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CULTURA E CIDADANIA

Editora Pública Dalcídio Jurandir, da Ioepa, é homenageada em sessão especial na Alepa

O órgão editorial da Imprensa Oficial do Pará completa dois anos de fomento à cultura e recebe homenagens na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa)

Por Governo do Pará (SECOM)
25/11/2021 16h57

Presidente da Ioepa, Jorge Panzera, na sessão da AlepaOs dois anos de existência da Editora Pública da Dalcídio Jurandir, da Imprensa Oficial do Estado do Pará (Ioepa), foram lembrados em uma sessão especial da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) nesta quinta-feira (25), no Auditório João Batista, das 10h ao meio-dia. A editora foi homenageada pelos dois anos de serviços prestados à promoção, divulgação e fomento da literatura e da cultura paraenses. A homenagem foi solicitada pelo deputado Carlos Bordalo (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos e do Consumidor da Alepa e contou com a presença de autoridades do governo do Estado e da Prefeitura de Belém, representantes das universidades, escritores, servidores da Ieopa, educadores e integrantes da sociedade civil.

A mesa da sessão foi formada pelo deputado Carlos Bordalo, que presidiu a sessão; Jorge Panzera, presidente da Ieopa; Moisés Alves, editor e coordenador da Editora Dalcídio Jurandir; Rodrigo Moraes, secretário de Habitação de Belém (Sehab); Elana Silva, agente distrital de Iocaraci; Gilmar Pereira da Silva, vice-reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA); e Anderson Maia, diretor do Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE) da Universidade do Estado do Pará (Uepa).

Moisés Alves fez um histórico de todas as atividades da editora desde a criação, pela assinatura do decreto de criação assinado pelo governador Helder Barbalho em 24 de julho de 2019, durante a 23ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, no Hangar, até os das de hoje. Moisés lembrou todos os processos que culminaram na elaboração, lançamento e culminância do Edital Prêmio de Literatura Dalcídio Jurandir, ressaltou a importância do trabalho da equipe da editora, recordou o início de gestão no qual Rodrigo Moraes capitaneou a editora e destacou a criação de uma política pública voltada ao livro e à leitura, e que fomenta a literatura, além de incentivar a cultura e o conhecimento no Estado do Pará. “Tudo isso e muito mais foi resultado de uma vontade e do trabalho do governador Helder Barbalho, do nosso presidente Jorge Panzera e, não menos importante, do apoio da sociedade, dos escritores e de nossa equipe da editora”, disse Moisés Alves.

PROJETO DE LEI - O coordenador da Editora Pública Dalcídio Jurandir, lembrou que nesses dois anos de atividades, a Ioepa desenvolveu várias ações ligadas à promoção da literatura com o lançamento de editais públicos, produção de livros de autores fora de catálogo, obras comerciais e valorização das produções científicas.O proponente da sessão, deputado estadual Carlos Bordalo

Ele deixou como sugestão à Alepa a transformação do decreto de criação da Editora Dalcídio Jurandir (Decreto nº 272, de 24 de agosto de 2019) em um projeto de lei, e que o Legislativo estadual crie, assim, uma política de Estado perene voltada à literatura paraense. “Isso vai dar segurança a autores e autoras do Pará de que a Editora Dalcídio Jurandir vai se manter atuante e cumprindo seu dever, independentemente de governos que venham a assumir posteriormente a gestão estadual”, disse Moisés Alves.  

Todos os componentes da mesa fizeram uso da palavra e destacaram a importância que a Ioepa e a editora pública têm alcançado na publicação de obras científicas, de autores fora de catálogo, de pesquisadores, de obras memorialísticas etc, tornando-se uma referência no campo literário e editorial do Estado do Pará.

Entre os convidados, Rodrigo Moraes, da Sehab, lembrou que foi o primeiro coordenador da editora pública e destacou a importância dos autores para a existência dela. “Não haveria editora sem os nossos autores porque esse trabalho não é feito a duas mãos, mas uma construção coletiva. Então, eu lembro aqui, que o que fizemos foi a reconstrução de uma política pública de editar e imprimir livros, que só foi possível com a participação dos nossos escritores”, argumentou Rodrigo Moraes.

