SUS prossegue com ações para prevenção do suicídio
Chamado de Setembro Amarelo, o mês que acabou no último domingo foi o mês mundial de prevenção do suicídio, um sério problema de Saúde Pública que afeta a população de todos os países. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) uma pessoa comete suicídio a cada segundo no mundo, o que representa duas mil pessoas diariamente e 800 mil por ano. Os jovens e adultos jovens são os mais afetados e é a segunda causa maior de morte entre os jovens de 15 a 29 anos de idade.
Para reverter esse quadro preocupante, o Brasil tornou-se signatário do Plano de Ação em Saúde Mental, lançado em 2013 pela OMS, que tem a meta de reduzir em 10% a mortalidade por suicídio até 2020. O objetivo do plano é acompanhar o número anual de mortes e o desenvolvimento de programas de prevenção.
Para ampliar a assistência em todo o Brasil, foram habilitados novos Centros de Atenção Psicossocial (Caps); implantadas ligações gratuitas para o Centro de Valorização da Vida (CVV), que, no ano passado, recebeu dois milhões de ligações de cidadãos em busca de ajuda, o que corresponde ao dobro registrado em 2016; além da qualificação dos profissionais que atuam no SUS.
Segundo o coordenador estadual de Saúde Mental da Sespa, Ângelo Crescente, no que se refere à prevenção do suicídio entre os paraenses, a Sespa tem trabalhado, principalmente, na capacitação de profissionais de saúde para atender a essa demanda nos serviços de saúde oferecidos pelo SUS, assim como no monitoramento desses serviços. “Durante o mês de setembro, também participamos de diversas ações em parceria com outras instituições como do III Seminário de Prevenção ao Suicídio Setembro Amarelo do Hospital de Aeronáutica de Belém; da programação comemorativa dos 71 anos dos Alcoólicos Anônimos (AA), na qual falei sobre o tema, e da campanha de prevenção da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e do Conselho Federal de Medicina (CFM), cuja atividade aconteceu no último sábado conduzido pela Associação Paraense de Psiquiatria”, detalhou o coordenador estadual.
Dados - A atualização do boletim epidemiológico sobre suicídio também é uma das metas da Agenda Estratégica de Prevenção do Suicídio, lançada pelo Ministério da Saúde em 2017. Dessa forma, conforme o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), entre 2007 e 2016, foram registrados 106.374 óbitos por suicídio, sendo que em 2016, a taxa chegou a 5,8 por 100 mil habitantes, com a notificação de 11.433 mortes por essa causa.
O suicídio é um fenômeno complexo e multifacetado, que pode afetar indivíduos de diferentes, origens, classes sociais, idades e orientações sexuais. Entre as medidas preventivas contra o suicídio destacam-se o controle de armas de fogo e de acesso a agrotóxicos, a redução do uso prejudicial de álcool e outras drogas e a conscientização da mídia para comunicação responsável sobre o tema.
No que tange à mídia, foi editado um documento específico para jornalistas, pois é preciso ter cuidado com o “efeito contágio”, ou seja, a forma como o suicídio é divulgado pode levar a outros casos. Assim, é importante evitar noticiar o suicídio em primeira página, evitar publicar fotos e usar a palavra suicídio no título, não divulgar o método utilizado, o lugar e bilhetes suicidas, não apresentar causas únicas e não falar em tentativa “bem-sucedida” ou “êxito”. E é sempre importante informar telefones úteis, onde buscar ajuda, os sinais de alertas e utilizar linguagem adequada.
Serviço
O Centro de Valorização da Vida (CVV) atende pelo número 188 gratuitamente em todo o Brasil (https://www.cvv.org.br/).