Estado inicia em escola programação da Campanha 16 dias de Ativismo
“Cultivar a paz: desconstruir mitos e preconceitos em torno da violência contra a mulher” é o tema deste ano da campanha preventivo-educativa 16 dias de Ativismo, iniciada na manhã desta quarta-feira (14), na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Dom Alberto Gaudêncio Ramos, em Ananindeua, município da Região Metropolitana de Belém. A iniciativa do governo do Estado contou com a participação de diversas instituições, que prestaram serviços de emissão de carteira de identidade, certidão de nascimento e carteira de trabalho, além de orientação jurídica e teste rápido para HIV, hepatites B e C e verificação de pressão arterial.
A Campanha 16 dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra a Mulher é realizada desde 2003, com o objetivo de mobilizar e conscientizar a sociedade. Para Maria Tavares da Trindade, coordenadora de Integração de Políticas para Mulheres da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), a campanha enfatiza políticas públicas importantes para a sociedade. “Atualmente, estamos com 16 Delegacias da Mulher implantadas no Estado, além do Pro Paz Mulher que presta um atendimento humanizado à mulher vítima de violência doméstica, sexual e familiar. Essas políticas nos possibilitam continuar lutando e conscientizando a sociedade”, afirmou.
A assistente social do Pro Paz de Ananindeua, Rosana Moraes, ressaltou a importância de ter espaços especializados para acolhimento e proteção de mulheres em situação de vulnerabilidade. “Desde 2003, a criação da Secretaria de Políticas para Mulheres do Governo Federal trouxe uma série de investimentos nesta política com a criação de delegacias especializadas. No Pará, as ações são recorrentes e de bastante efeito para o enfrentamento contra a violência”, garantiu.
Direitos - Pela manhã, alunos de 17 escolas da rede pública de ensino de Ananindeua fizeram apresentações de trabalhos e peças teatrais sobre a temática da campanha. A estudante Maria Antônia de Oliveira, 16 anos, que cursa o 9º ano na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Paraense, disse que utilizará tudo o que aprendeu em sala de aula para ajudar e informar quem desconhece seus direitos. “Eu fiquei muito triste quando o professor disse que antigamente somente os homens podiam estudar. Nós não tínhamos espaço e nem direito a nada. Tudo o que aprendi sobre os nossos direitos eu vou lembrar pra sempre, e vou falar para toda a minha família e comunidade”, ressaltou.
A diretora da Escola Dom Alberto Gaudêncio Ramos, Marilene Amorim, acredita que o debate sobre o tema com os alunos pode mudar a realidade de muitos jovens e suas famílias. “Aqui, na escola, o debate sobre a violência contra a mulher é trabalhado paralelo ao conteúdo programático, e esta sensibilização transforma a realidade deste indivíduo que está em processo de formação de caráter. É gratificante ver o empenho deles para serem cidadãos melhores”, declarou a diretora.