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EDUCAÇÃO LIVRE

Uepa integra programações estadual e internacional alusivas ao centenário de Paulo Freire

Vários eventos comemoram o centenário de nascimento do educador, que viu a educação muito além do "ler e escrever", mas como elemento formador de cidadãos

Por Governo do Pará (SECOM)
19/09/2021 11h47

Dezenove de setembro de 2021, data alusiva aos 100 anos de nascimento de Paulo Freire, motiva uma série de atos de celebração da vida e das contribuições intelectuais do educador, com o objetivo de fortalecer os princípios democráticos e humanistas que fundamentam o fazer e o saber das bases do trabalho de Paulo Freire.

Em Belém, a Universidade do Estado do Pará (Uepa) integrou a organização da Marcha Cultural Belém - Cidade Alfabetizada e Educadora, realizada neste domingo. Os participantes se concentraram na escadinha da Estação das Docas, e seguiram com o cortejo em defesa do legado de Paulo Freire até a Praça da República. Um livro na mão, que também poderia ser doado ao final do ato, foi usado como símbolo da manifestação.Professor João Colares, representante da Uepa nos eventos comemorativos ao centenário do educador Paulo Freire

João Colares da Mota Neto, professor da Uepa, foi o representante das Instituições de Ensino Superior (IES) no Grupo de Trabalho (GT), instituído pela Portaria municipal 001/2021, e constituído pela Secretaria Municipal de Educação, por movimentos sociais e outras IES. O objetivo do GT é promover a alfabetização em Belém, a fim de declarar a cidade como território livre do analfabetismo, a partir da execução do Plano de Alfabetização.

João Colares ressaltou que a erradicação do analfabetismo é a primeira diretriz do Plano Nacional de Educação (2014-2024), e "com essa iniciativa, Belém pode ser a capital brasileira que conseguirá alcançar essa meta até 2024".

Ele também avaliou a participação da Uepa, afirmando que "quando a Universidade envolver seus alunos nesse projeto, como alfabetizadores que vão aonde o povo está, ela também será reconhecida como uma instituição alfabetizadora".

Espaços de alfabetização - João Colares explicou ainda que, quando houver a seleção dos bolsistas, os estudantes da Uepa poderão alfabetizar as pessoas em ambientes não formais de aprendizagem, como barracões de escolas de samba, terreiros de religiões de matriz africana, salões paroquiais e outros espaços. Estar onde o povo está, e incorporar a vivência dos aprendizes ao processo de ensino, vai ao encontro do método de alfabetização proposto e praticado por Paulo Freire, ao defender que alfabetizar não significa ensinar a ler e a escrever, mas sim um ato que leva em conta a leitura de mundo, o engajamento social e a ação política.

Na obra “Pedagogia da Indignação: Cartas Pedagógicas e Outros Escritos”, composta por cartas escritas pouco antes de morrer, em maio de 1997, Paulo Freire afirmou que "o exercício de pensar o tempo, de pensar a técnica, de pensar o conhecimento enquanto se conhece, de pensar o quê das coisas, o para quê, o como, o em favor de quê, de quem, o contra quê, o contra quem, são exigências fundamentais de uma educação democrática à altura dos desafios do nosso tempo".

Programação - Além da agenda em Belém, a Uepa está no Comitê Estadual Paulo Freire e Direitos Humanos, que realizará audiência especial na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), em formato semipresencial, com a participação de instituições, movimentos sociais e outros representantes da sociedade civil, no dia 24 de setembro (sexta-feira). O professor João Colares vai compor a mesa como representante da Universidade.

Ainda no âmbito estadual, no dia 17 de novembro será aberta a Feira de Economia Solidária e o Seminário do Centenário Paulo Freire, no Teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas. De acordo com o professor João Colares, entre os convidados está Anita Freire, viúva de Paulo Freire. "Se ela confirmar a presença, a Uepa vai entregar a ela o título de Doutor Honoris Causa, concessão ao educador, aprovada pelo Conselho Universitário (Consun) da instituição, em 2019", anunciou o professor.

Ações internacionais – A Uepa também atua na construção do Fórum Social Pan-Amazônico, marcado para julho de 2022, em Belém. Ainda no âmbito internacional, por meio do Núcleo de Educação Popular Paulo Freire (NEP) e da Cátedra Paulo Freire da Amazônia, a Universidade constrói a Campanha Latino-Americana e Caribenha em Defesa do Legado de Paulo Freire.

O professor João Colares também representa a Uepa na coordenação da Rede Internacional de Educação Popular Diálogos com África, que envolve universidades e organizações da sociedade civil do Brasil e dos países Guiné Bissau, Cabo Verde, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Portugal.

Texto: Guaciara Freitas - Ascom Uepa