Protagonismo da juventude e das mulheres foi tema de Encontro Literário na 24ª Feira do Livro, neste sábado (04)
Programação contou com a presença das autoras Monique Malcher e Bruna Guerreiro, e mediação da também autora Cláudia Vidal
O terceiro Encontro Literário da 24ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes foi realizado na noite deste sábado (04) trazendo as vozes da juventude para o centro do debate. Com o tema "Literatura paraense - jovens escritoras", as autoras Monique Malcher e Bruna Guerreiro foram as representantes da juventude no encontro, trazendo temas que abrangeram desde ao processo de planejamento e produção literária até o protagonismo feminino na área cultural no Pará. A programação contou com a mediação de Cláudia Vidal, também autora paraense.
Monique Malcher venceu recentemente a edição de 2021 do prêmio Jabuti, um dos principais prêmios literários brasileiros, concedido pela Câmara Brasileira do Livro, com a obra "Flor de Gume", na categoria conto.
Antes da programação, Monique também esteve no estande Ponto do Autor e destacou a importância dos temas da obra para a sociedade e, em especial, as mulheres. "Os temas que o Flor de Gume traz, como a violência doméstica e alienação parental, são coisas que acontecem, então, neste livro, mais importante que o prêmio Jabuti, é quando uma professora mostra ele em sala de aula, quando o livro está aqui em estandes da Feira do Livro em que professoras, mães, filhas, têm acesso, porque o livro traz questões, e é a partir das questões que a gente pode modificar o mundo", conta a autora.
A literatura cria espaços para discussões de temas relevantes para a juventude e a inclusão, e a Feira do Livro, desde 2019, propõe fazer parte deste movimento, promovendo espaços como os Encontros Literários, atraindo cada vez mais o público paraense.
"A melhor forma de atrair o público é poder falar que a literatura não é um lugar das elites, a literatura é um lugar das pessoas. Existem várias vozes espalhadas neste Brasil e essas vozes podem vir de vários lugares, quando as pessoas leem elas querem se sentir representadas", destacou Monique.
Essa possibilidade de se sentir representada foi o que cativou a fotógrafa Lua Leão no Encontro Literário. "Vivemos em uma sociedade que ainda precisa melhorar em muitos aspectos com as mulheres e esse espaço para autoras narrarem suas vivências é muito importante. Eu me vejo como artista lá e sei que muitas outras também; a representatividade é algo que muda realidades", disse.
Bruna Guerreiro, durante a conversa no encontro, também ressaltou a importância da produção cultural que celebra a diversidade no Pará. "Existe uma expectativa de que seja apresentada um tipo de identidade nas nossas obras, mas isso mostra como algumas vezes temos ideias pré-concebidas do que é a cultura do Pará e nós somos múltiplos, com uma variedade de linguagens e temas e não existe nada em nós que seja tão universal quanto a literatura em si", falou a autora.
A 24ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes segue até domingo (05), de 9h às 21h, na Arena Guilherme Paraense, o Mangueirinho.