca de 10 aves até o final do ano para dar continuidade ao projeto.

Parceria - O Instituto atua em parceria com a Fundação Lymington que envia as espécies para o projeto. Antes da soltura existe um período de aclimatação e adaptação dentro do Parque do Utinga.

“As aves recebem treinamento para ganho de musculatura, com treinamento de voo, defesa de predadores, identificação de alimentos, recebem diariamente frutos, a exemplo do açaí e do muruci, além de sementes e flores nativas. Os alimentos nativos são servidos na forma mais natural possível, incluindo os ramos das plantas, e posicionados de forma a dificultar o acesso das aves, assim, elas enfrentam previamente as dificuldades que terão na vida livre, mas que nunca tiveram no cativeiro", disse o biólogo da Fundação Lymington, Marcelo Vilarta.

Etapas do projeto - A primeira etapa do projeto ocorreu entre 2018 e 2019, com três ações, somando 28 aves reintroduzidas na natureza. Já a segunda etapa iniciou em 25 de janeiro com a soltura de cinco casais da espécie e segue nesta terça-feira (25), com a soltura de mais quatro casais.

A ararajuba (Guaruba guarouba) pertence à família dos psitacídeos, endêmica do norte do Brasil. A espécie mede cerca de 35 cm de comprimento e apresenta as cores da bandeira do Brasil, com o corpo todo em plumagem amarela e a ponta das asas verde.