42º Círio de Marabá reúne cerca de 100 mil fiéis e tem percurso mais rápido
Em Marabá, a corda, que possui 400 metros não é cortada. Ela é reaproveitada para até quatro procissões
Realizado neste domingo (17), Círio de Marabá é o segundo maior do estadoO início para a tradicional procissão do 42º Círio de Nossa Senhora de Nazaré, em Marabá, sudeste do estado, ocorreu às 7h15, sob um céu nublado, com embarque da berlinda com a imagem peregrina, após missa campal, na Praça Duque de Caxias, Marabá Pioneira, para percorrer 7,5 km, até o Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, na Folha 16.
Este ano, a berlinda acelerou o passo e chegou às 11h05 ao destino, onde foi recepcionada pela banda do Exército, para missa de encerramento. Segundo estimativa do 5º Grupamento Bombeiro Militar (GBM), o 42º Círio de Marabá reuniu entre 80 a 100 mil fiéis em toda caminhada. Trata-se da 2ª maior procissão do estado, que tem o apoio do Governo do Estado, ficando atrás apenas do tradicional Círio de Belém.
Como de praxe, o ponto alto da romaria é na entrada do Bambuzal, ainda na Marabá Pioneira, onde os participantes param, ajoelham-se e fazem orações, pedem perdão à Nossa Senhora e prometem um novo comportamento para o ano vindouro. Ainda na Avenida Antônio Maia, destaque para homenagens à Santinha, com confetes, faixas, altares e fogos de artifício; uma delas realizadas por empresários de uma loja de eletrônica.
Para o bispo diocesano Dom Vital Corbellini, sem dúvidas, esta edição foi um dos maiores círios dos últimos tempos. “Eu me sinto emocionado. É a graça que Deus nos dá, depois de todos esses anos, depois da pandemia. É uma coisa muito linda. Deus seja louvado e que Nossa Senhora leve nossos pedidos a Jesus”, desejou ele. A respeito da celeridade da caminhada, que geralmente atrasa até a chegada ao Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, o padre Fabrício Rodrigues afirmou que a Nazinha correu um pouco, para minorar o sofrimento dos fiéis a fim de que eles possam chegar mais rápido e evitar sol forte e altas temperaturas.
O secretário regional de Governo do Sul e Sudeste do Pará, João Chamon Neto, contou que viveu na manhã de domingo (16) em Marabá, uma sensação extremamente diferente com o retorno do Círio presencial. “Depois de dois anos separados de todos os irmãos, devido à pandemia, estamos agora juntos percorrendo 7,5 km – maior distância quilométrica dos círios do estado-, o que nos deixa com mais tempo próximo às pessoas. Nossa Senhora de Nazaré proporciona o momento de estarmos juntos e felizes e agradecemos a ela por tudo que tem feito em favor de nós em Marabá”, afirmou João Chamon.
Entre as homenagens mais pomposas, a queima de fogos no trevo da rotatória do Km 07 e o palco montado pela prefeitura de Marabá chamaram atenção. Cantores entoando canções líricas, banda da Fundação Casa da Cultura e coreografias marcaram a condecoração.
“O Círio é a maior festa religiosa da nossa cidade, é uma tradição grande, milhares de pessoas de Marabá e da região vem para a procissão. Então temos de fazer uma festa bonita para Nossa Senhora, com essa banda belíssima e danças. Temos de apoiar, porque é uma festa nossa”, destaca o gestor municipal.
Pelo Corpo de Bombeiros, o major Felipe Galúcio, comandante do 5º GBM, caracterizou como “muito tranquilo” o deslocamento na procissão. “O tempo ajudou, todas as forças de segurança em atividades e integradas para oferecer a melhor segurança possível. A perspectiva é que do Círio continuar bastante tranquilo com poucas ocorrências, o que é bastante favorável para tradição e organização da Igreja católica”, garantiu o comandante.
O oficial lembrou que em geral, o Círio costuma arrastar cerca de 150 mil pessoas, entretanto o órgão percebeu uma diminuição em função dos novos Círios criados ao redor da região e ocorreram nos mesmos dias. A estimativa é que de 80 a 100 mil pessoas participaram da festa religiosa. O efetivo do Corpo de Bombeiros foi de 50 homens e ainda 100 voluntários da Diocese treinados pelo 5º GBM.
Devotos-
O pagamento de promessas pelos devotos é uma das partes mais especiais do Círio de Nazaré. De joelhos, Meire Medeiros estava realizando o trajeto em agradecimento pela saúde da filha dela. “Eu pedi muita fé, que Nossa Senhora intercedesse aos pés de Deus, trouxesse a minha filha de volta e hoje ela está bem. Vou de joelhos até onde ela me levar, eu disse ‘Mãe me guia até onde a senhora quer que eu vá”, relatou ela, emocionada.
Leda Maria estava na corda em agradecimentos por muitas graças alcançadas. “Eu fui atendida pela Santinha pela cura do meu irmão que estava em depressão. Também alcancei a casa própria e por isso pedi que Nossa Senhora me abençoasse para que eu pudesse estar com ela nesse percurso”, narrou a romeira.
A fisioterapeuta Patrícia Garcia, de 43 anos, estava carregando na cabeça, em forma de chapéu, uma maquete da clínica que pretende reformar, em forma de pedido. “No próximo ano venho para agradecer, estou profetizando. Eu já acompanho há vários anos o Círio de Marabá, na corda, acho mais fácil vir na corda”, garantiu ela que é devota.
Nem todos agradecem de joelhos ou fazendo todo o trajeto sob os pés. É o caso de Lindalva Carneiro de Almeida. Ela fez doação de lanches e comidas para cerca de 500 romeiros na chegada da Santa, como forma de agradecimentos. Cachorro-quente, mugunzá, arroz, espetinho e suco estavam no cardápio oferecido. “A família toda se envolve. A promessa passa de geração para geração, pelas graças alcançadas”, finaliza.
A segurança do Círio ficou por conta da Polícia Militar, Samu, Corpo de Bombeiros, Detran, DMTU, Guarda Municipal e ainda Polícia Rodoviária Federal.
Texto: Emilly Coelho/Ascom Secretaria Regional de Governo do Sul e Sudeste do Pará