Servidores e convidados na sessão especial sobre a IoepaDEPOIMENTOS - Dois escritores também fizeram uso da palavra para homenagear a “Dalcídio Jurandir” e agradecer pela chance de terem suas obras publicadas: Milena Lima Costa e Nelson Maués. “Eu sou uma escritora autista, que tinha um sonho: ter meu livro publicado. A Imprensa Oficial fez isso para mim. Quero agradecer aqui a oportunidade de ter meu livro publicado”, disse Milena.

Já Nelson Maués fez um discurso breve, mas emocionado: “Recebi muitos nãos quando tentei publicar meu livro ‘De Belém a Xangai’. Todas as portas foram fechadas pra mi, todos diziam que meu livro não era importante. A Editora Dalcídio Jurandir acreditou na minha obra, foi a única a me abrir as portas e hoje eu sei que meu livro é importante. Muito obrigado”.

EXPERIÊNCIA VITORIOSA - Jorge Panzera afirmou que a experiência de dois anos da Editora Pública Dalcídio Jurandir é extremamente vitoriosa. Ele lembrou que a Ioepa instituiu uma política pública, que vem apresentando novos títulos à disposição do público leitor e afirmando uma identidade do Pará ao publicar livros e valorizar os seus autores. “Vale ressaltar que em 2019, o livro ‘Flauta de Bambu’, de Haroldo Maranhão, foi o nosso principal livro lançado na Feira. Este ano, teremos como lançamento principal os livros dos editais públicos, premiando autores em prosa e poesia. São 11 livros do Dalcídio Jurandir e seis do Edital Científico da Uepa. Também faremos lançamentos diversos durante os cinco dias da Feira do Livro deste ano. Somando os dois anos da editora, vamos chegar a 70 livros lançados e, até fevereiro de 2022, ao centésimo livro da editora”, informou o presidente da Ioepa, Jorge Panzera.

CIRCULAÇÃO - Ele destacou ainda a importância da Ioepa em seus 131 anos de história e de trabalho. Lembrou que a Imprensa Oficial publica livros desde a década de 60, mas que o estabelecimento de um edital cria uma nova forma de democratização da literatura, de acesso dos autores à publicação, por ser um mecanismo de transparência. Panzera ressaltou ainda a importância do Portal do Conhecimento e da editora pública dentro das ações da Ioepa.

Para finalizar, o presidente da Ioepa disse que um dos próximos objetivos da autarquia e da editora é criar um instrumento para garantir a circulação das obras dos escritores. “Descobrimos que a publicação é importante e deve ser incentivada, mas nós sabemos que nesse momento há muitos autores com caixas cheias de livros sem saber como fazer para que suas obras circulem pelo Pará. Então, vamos trabalhar para isso em 2022”, anunciou Panzera

DIREITO HUMANO - O proponente da sessão especial, Carlos Bordalo, destacou o trabalho da atual gestão da Ioepa na ressignificação do papel da autarquia. “A Imprensa Oficial sempre teve um papel de destaque na história e na política de nosso Estado. A atual gestão ressignifica o papel da Ioepa além do papel protocolar, com várias ações que vinculam a edição de livros à circulação e fruição da cultura. A Ioepa e sua editora vêm se destacando como espaço no qual a sociedade tem acesso à literatura em todas as vertentes e estilos. E garantir o acesso a isso é também um direito humano”, opinou o parlamentar.

De forma simbólica e para marcar a data, os autores do Edital Científico da Uepa receberam cada um seu livro impresso (as obras já foram publicadas em forma de e-books feitos pela editora pública).

Moisés Alves também divulgou o catálogo contendo as obras dos livros dos dois editais, dos dois anos da editora  e do acervo da Ioepa. O catálogo será distribuído durante a 25ª Feira do Livro e das Multivozes, de 1 a 5 de dezembro de 2021, na Arena Guilherme Paraense (Mangueirinho), em Belém.

*Texto de Ailson Braga (Ascom Ioepa)