Obras no Cemitério da Soledade estão na fase de restauro de túmulos
O local, em Belém, vai abrigar uma área expositiva na capela, ações de educação patrimonial e informações expográficas
Frente de trabalho da restauração do histórico Cemitério da Soledade criado no ano de 1850, em Belém Símbolo da história paraense, o Cemitério da Soledade abriga túmulos de personalidades da trajetória do Estado. Com o objetivo de preservar o patrimônio arquitetônico, urbanístico e paisagístico, além de oferecer novas opções de uso, a Secretaria de Estado de Cultura (Secult) trabalha na restauração do espaço.
O investimento gira em torno de R$ 16 milhões para transformar o ambiente em parque público, incorporando um museu e outras ações culturais abertas à população. O local vai abrigar uma área expositiva na capela, ações de educação patrimonial e informações expográficas.
De acordo com o secretário de Estado de Cultura, Bruno Chagas, as obras seguem após a desocupação do depósito da feira da travessa Doutor Moraes, pela prefeitura de Belém, na última semana. “Finalmente foi atendida, para que pudéssemos dar continuidade na execução da obra do cemitério. Já iniciamos a fase de restauro dos túmulos", afirmou ele.
O trabalho de restauração e revitalização em túmulos é cuidadoso no Cemitério da Soledade"Toda a parte hidráulica, elétrica e de encaminhamento já estão em fase de conclusão. A capela e o muro iniciarão nessa semana a parte da pintura e revitalização. No pórtico de entrada também já iniciamos a revitalização e esperamos que o cronograma possa ser atualizado apesar do atraso que ocorreu relacionado à prefeitura até o final desse primeiro semestre”, acrescentou o titular da Secult.
Para Renato Gimenes, coordenador do curso de História da Universidade do Estado do Pará (Uepa), o trabalho de restauração ocorre quando o bem está em estado muito ruim de conservação e precisa ser revitalizado por meio de um projeto que visa integrá-lo ao presente.
As obras dentro do Soledade iniciaram em agosto de 2021, e incluem pórtico e uma nova entrada A arquitetura mortuária abriga obras do barroco, neoclássico e neogótico. “Uma restauração é um projeto de intervenção de grande alcance sobre o bem, ressaltando tanto suas características originais quanto o passar do tempo, suas transformações, com a finalidade de registrar a memória dos sujeitos e dos acontecimentos que foram responsáveis pela forma de um espaço. Um restauro é um projeto delicado e demorado, que demanda tempo e pesquisa, e que não pode ser feito por empreitada, por exemplo. Existe uma fundamentação teórica para os restauros, fundamentada em pesquisa histórica, arquitetônica, arqueológica”, destaca Renato Gimenes.
As obras do Cemitério da Soledade iniciaram em agosto passado e incluem o restauro de parte da arquitetura mortuária e do pórtico, a criação de uma nova entrada voltada para a travessa Doutor Moraes, a construção de calçamentos com acessibilidade, banheiros, área para administração, iluminação e paisagismo.
A arquitetura mortuária abriga peças dos estilos barroco, neoclássico e neogóticoO projeto é o resultado de um Acordo de Cooperação Técnica para o restauro e requalificação, assinado entre o governo do Estado, por meio da Secult, e a Prefeitura de Belém.
Estima-se que mais de 30 mil pessoas foram enterradas no Cemitério Nossa Senhora da Soledade, criado em 1850. No período de atividade, a população enfrentou duas epidemias: febre amarela (1850) e cólera (1885).
Patrimônio histórico
Além do Cemitério da Soledade, o Governo do Estado também executou obras de restauro do Theatro Da Paz, entregue em agosto do ano passado. Com 143 anos de existência e classificado como um Teatro-Monumento, o “Da Paz” recebeu investimentos de R$ 4,5 milhões em obras iniciadas em novembro de 2020.
As intervenções realizadas incluíram a revitalização da fachada; restauro completo do forro das varandas; pinturas internas e pinturas especiais; reforma do forro e das instalações elétricas; reforma e limpeza de pisos; substituição das palhinhas das cadeiras; tratamento de esquadrias; revitalização total do Café da Paz e reforma completa dos banheiros, adaptados à acessibilidade e com instalação de elementos decorativos inspirados no mosaico do hall de entrada do TP.
Em janeiro deste ano, o Governo do Estado entregou o Museu de Arte Sacra revitalizado. Com investimento de aproximadamente R$1 milhão, foram realizadas intervenções para reconstituição da pintura das fachadas, reparos no telhado, a remoção de infiltrações, goteiras, desentupimento das calhas e outros. O local, que abriga ainda a Igreja de Santo Alexandre, não recebia essa revitalização completa há cerca de 10 anos.