Violência contra a mulher é combatida com ações de curto, médio e longo prazos
Secretarias e órgãos estaduais atuam em parceria com a sociedade civil organizada em ações de combate à violência e a Uepa pesquisa e gera reflexões sobre o tema
O 25 de novembro é o Dia Internacional da Não-Violência contra Mulher e motiva a campanha "16 dias pelo fim da violência contra as mulheres". No Pará, além das ações desenvolvidas pelas diversas secretarias de governo, a gestão estadual entende que é importante debater e pesquisar soluções para o fenônemo social. Na Universidade do Estado do Pará (Uepa), o Grupo de Pesquisa Gênero, Feminismos e Sexualidades (Gefes), tem uma linha que estuda gênero, violência e educação.
Márcia Jorge, responsável pela Coordenadoria de Integração de Política para Mulheres (CIPM), da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) e presidente do Conselho Estadual da Mulher fala da importância dos 16 dias de ativismo. “A Secretaria tem buscado esse trabalho de acordo com o Plano Estadual de Política para as Mulheres. O enfrentamento requer um atendimento pela rede com os serviços especializados ou não, mas em uma articulação de rede, com o fluxo de atendimento integrado proporcionando inserção nos programas das várias secretarias de governo”, comenta.
Ainda segundo a gestora, o planejamento prevê ações para o empoderamento econômico, por meio do Projeto Girândola, em parceria com os municípios, oferecendo desde o acolhimento diferenciado para resgate da autoestima até cursos de formação em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
“Hoje estamos lançando o sistema que tem como objetivo atender as mulheres em situação de violência, através da integração dos serviços da unidade ParáPaz integrada, diminuindo a revitimização e após o atendimento psicossocial a Polícia Civil terá as informações sem precisar que relate novamente a sua história de dor”, acrescenta Márcia.
Além das ações de curto e médio prazos, o combate à violência contra a mulher necessita de uma reflexão mais profunda em sociedade. Lana Macedo, coordenadora do Grupo de Pesquisa Gênero, Feminismos e Sexualidades (GEFES) da Uepa, fala da programação da violência contra a mulher negra, considerando também o Dia Nacional da Consciência Negra.
O grupo é recente, formado em 2019, e é composto por professores, estudantes e técnicos. Envolve estudos de diferentes disciplinas como sociologia, psicologia, serviço social, de campi da capital e do interior. Essa atuação interdisciplinar é importante para tentar compreender – especialmente no âmbito acadêmico – as diferentes perspectivas que a linha de pesquisa do grupo “gênero, violência e educação” pode abranger.
As pesquisas estruturadas e políticas articuladas são importantes para melhorar a proteção e autonomia das mulheres para, assim, evitar a ocorrência dos crimes. “A importância de trazer o debate para a academia se dá através dos diversos dados, como o Mapa da Violência de 2015 que coloca o Brasil com o 5º país que mais mata mulheres, geralmente cometido por homens que fazem parte do círculo delas”, informa a pesquisadora.
Os 16 dias de ativismo são promovidos desde 2019 e estimulam a discussão do tema em sociedade. “Em relação à violência contra a mulher, temos trabalhos na área em Castanhal e São Miguel, pois não fica só na capital. O perfil das vítimas atinge diferentes classes sociais, mas via de regra são as que estão em situação mais vulneráveis, como a dependência financeira e emocional, é uma multiplicidade de fatores”, pontua Lana.
As denúncias de violência contra a mulher podem ser feitas por WhatsApp do Disque Denúncia (91) 98115-9181, ou ligar para 181 ou acionar o Centro Integrado de Operações (Ciop), via 190.