Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
EDUCAÇÃO INFANTIL

Seduc discute em seminário ampliação do apoio aos municípios

Por Redação - Agência PA (SECOM)
20/11/2017 00h00

Durante dois dias, segunda-feira (20) e terça (21), a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) promove um seminário para discutir a educação infantil no Pará. Destinado a secretários municipais de Educação, o seminário aborda um tema amplo: “Educação Infantil: infâncias amazônicas em foco”, mas o objetivo é discutir as políticas públicas de ensino e assistência social a crianças de até 5 anos de idade.

Participam do seminário gestores educacionais de 50 municípios. Realizado na Escola Estadual Anísio Teixeira, em Belém, o evento foi aberto pela secretária de Estado de Educação, Ana Claudia Serruya Hage, que fez um breve relato do sistema educacional do Canadá, que conheceu recentemente.

A educação infantil é de competência dos municípios, mas a Seduc abriu o debate sobre o assunto visando ampliar sua política de colaboração e apoio às secretarias municipais de Educação. O seminário tem na programação quatro mesas-redondas sobre assuntos de relevância no contexto das políticas públicas de educação.

Apesar de a educação infantil ser competência dos municípios, a Seduc atende 45 crianças indígenas no município de Bom Jesus do Tocantins, na região sudeste, e forma professores do ensino infantil. Segundo Marizete Martins, diretora de Educação Infantil e Ensino Fundamental da Seduc, 200 professores nos municípios de Salvaterra (no Arquipélago do Marajó), e Rondon do Pará (no sudeste), foram qualificados pela Seduc no Centro de Formação de Profissionais de Educação Básica do Pará (Cefor).

Identidade amazônica - A professora Ana D´Arc Martins de Azevedo, da Universidade do Estado do Pará (Uepa), proferiu a palestra de abertura do seminário, enfatizando a necessidade de os educadores valorizarem a identidade da criança amazônica.

“Trata-se  de um tema amplo, com diversas faces, dada a multiplicidade de cenários sociais, econômicos, históricos e antropológicos, onde se situam populações infantis indígenas, quilombolas, urbanas e rurais – incluindo as ribeirinhas. Se não houver, na escola, esse respeito ao modo de vida das crianças da região, em particular crianças que brincam nos rios, interagem umas com as outras nos espaços naturais, ela se sentirá deslocada, sem qualquer conexão com os conteúdos e o ambiente escolar. Essa situação pode, inclusive, culminar na evasão do aluno”, disse a professora.

Para a secretária municipal de Santa Izabel do Pará, Elen Cristina Alves, “a educação infantil é a base da educação, e o seminário possibilita conhecer mais de perto políticas públicas, trocar experiências entre municípios e multiplicar os conhecimentos”. Dois técnicos daquele município, que tem 2.280 alunos na educação infantil, participam do evento.

Com 52 escolas e 1.700 alunos de até 5 anos, a Prefeitura de Augusto Corrêa (no nordeste paraense), é representada no seminário pela secretária adjunta de Educação, Socorro Barreto. “Esse intercâmbio é importante porque precisamos da formação de professores nessa área”, ressaltou.

Exemplo do Canadá – A secretária Ana Claudia Hage relatou sua experiência no Canadá, para onde viajou integrando uma missão do Instituto Unibanco, que levou ao país uma caravana de educadores de cinco estados brasileiros. A equipe foi conhecer a educação pública no Canadá. O instituto Unibanco é parceiro do Pacto pela Educação do Pará e patrocina o Programa Jovem de Futuro, que a Seduc adota em várias escolas.

A secretária contou que a escola pública canadense tem grande reconhecimento da sociedade, e a estrutura organizacional dispõe de secretários de educação (chamados de ministros), gestores e conselhos escolares. Eles contam com informações censitárias, chamadas de “pesquisa”, semelhante ao Censo Escolar brasileiro. As escolas canadenses usam intensivamente os dados  da “pesquisa” para gerir as escolas e acompanhar efetivamente o desempenho dos alunos, e os diretores têm domínio dos dados de gestão, desempenho do ensino e do aprendizado.

Com essas informações, a secretária Ana Claudia Hage destacou que a educação infantil é a base da formação da criança, fundamento de uma trajetória inicial que culmina no ensino médio. Segundo ela, o bem-estar inclui a saúde mental da criança na escola - como acontece nas escolas públicas do Canadá.  “Se o aluno está bem na escola, ele não vai fazer bullying, não vai fazer violência, não tem violência”, afirmou.

Integração - O secretário adjunto de Ensino da Seduc, José Roberto Silva, disse que a realização do seminário reforça que Estado e municípios devem atuar integrados na educação infantil, como previsto nos planos nacional e estadual de Educação. Ele ressaltou que, em 2018, será realizada a Conferência Estadual de Educação, quando a educação infantil será novamente abordada em explanações e debates.

No primeiro dia de evento ocorreram as mesas-redondas sobre “Políticas para a Infância e Sociodiversidade na Amazônia” e “O Direito à Educação Infantil: Legislação e o Currículo”, com os palestrantes professor doutor Francisco Willians, da Uepa; professora Fátima Cravo (Seduc/Saen) e representantes do Conselho Estadual de Educação e do Conselho Municipal de Educação de Belém. A professora Nazaré Vilhena fez a mediação.

Programação desta terça-feira (21)

09 h – Mesa-redonda sobre “Política de Atendimento à Infância – a criança amazônica em foco”. Participarão: Antônio Sena, da Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), e Rosemary Almeida Nogueira, da Caec/Saen,m além de representante da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). A mediação será da professora Rosilene Quaresma.

Antes do encerramento, marcado para o meio-dia, haverá uma roda de conversa sobre “Alfabetizando entre Flores do Gão-Pará e o Sertão das Águas – A Transição Educação Infantil e Ensino Fundamental”. O tema será abordado pela professora Elizabeth Orofino, da Universidade Federal do Pará (UFPA), com a participação da professora Ivone Rosa, da Seduc. A professora Sílvia Sabrina fará a mediação.