Bioeconomia é tema de roda de conversa em programação da Semana do Meio Ambiente
O debate reuniu diversos atores sociais em abordagens sobre os desafios e as oportunidades da área ambiental no território amazônico
A roa de conversa “Bioeconomia no Pará: um caminho para um estado carbono neutro”, realizada no Teatro Gasômetro, pela Semas Ouvir, dialogar e construir. Estes foram alguns dos objetivos da roda de conversa “Bioeconomia no Pará: um caminho para um estado carbono neutro”. realizada no Teatro Gasômetro, neste sábado, 4, como parte da programação da Semana do Meio Ambiente. Durante o diálogo foram expostas diferentes pontos de vista de vários setores da sociedade para debates sob diferentes perspectivas, como um novo modelo socioeconomico, instrumento para a busca da redução da emissão de carbono, valorização dos povos da floresta, por exemplo.
A roda de conversa foi mediada pelo secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Mauro O'de Almeida; com a participação de Renato Coelho, mestrando em propriedade intelectual e transferência de tecnologia para a inovação do IFPA campus Belém; Joice Ferreira, pesquisadora da Embrapa; Letícia de Moraes, Diretora Estadual do Conselho Nacional de Comunidades Extrativistas; José Otávio Passos, Diretor TNC Brasil na Amazônia ; Tainah Fagundes, empreendedora da Tribu.
Os integrantes participaram de forma ativa, explanando oportunidades e desafios na prática da bioeconomia. Um dos pontos desafiadores está a visibilidade, reconhecimento e participação amazônida. “Como empreendedora, são muitos desafios. O primeiro foi se encontrar, achar uma voz e conseguir falar melhor com o lugar que nos é de direito. Precisei ir para São Paulo para ter acesso, não a recursos, mas a contar sobre a Amazônia. A gente precisou ir para fora, para ter visibilidade e conseguir voltar. Agora conseguimos ver o estado olhando para a gente”, falou a representante da empresa de biomoda Da Tribu, Tainah Fagundes.
Morado há um ano e meio em Belém, José Otávio Passos, Diretor TNC Brasil na Amazônia, trouxe um pouco da experiência de quem está fora do contexto amazônico. "A amazônia, o Pará, em particular transborda bioeconomia, você não dá um passo aqui sem sentir a bioeconomia, é uma cultura viva, mas apesar disso, alguns dos aspectos que queria trazer, é a distribuição da renda dessa bioeonomia. Para cada R$10,00 gerado por meio da bioeocnomia, apenas um real fica para as famílias. Isso é uma diferença muito grande. É um grande desafio. Quando a gente faça que a bioeconomia pode ser um caminho para combater as mudanças climáticas, se a gente tá falando de manter a floresta de pé, para salvar o nosso planeta, como a gente vai falar disso sem ver que quem tá gerando esses produtos e cuidando da floresta está recebendo apenas 10% do valor?!", indagou.
No diálogo foi exposto também a perspectiva do setor de pesquisa, que enfatizou a importância de utilizar a bioeconomia como vetor de preservação florestal, assim como o desenvolvimento e fortalecimento socioambiental.
Letícia de Moraes, Diretora Estadual do Conselho Estadual de Comunidades Extrativistas, reforça que ao abordar bioeconomia deve-se pensar em preservação e sinergia. “Porque não é possível desenvolver a economia se não preservar território. O nosso ponto de partida é isso. Para nós a reflexão sobre desenvolvimento dessa estratégia de bioeconomia deve partir de uma construção coletiva, como estamos aqui, intersetorial. afirmou”
Titular da Semas, Mauro O' de Almeida: "Na Semana do Meio Ambiente, queremos refletir sobre o caminho que estamos traçando". O secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Mauro O’de Almeida, destacou as ações do Estado para incentivo de uma nova economia, com base na preservação dos agentes naturais. Entre as ações enfatizadas está o primeiro Fórum Mundial de Bioeconomia no Brasil; o marketplace para exposição de produtos bioeconomicos e a construção do Plano Estadual de Bioeconomia (Planbio), que possui a meta de alcance até outubro deste ano. “Na Semana do Meio Ambiente, queremos refletir sobre o caminho que estamos traçando. É um caminho que acreditamos e também desafiador, mas é um caminho possível. Um dos desafios encontrados no Brasil é que a população entenda da urgência e se coloque como elemento transformador nesse momento geopolítico que vivemos”, destacou o secretário.
Marketplace da bioeconomia - Um espaço para comercialização de produtos voltados à bioeconomia foi disponibilizado na área externa do evento. Estandes da área de moda, alimentícia e ecocosmnésticos foram alguns que os visitantes do evento puderam apreciar.
“É muito gratificante participar do marketplace, é uma porta que está sendo aberta para pequenos empreendedores de bioeconomia. O público precisa ser conscientizado por esse tipo de abordagem, de conversa. Porque vai muito além do que o produto pode oferecer para o consumidor”, Kennedy Pereira, vendedor de um dos expositores de produtos de bioeconomia.
Lourival Ribeiro é engenheiro mecânico e considera que a iniciativa da feira de bioeconomia é maravilhosa para a visibilidade da cultura do estado. “Nós precisamos ter essa sustentabilidade interna, nós temos que reconhecer nossos produtos e temos que gostar. Nós precisamos conhecer isso. Então quando há uma divulgação dessa é levado às pessoas da cidade, do estado esse conhecimento”.
SMA 2022 - A Semana do meio Ambiente é uma iniciativa do Governo do Estado por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) em parceria com Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), Secretaria de Estado de Cultura (Secult), Secretaria de Estado de Turismo (Setur) e com apoio do Sebrae/Pa.