Polo Produtivo da Socioeducação dá início ao curso de informática
Beneficiados são jovens atendidos na Unidade de Atendimento Socioeducativo (UASE) Benevides
Mais uma etapa do projeto Polo Produtivo da Socioeducação iniciou, na segunda-feira (13), com as aulas do curso de informática básica. A iniciativa vem da parceria entre a Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (FASEPA) e a Associação Polo Produtivo Pará (APPP) - Fábrica Esperança, que já certificou 30 alunos com os cursos de corte e costura industrial e serigrafia. O curso de informática é o último do ciclo do projeto piloto realizado na Unidade de Atendimento Socioeducativo (UASE) Benevides, localizada na Região Metropolitana de Belém.
Curso de informática Polo Produtivo na UASE Benevides
O diferencial do curso é a garantia de uma carga horária extensa para a realidade socioeducativa. São 100 horas, sendo 20 teóricas e 80 práticas para duas turmas no total de nove alunos. A primeira aula teve discussões como ética na vida e no trabalho, com a professora e assistente social, Ana Cláudia Guedes. “Essa perspectiva da ética é muito importante para eles nas tomadas de decisões que farão. Não basta ter um certificado, é preciso um processo de ressignificação dessa base moral e ética deles, de valores que sustentam a caminhada, porque muitos estão vulneráveis, enfraquecidos. Então, acredito que, ao abrirmos uma roda para conversar sobre valores na nossa vida é determinante na formação de qualquer profissional”, explica Ana, sobre a importância dessa iniciação teórica.
A assistente social e técnica de referência do Polo Produtivo na Fasepa, Eurides Andrade, explicou que um dos principais objetivos do curso é a certificação que os socioeducandos receberão ao final e poderá trazer oportunidades profissionais. “Diante de todos os estudos que foram feitos e quando se pensa em atividade de empregabilidade, a carga horária de 100, 120 e 140 abre melhor precedente para inserção desse adolescente ou desse jovem no mercado de trabalho”, destaca Eurides sobre a garantia da qualificação profissional como uma das principais ferramentas para a integração social após o cumprimento da medida socioeducativa.
Eurides Andrade assistente socialAlguns dos concluintes do projeto já tiveram essa experiência positiva sendo contratados pela própria Fábrica Esperança. Essa expectativa é que impulsiona o socioeducando que participa do curso, com 18 anos e 4 meses cumprindo medida socioeducativa, contou que a aula inicial foi muito gratificante e tem interesse na área de informática. “Agora estou tendo mais uma oportunidade de tá me ressocializar quando eu sair em liberdade. A professora soube explicar coisas que eu nem sabia, o que era ética, eu sabia só um pouco. Ela foi falando como o que ela não quer pra ela, não quer pros outros também, a gente tem que se colocar no lugar do próximo”, relata o jovem.
Segundo a coordenação do projeto, assim como foi contemplado o Centro de Socioeducativo Feminino (CESEF) com o curso de corte e costura, a intenção é alcançar futuramente as demais unidades socioeducativas do estado com uma maior variedade de cursos. Após a conclusão do curso de informática básica, serão 50 jovens certificados pelo projeto.
Texto: Kauanny Cohen (Ascom/Fasepa)