Santa Casa desenvolve aplicativo que reduz tempo de espera por acomodação de pacientes internados
O serviço de hotelaria da Santa Casa do Pará busca otimizar a limpeza e higienização dos leitos. É o único hospital público do estado com esta tecnologia. A meta do serviço da instituição é proporcionar uma experiência de acolhimento completa aos usuários.
A hotelaria hospitalar é um serviço que busca proporcionar mais conforto e bem-estar aos pacientes internos, auxiliando na melhoria contínua do ambiente hospitalar, o que ajuda na evolução do tratamento dos internados.
Maria Alves Belém, diretora de Apoio Técnico e Operacional (DATO), diz que a Gerência de Hotelaria Hospitalar (GHot) implantou uma ferramenta de dados operacionais em saúde, desenvolvida pela Gerência de Tecnologia da Informação (GTIN), com um aplicativo de higienização, que contempla um painel de gestão em saúde. 
O aplicativo aprimora a dinâmica de higienização e arrumação dos leitos
“Esse aplicativo acompanha as limpezas terminais pós-alta hospitalar e abrange o total de altas no período; o total de tempo gasto na higienização; o tempo médio de higienização e o tempo médio de arrumação dos leitos. E tem como objetivo dar maior exatidão no registro do status do leito e maior agilidade da disponibilidade do leito vago no sistema e acompanhando todo o processo, contribuindo para o giro do leito de uma forma mais otimizada”, destaca a diretora.
Maria Belém afirma ainda que com esse avanço tecnológico, a Fundação Santa Casa fica na vanguarda em gestão do leito nas instituições públicas no Norte do País. No cenário nacional, apenas 70 instituições de saúde trabalham com esse tipo de tecnologia.
Logística - O gerente de hotelaria hospitalar da Santa Casa, Paulo Maia, explica que o serviço de hotelaria hospitalar da Fundação Santa Casa do Pará envolve três setores específicos (limpeza e higienização, nutrição e dietética e a lavanderia), e pretende agregar outras áreas como ambientação, paisagismo e a recepção para oferecer, aos usuários e servidores, a melhor experiência de acolhimento pautada na política nacional de humanização.
Paulo relata que as camareiras que trabalham no hospital utilizam celulares e, com o aplicativo, conseguem liberar o leito, em tempo real, para a Central de Internação de Leitos do hospital.
“No momento, estamos trabalhando nas unidades de internação, do sétimo até o quarto andar, do prédio novo. Até o próximo semestre vamos ampliar para outras áreas, tanto Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), como Unidades de Cuidados Intermediários (UCIs). Atualmente, estamos atendendo 226 leitos, dos 486 disponíveis”.
O profissional destaca o empenho da equipe em atingir as metas propostas, garantindo melhor serviço para os internos. "Estamos trabalhando para reduzir o tempo médio de limpeza e higienização dos leitos desde o ano passado. Hoje entregamos o leito limpo, higienizado e arrumado em até 35 minutos, reduzindo o tempo de espera da paciente que está aguardando esse leito. Inclusive, uma das nossas metas é consolidar em 30 minutos esse tempo e elevar o nível de serviço”.
“Conseguimos ter uma performance melhor com menos custos. Isso é ganho não só para a instituição, mas para toda a sociedade. É maravilhoso ver toda a equipe da hotelaria hospitalar trabalhando em consonância com os objetivos estratégicos da Instituição”, conclui Paulo.
Para a enfermeira obstetra Carmen Castro, que trabalha há 15 anos na maternidade da Santa Casa, a parceria com o serviço de hotelaria hospitalar veio para melhorar a assistência. "A gente sinaliza a hora da alta para as meninas do serviço de hotelaria, e quando estamos muito ocupadas elas nos perguntam se teve alguma. É uma parceria muito importante que otimiza a limpeza dos leitos para que as pacientes não fiquem esperando muito tempo lá embaixo”.
Modernidade - A hotelaria hospitalar está fortemente associada à humanização do atendimento, levando em consideração a privacidade, o respeito aos valores pessoais dos pacientes e a qualidade do atendimento.
Um dos objetivos da hotelaria hospitalar é gerir o tempo de leito no hospital e a arrumação do leito. Para esse tipo de serviço, as camareiras do hospital estão utilizando sete celulares smartphones, com um app desenvolvido pela área de tecnologia da Fundação Santa Casa, onde são inseridas as informações referentes à limpeza e liberação dos leitos, com interação direta junto à equipe de regulação do hospital.
Segundo Gilberto Ramos, gerente da Gtin, a Santa Casa do Pará está iniciando uma fase de inovação tecnológica objetivando a otimização dos processos e redução de custos. “Neste sentido, nossa equipe de analistas desenvolveu uma solução mobile, totalmente integrada ao ERP (Enterprise Resource Planning -sigla em inglês - que significa Planejamento de Recursos Empresariais), proporcionando uma maior eficiência do processo de higienização de leitos da instituição, além de potencializar a gestão das equipes de hotelaria e regulação”.
“O aplicativo foi integrado ao MV, acessando diretamente o prontuário do paciente e demais dados das unidades de internação. E, em breve, haverá a expansão de soluções mobile para o restante do hospital”, diz Gilberto.
Novos equipamentos - No final do último semestre, a Fundação Santa Casa adquiriu nove camas do tipo Pré-Parto, Parto e Pós-Parto (PPP) para o centro obstétrico da ala de Pré-Parto, Parto e Puerpério (PPP) da maior maternidade pública da região Norte do país. A tecnologia, orçada em quase R$100 mil no total, foi instalada em substituição a modelos antigos.
O objetivo é modernizar cada vez mais a estrutura onde as gestantes, usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS), a partir do atendimento, são acolhidas no processo terapêutico de parto normal, com ferramentas também não-farmacológicas e equipes multiprofissionais de psicólogos a fisioterapeutas.
“As camas PPPs são elétricas, motorizadas, permitem várias inclinações. É uma cama idealizada com aparato para o parto ativo, no qual a parturiente é protagonista e escolhe a posição mais confortável”, explica o coordenador de Equipamentos da Santa Casa, o engenheiro clínico e engenheiro de produção Marcelo Miranda, especialista em Gestão Hospitalar.
“Podemos dizer que a cama é uma estratégia importantíssima, que vem somar como tecnologia. Promove conforto no pré-parto, no parto e no pós-parto. Existe um arco que até ajuda no 'puxo'. A mulher existe como dona do parto dela. São vários fatores que hoje preconizamos na individualização e na humanização de cada história”, diz a coordenadora do Centro Obstétrico de PPP da Santa Casa, a enfermeira obstétrica Michele Pinho, mestranda em Saúde.
