Estudantes assimilam conjuntura mundial a partir da Geografia
Aprender Geografia pode ser bem mais interessante do que se pensa. É o que se verifica na 3ª Feira de Geografia da Escola Estadual de Ensino Médio Professora Albanízia de Oliveira Lima, no bairro do Marco, em que 500 estudantes protagonizaram uma mostra de trabalhos sobre o que aprenderam na disciplina. Meninas e meninos do 1º. 2º e 3º anos do Ensino Méido demonstraram nas salas de aula e em outros espaços da escola sobre como os conteúdos dessa disciplina estão presentes no dia a dia dos cidadãos do planeta.
A Feira foi aberta a estudantes, pais de alunos e interessados em geral. Logo no começo da mostra, a estudante Mairla Costa, 17 anos, do 3º ano, vestida com trajes indígenas, saudou os visitantes da exposição. A Feira contou com três temas centrais: estudantes do 1º ano abordaram “Problemas Ambientais”; do 2º ano discorreram sobre “Conflitos Geopolíticos” e do 3º ano, sobre “Amazônia”.
Concentrados e demonstrando conhecimento sobre os temas pesquisados, os estudantes na faixa de 13 a 20 anos usaram trajes típicos e outros elementos da cultura de cada povo abordadoa, maquetes de usinas hidrelétricas, prédios históricos de Belém e outros recursos pedagógicos. Mas, o que mais chamou a atenção dos visitantes do evento foi a desenvoltura dos alunos nas explicações diretas sobre os temas a quem ingressava nos espaços da unidade de ensino.
Na exposição da Amazônia, os estudantes abordaram, por meio de maquete, o funcionamento da Hidrelétrica de Tucuruí para abastecer as cidades; utilizaram cartaz sobre o Ver-o-Peso; o Rio Negro e seus atrativos naturais; pinturas mostrando o carimbó, boi-bumbá e outros folguedos amazônidas, confeccionadas pela aluna Brenda Alves; frutos regionais e a flora e a fauna da região em sua pujança. “É importante participar da Feira, porque existem muitas coisas que só tem aqui, como, por exemplo, o cupuaçu”, declarou a estudante Tainá Lobato, 17 anos, caracterizada como vendedora de açaí.
O aluno Rodrigo Moraes, 18 anos, do 3º ano, destacou-se como caboclo amazônida. “É uma experiência válida para quem organiza a exposição, como também para quem vem ver os trabalhos”, ressaltou. O estudante Jonatas Aguiar, 17 anos, explanou sobre o desmatamento na Amazônia e contou que ele mesmo levou restos de árvores e outros itens para compor a mostra. A prática da biopirataria na região também foi denunciada pelos alunos.
Conflitos
Estudantes e público conferiram o processo de desertificação de áreas no Planeta Terra. Um dos expositores sobre o tema foi o aluno Wenderson Cidade, 18 anos, do 1º ano. “A desertificação se dá por ação humana ou por ação da própria natureza. Nas ações dos seres humanos, o plantio de apenas uma cultura e com uso de fertilizantes contribui para o enfraquecimento do solo e aí ocorre a desertificação dessa área” , pontuou. Temas como a chuva ácida e enfermidades provocadas pela falta de saneamento ganharam abordagem específicas.
“Para o problema da acumulação de lixo diminuir nas grandes cidades, temos que ter um consumo mais inteligente, mais consciente. Assim, não vamos gerar tanto lixo. Podemos também atentar para muitos objetos que podem ser reaproveitados, reciclados”, pontuou a estudante Mayres Karoline Gama, 16 anos.
O respeito à vida também foi realçado na mensagem de paz dos estudantes ao abordarem os grandes conflitos armados no mundo. Os combates entre Israel x Palestina, Síria, relacionados aos povos basco e curdos, a guerra na África e seus efeitos, entre os quais cidadãos refugiados e mortes em série mereceram atenção especial dos estudantes. A aluna Fernanda Santos, 16 anos, do 2º ano, atuou como uma cidadã morta no conflito entre palestinos e isralenses.
A aluna Jenifer Lafayete Silva, 16 anos, do 2º ano, condenou as guerras. “Essa guerra Israel x Palestina tem 69 anos e já morreu muita gente. É um desperdício”, afirmou. Para o estudante Lucas Castro, 18 anos, do 2º ano, que atuou como um extremista dos conflitos no mundo, a Feira contribui para que os alunos aprendam como o conhecimento da sala de aula faz parte do cotidiano do mundo.
“A proposta é fazer com que os estudantes possam vislumbrar novos horizontes, ampliar o conhecimento sobre a Geografia. A Feira ajuda a fixar conteúdos e coloca os alunos como protagonistas do processo de pesquisa e apresentações, inclusive, interagindo com outras linguagens e disciplinas”, destacou a professora Érika Negrão, da coordenação da mostra realizada das 8 horas até o começo da tarde desta segunda. A diretora da escola, Évila Silva, e as professoras Adelaide Brasileiro e Roberta Carvalho também supervisionaram a mostra.