Seduc apresenta a profissionais da educação diretrizes do Programa Trilhas no Pará
A iniciativa enfrenta, de forma articulada, contínua e intersetorial, a distorção idade-série na rede estadual de ensino
A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) concluiu, nesta quarta-feira (06), o 1º Seminário Formativo do Programa Estadual de Correção de Fluxo - Trilhas no Pará, em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O evento começou na terça-feira (5) e reuniu gestores escolares, técnicos pedagógicos e professores da rede estadual, no auditório da Universidade da Amazônia (Unama), em Ananindeua (Região Metropolitana de Belém).
O Programa Trilhas no Pará pretende enfrentar, de forma articulada, contínua e intersetorial, a distorção idade-série na rede estadual de ensino, para os anos iniciais e finais do ensino fundamental e médio. Durante toda a capacitação, foram apresentadas propostas para a construção de um projeto educacional, seus desdobramentos pedagógicos, curriculares e também específicos.O Seminário foi realizado no auditório da Unama, reunindo gestores escolares, técnicos pedagógicos e professores
Segundo a coordenadora do Programa Trilhas no Pará, Jaqueline Blanco, “uma das premissas desta iniciativa é a escuta contínua e permanente dos estudantes e seus familiares desde o ano passado, junto às escolas-pilotos, a fim de traçar um diagnóstico do público-alvo para além dos números, mas priorizando saber quem são estes sujeitos, suas necessidades e direitos", informou.
Jaqueline Blanco enfatizou, também, que o seminário permitiu aos participantes compreender a proposta até aqui pensada, para que a adesão e o engajamento ao programa sejam ainda maiores. A partir daí, surgem mais elementos para a elaboração de uma proposta curricular com real possibilidade de atendimento às especificidades dos estudantes, desenvolvendo aprendizagens necessárias.
Para a professora de História Ercília Oliveira, que leciona na Escola Estadual Maria Antonieta Serra Freire, no distrito de Icoaraci (pertencente a Belém), “a proposta pedagógica do ‘Trilhas no Pará’ é muito válida para todos nós, professores, porque vai nos auxiliar mais na frente, quando retornarmos totalmente com as aulas presenciais. Portanto, este planejamento vai ser muito importante para o desenvolvimento de toda a comunidade escolar”, frisou a educadora.
Estratégias - No Brasil, mais de seis milhões de jovens se encontram em situação de distorção idade-série, e a maioria é formada por jovens em situação de vulnerabilidade social, conforme o levantamento do Unicef, em parceria com o Instituto Claro.
De acordo com o representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Henry Souza, diversas ações estão sendo realizadas para diminuir esses impactos. “Essa é uma preocupação do Unicef, que busca desenvolver juntos às escolas estratégias de permanência desses estudantes, e de garantir que eles possam avançar nos estudos e, ao mesmo tempo criar alternativas curriculares que evitem a produção de estudantes em distorção. Estamos auxiliando, cada vez mais, as redes estaduais de ensino, na busca de soluções para esse enfrentamento à cultura do fracasso escolar”, ressaltou.
O representante do Unicef disse, ainda, “que esses comportamentos são chamados de ‘cultura’ porque os professores precisam da assistência necessária para encontrar alternativas pedagógicas e formas de avaliações diferentes, que possam alcançar esses alunos de maneira diferenciada e assertiva”.
Texto: Vinícius Leal - Ascom/Seduc