Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
REABILITAÇÃO

Após 35 dias sem andar, menina de 11 anos deixa Hospital Abelardo Santos sobre uma motocicleta

Depois de se recuperar de queda que deixou a paciente, por 4 meses, com dificuldade de locomoção, ela ainda dançou valsa com o fisioterapeuta

Por Luana Laboissiere (SECOM)
24/08/2021 09h24

Até a chegada da menina Thalita Lima, de 11 anos, no Hospital Abelardo Santos (HRAS), em Icoaraci, no início de agosto, a família da pequena paciente procurou por vários recursos. “Ela escorregou da escada no início do ano. Depois da queda, ela foi para um hospital e lá disseram que não tinha acontecido nada. Voltamos para casa. Desde então, a Thalita não era a mesma. Sentia dores, incômodos, reclamava. Até que no dia 8 junho, minha filha teve uma forte dor no abdome. Ela ficou internada no Pronto-Socorro por 14 dias. Perdeu os movimentos, não deixava ninguém tocar nas pernas dela. Foi horrível”, disse, emocionada, Brenda Lima, mãe de Thalita.

A dona de casa lembra com riquezas de detalhes de quando a menina chegou ao HRAS. “Ela já tinha parado de andar totalmente. Estávamos em desespero. Ver a minha filha sem movimento era muito sofrido. No Abelardo Santos ela foi bem atendida por vários médicos e por uma equipe de profissionais que se dedicava dia e noite ao tratamento dela. Mais que isso: com o bem-estar. A fisioterapia foi fundamental. Só tenho a agradecer a todos”, reforçou, em meio às lágrimas.

Foram 35 dias deitada em cama até dar os primeiros passos após sofrer com fortes dores nos membros inferiores, mas na última sexta-feira (20), a menina teve alta médica, e realizou mais um sonho: andar de moto. “A equipe multiprofissional do Abelardo Santos organizou uma festa na saída da Thalita. Enfeitamos o corredor com balões, tudo numa temática do rock, outro ritmo musical que a paciente gosta. Chamamos um grupo de motociclistas para dar uma volta com a paciente e tudo isso, com o objetivo de dizer o quanto ela foi importante para nós. Sua força de vontade foi o nosso maior incentivo”, observou Anny Segóvia, supervisora de Humanização. Na despedida, participaram também voluntários, como a animadora de festa Tia Bola, atuante no Projeto Pronto-Sorriso, voltado à pediatria da unidade.

Reabilitação

Para o diretor executivo do Hospital Abelardo Santos, Marcos Silveira, a humanização e o trabalho da equipe multiprofissional da unidade, são potencializadores na recuperação de pacientes.  “O serviço de fisioterapia do Abelardo Santos abrange todos os leitos do Hospital: os intensivos, os clínicos e os cirúrgicos. Dentro da reabilitação da pediatria, temos 25 leitos atendidos pelos profissionais de fisioterapia, todos os dias, trabalhando no processo de desospitalização e reabilitação dos pacientes internados”, destacou.


Dança

Os movimentos, de fato, retomaram ao compasso de uma valsa entre ela, e seu o fisioterapeuta, Rafael Antônio, na reta final de sua internação, no Hospital Regional Dr. Abelardo Santos – HRAS, em Icoaraci, distrito de Belém.

O episódio foi gravado a pedido da paciente, que ainda sonha com contos de fadas. “Eu sou a princesa e ele (fisioterapeuta), é meu príncipe. Foi isso que ele me disse desde que passou a fazer fisioterapia. Tinha muitas dores, não andava, mas o Lucas, todos os dias, contava uma história pra mim, até que o deixei tocar na minha coxa”, lembrou Thalita, que, durante estar impossibilitada de sair da cama, já tinha combinado com o profissional o primeiro ensaio para a sua valsa de 15 anos, completado daqui a 4 anos.

“A Thalita é sonhadora. E logo percebi isso em nossas conversas. Ela espera por uma festa de 15 anos, e eu disse a ela que era preciso treinar a dança. Se não saísse da cama, não poderia comemorar seu aniversário, mesmo não sendo agora”, explicou o fisioterapeuta.

Foi criando um cenário lúdico que o profissional conseguiu fazer com que a menina iniciasse as sessões de fisioterapia, fundamentais para o tratamento e, consequentemente, para a volta à rotina. “A Thalita sofreu muito. Ela já tinha iniciado a terapia medicamentosa, mas, não conseguia sair da cama. Estava com os movimentos paralisados. Insistimos até o fim, até a dança, um desafio que a impulsionou para voltar a andar. Foi fantástico”, comentou Lucas.

Texto: Roberta Paraense/Ascom HRAS