Começa a manutenção preventiva na Ponte da Alça Viária
A Secretaria de Estado de Transportes (Setran) iniciou na manhã desta terça-feira (3), as interdições programadas por conta dos serviços de manutenção preventiva dos tirantes - cabos de aço - que sustentam um trecho de 600 metros da ponte Almir Gabriel, sobre o rio Guamá, no complexo da Alça Viária. A operação é conduzida pela Polícia Rodoviária Estadual (PRE), pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e pela empresa responsável pela manutenção dos estais (cabos de aço) que sustentam a estrutura.
Ao todo, 152 estais serão inspecionados, submetido a testes e reaproveitados após manutenção ou trocados em caso de dano. A previsão é que o trabalho seja executado ao longo de 13 meses, no qual serão feitas pequenas paralisações diárias, sem a necessidade da interdição total da ponte por longos períodos.
A sinalização e a orientação começam a quase 18 quilômetros de distância das obras na ponte, no posto da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), e continuam até a chegada ao canteiro de obras. Em todo o trajeto foram colocados alertas para redução de velocidade, para garantir a segurança dos pedestres, operários e motoristas. Durante as paralisações, agentes do Detran e da PRE orientam os motoristas sobre o obra e a necessidade reduzir a velocidade para evitar acidentes.
“Temos quatro missões básicas durante o período desta obra. A primeira é orientar os condutores sobre motivos das paradas. A segunda é auxiliar em qualquer situação que envolva a segurança pública. E a terceira diz respeito ao controle da velocidade, feita em parceria com o Detran, para garantir a segurança dos motoristas, pedestres e operários. Além disso, daremos apoio à fiscalização que vai monitorar o peso dos grandes veículos que transitam sobre a ponte e cuja carga máxima não pode ultrapassar 8.2 toneladas por eixo”, explica o tenente coronel Fialho, comandante da PRE.
A obra é a primeira do tipo no país e foi programada para assegurar que as atividades de manutenção sejam feitas sem a necessidade do bloqueio total dos 1.980 metros do trajeto que estará sob supervisão. As paralisações serão feitas de forma pontual, iniciando sempre às 8h30 e devem durar no máximo 30 minutos. Estão previstas pelo menos seis paradas ao dia. Nesta terça-feira, foram feitas quatro pela manhã, todas com o tempo menor do que o estimado.
Ivan Chaves mora e trabalha no município de Tailândia. Ele faz o trajeto pelo menos duas vezes por semana. "Achei excelente a questão da orientação. Sabemos que a manutenção da ponte é importante para evitar qualquer dano no futuro”, salientou.
Morador de Belém, Adilson Abreu também acha essencial que os motoristas sejam informados sobre a obra e as medidas de segurança. “É bom saber que eles tiveram essa preocupação de executar a obra sem paralisar de vez a ponte. Assim, nem os motoristas nem os moradores da região saem prejudicados”, pontuou.
O trecho já passou por um período de “pré-operação”, onde foram instalados andaimes com 100 metros de altura. As paralisações diárias ajudarão principalmente durante as operações para transporte de equipamentos, operários e durante a instalação ou desinstalação dos estais. Outro fator que pode determinar o ritmo das obras e das paradas é o tempo, pois a chuva e o vento não são favoráveis ao trabalho.
“Já tínhamos feito uma 'pré-operação' para montagens de andaimes e plataformas necessários para o início das atividades. Foram dois meses de preparação e hoje começamos a operação em si, com o auxílio da PRE e do Detran principalmente no controle de tráfego, paradas e orientações. Isso é fundamental para que possamos trabalhar da melhor maneira possível e finalizar o serviço dentro do prazo”, detalha Jean Carlo Correa, engenheiro da empresa responsável pela obra.
Sobre a obra
A ponte tem uma extensão total de 1.980 metros, mas apenas o vão de cerca de 600 metros é estaiado, ou seja, suspenso por 152 tirantes apoiados em duas grandes colunas, permitindo melhor navegabilidade sob a estrutura. Este tipo de manutenção é previsto nos manuais de engenharia, que recomendam sua execução a cada período de 10 a 15 anos. A ponte sobre o Rio Guamá, inaugurada em 2002, tem quatorze anos.
A parte preliminar da obra está em execução há três meses. Nove estais já foram alterados. A recomendação da Setran, Detran e PRE é de que a velocidade máxima no perímetro não estaiado da ponte, ou seja, nos trechos inicial e final estruturados sobre colunas, seja de 40 quilômetros por hora; e ao longo dos 600 metros atirantados a velocidade caia para 20km/h. A carga máxima permitida é de 8.2 toneladas por eixo, como já é fixado na legislação de trânsito.
Algumas paradas podem durar somente 15 minutos, mas em alguns casos, especialmente na abordagem dos estais mais longos (os cabos variam de 40m a 160m de comprimento), poderá haver necessidade de paralisações maiores. “Caso seja necessário um bloqueio que ultrapasse 60 minutos, a população será avisada com antecedência por meio dos órgãos de comunicação do governo e pela imprensa”, reforça Walmero Costa, diretor de operações do Detran.
A Alça Viária é uma das mais importantes vias do Pará. Em média, cerca de três mil carros passam por dia no local, aproximadamente 150 veículos por hora. Visando à compreensão e colaboração dos motoristas, o Estado ressalta que há duas opções de desvios disponíveis para quem não quiser passar pelo local. Uma é a balsa do Arapari e a outra a BR-010 (Belém-Brasília). Adverte-se, porém, que esta segunda alternativa implica em aumentar cerca de 200 quilômetros a distância a ser percorrida.