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SAÚDE E INCLUSÃO

Arraial do Pavulagem volta a alegrar pacientes do Ophir Loyola

Prestes a reestrear nas ruas de Belém, coletivo de artistas retornou à casa de saúde em apresentação animada

Por Governo do Pará (SECOM)
02/06/2022 17h46

Os corredores do Hospital Ophir Loyola (HOL) voltaram a ser palco de espetáculo promovido pelo Arraial do Pavulagem. Nesta quinta-feira (02), a ação voluntária, realizada em parceria com a Divisão de Terapia Ocupacional da casa de saúde, animou pacientes, acompanhantes e servidores. A apresentação convidou internos e acompanhantes a momentos de descontração.

Radicada no município de Maracanã, a maranhense Maria Raimunda Pereira, de 55 anos, era só alegria. Quando indagada sobre o motivo de tanta animação, a paciente foi categórica: “a música traz lembranças que marcam”. Segundo ela, recordações que jamais imaginou vivenciar em ambiente hospitalar. “Nasci no Maranhão, mas moro no Pará há quase 40 anos. Na minha terra natal também temos a tradição do boi e, quando ouvi as músicas, as batidas do tambor, lembrei da minha infância e adolescência vividas no Nordeste. Não tem como esquecer, foi muito emocionante”, contou Maria.

Na véspera de realizar intervenção cirúrgica para a retirada de um câncer no joelho, a dona de casa não se conteve no leito. Animação que contagiou também a filha, a esteticista Paula Pinheiro. “As limitações impostas pela doença não foram suficientes para contê-la. Ela dançou como pode, num ritmo improvisado mesmo, ainda que sentada. Foi muito animada a visita. Confesso que não conhecia o Arraial, mas quando comentei por telefone com meu esposo, ele disse que conhecia e que com certeza eu iria gostar. E gostei muito”, afirmou Paula. 

Quem também resgatou lembranças durante a apresentação do Batalhão da Estrela Azul foi 

Iracema da Silva, de 57 anos. Emocionada, recordou da família, em especial da filha e dos netos, que moram em Santarém. “Meu choro é de saudade, mas também de gratidão por saber que estão bem. Soube que teria Pavulagem hoje por aqui e me alegrei, fizemos festa aqui. É bom ouvir, sorrir e distrair a mente. Eu amo o mês de junho e fui com eles até onde pude”, afirmou.

Entretenimento também para quem acompanha de perto o tratamento de alguém querido, como é o caso de Irene Valente, irmã e acompanhante de Iracema. “O Arraial trouxe alegria sem afetar nossa tranquilidade. A animação nos fez esquecer dos problemas, afinal, somos humanos, nos apegamos, lutamos e superamos as dificuldades também. Momentos assim nos sensibilizam, mas de uma forma muito boa, é um sentimento muito bom. Eu gostei muito dessa programação”, disse Irene.

Ao avaliar a importância dessas memórias afetivas, a chefe da Divisão de Terapia Ocupacional, Márcia Nunes, pondera que essas recordações promovem sensação de bem-estar aos pacientes, diminuindo o estresse e as tensões ocasionadas pela ansiedade. “A diversão não tem dia ou hora certa para acontecer, ela está nos pequenos momentos, mas também em ações valorosas maiores, como a presença do Arraial do Pavulagem neste hospital. Eles trouxeram muita diversão, e a gente entende que as ações de cuidado permeiam a humanização e essa ação promove a aproximação ainda maior entre o cuidador e o paciente. Todos caminhamos juntos em uma só direção, que é o cuidado e atenção para com os usuários”, afirmou a chefe da Divisão de Terapia Ocupacional, a terapeuta Márcia Nunes.

Espaço Acolher - Diagnosticada com um câncer de mama, a cametaense Maria Benedita Gonçalves compareceu nesta manhã ao Ophir Loyola para mais uma sessão de quimioterapia. Como de costume, aguardou atendimento no Espaço Acolher - ambiente voltado para a realização de artesanatos e atividades lúdicas com pacientes e acompanhantes. Enquanto produzia uma tiara decorada com temas juninos, a dona de casa foi surpreendida com o arrastão da alegria.

“A doença nos abala bastante e eu quase parei com toda a minha rotina. Mas por ser muito bem tratada e acolhida nesse ambiente (Espaço Acolher), eu ergui a minha autoestima. Aprendi a fazer artesanatos. Aqui eu converso com pessoas de todos os lugares e compartilhamos muitas experiências. No hospital me sinto ouvida e ganho forças para fortalecer outras pessoas também. Tenho uma amiga que descobriu recentemente que está com câncer, é aconselhando que eu também me fortaleço”, afirmou.

“Eu moro longe do hospital, se eu pudesse, estaria todo o dia aqui, porque fazer artesanato e conversar com minhas colegas é muito legal. Eu gosto muito de pintura, mas hoje eu estou decorando um chapéu de São João. E fiquei surpresa com a presença do Pavulagem e entrei na roda para dançar com todo mundo”, disse sorrindo. 

Arte nas ruas - Considerado uma das maiores manifestações artísticas do Pará, o Arraial do Pavulagem completa 35 anos retornando às ruas nos próximos dias 12, 19 e 26 de junho, e 3 de julho. “A nossa motivação para fazer essas ações de levar cultura e alegria para os pacientes do Ophir Loyola é a mesma que nos leva às ruas. Mantemos vivos os costumes e cultura do povo paraense e o compromisso de fazer com que seja acessível a todos. Tornando saberes e conhecimentos populares mais acessíveis para a população. É por isso que prezamos por essa parceria com o HOL e nos propusemos a levar alegria a todos independente de onde estejam”, afirmou o produtor executivo do Instituto Arraial do Pavulagem, Gustavo Moreira.

Nos dias de arrastões, em Belém, a concentração de brincantes começa às 8h, na Praça da República. O cortejo segue pela Av. Presidente Vargas e encerra na Praça dos Estivadores, com apresentações do coletivo de artistas. “Nesse período pandêmico, a gente sentiu muita falta das festividades juninas e das apresentações nas ruas. O Arraial traz esperança de dias melhores. A alegria e descontração criam uma atmosfera de calor e acolhimento sem igual”, concluiu Márcia.