Sespa promove avaliação do controle da malária em municípios do Tapajós e Baixo Amazonas
A iniciativa orienta cada município, conforme a realidade e peculiaridades locais, e incentiva a interação e troca de experiências entre os participantes
A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) realiza de segunda (20) até esta sexta-feira (24), no auditório da Uepa, em Santarém, o Encontro de Avaliação do Programa de Controle da Malária nas Regiões do Baixo Amazonas e Tapajós.
O evento foi conduzido pela Coordenação Estadual do Programa de Controle da Malária do Departamento de Controle de Endemias da Sespa e conta com a participação de 40 pessoas, entre diretores da Sespa, secretários municipais de Saúde, coordenadores municipais da área de endemias e técnicos do 9º Centro Regional de Saúde (CRS). Também estão participando representantes do Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems), Ministério da Saúde e da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).
A coordenadora estadual do Programa de Controle da Malária, Paoola Vieira, disse que o objetivo da reunião é conhecer de perto as ações que vêm sendo desenvolvidas e os resultados que os municípios têm alcançado para o controle da malária no local. “Depois de cada apresentação, a gente debate sobre as estratégias, aponta em que áreas precisam ser melhoradas e até orienta, caso seja necessário, que façam de outra forma”, informou.
Segundo Paoola Vieira, as orientações são dadas isoladamente para cada um deles, porque cada município tem sua realidade e peculiaridades. “Na verdade, promovemos interação e troca de experiências entre os participantes no sentido de encontrar as melhores maneiras de lidar com a malária em cada local”, explicou. “Muitas vezes, determinado município está enfrentando uma dificuldade que outro já enfrentou. Então, esse último já pode contribuir relatando como foi que resolveu a situação”, acrescentou a coordenadora estadual.
“No encontro, a Sespa também está estimulando maior integração entre a Sesai e as Gestões Municipais, com vistas a fortalecer as estratégias de combate à malária em territórios indígenas, pois, muitas vezes, as instituições atuam separadamente nessas áreas. Porém, com o mesmo objetivo. Queremos que trabalhem de forma integrada”, destacou Paoola Vieira.
Além da malária em território indígena, outra preocupação da Sespa é com a endemia nas áreas de garimpo, portanto, outro tópico importante que está sendo discutido no encontro.
Programação – Na quinta-feira (23), a Coordenação Estadual teve uma reunião específica com os secretários municipais de Saúde Oriximiná, Almeirim, Itaituba e Jacareacanga, que estão entre os cinco municípios paraenses que detêm os maiores números de casos de malária no estado.
De acordo com o último Boletim Epidemiológico da Malária divulgado pela Sespa, de janeiro a maio de 2022, o Pará registrou 6.130 casos confirmados de malária, representando uma redução de 10,78% em relação ao mesmo período do ano de 2021, que teve 6.872 casos confirmados da doença.
Desse total, 2.268 (33,20%) casos ocorreram em Jacaraecanga, 1.562 (22,86%) em Itaituba, 379 em Almeirim e 246 em Oriximiná.
Assim, conforme Paoola Vieira, a finalidade da reunião foi tratar de questões no âmbito da gestão. “Queremos, ver, por exemplo, de que forma eles podem incentivar a contratação de profissionais para atuarem nas ações de combate à malária, entre outros investimentos, que são fundamentais para manter a doença sob controle”.
Ações em todo o Estado - A Sespa atua no acompanhamento das notificações dos casos de malária pelo Sistema de Informações de Vigilância Epidemiológica (Sivep-Malária), presta assessoria técnica e capacitação aos profissionais que atuam na vigilância e diagnóstico da doença, e distribui medicamentos, teste rápido e mosquiteiros impregnados com inseticida. E, quando necessário, também envia equipes de profissionais aos municípios para intensificar as ações de controle, tais como busca ativa de casos, tratamento de pacientes, distribuição e instalação de mosquiteiros, controle químico etc.
Um equipamento fundamental como medida preventiva contra a malária é o mosquiteiro impregnado com inseticida de longa duração (MILD). Foram enviados 1.750, sendo 500 unidades de mosquiteiros de rede e 1.250 de cama. E até o mês de maio, foram distribuídos mais de 15 mil testes rápidos e 137.780 comprimidos de medicamentos entre os 13 Centros Regionais de Saúde.