Seaster garante qualificação para pessoas com deficiência em Belém
Além das barreiras como o preconceito e as limitações físicas ou intelectuais que as pessoas com deficiência precisam enfrentar para ingressar no mercado de trabalho, a falta de qualificação também é um fator que, muitas vezes, as impede de conquistar espaço. Com o intuito de mudar essa realidade e garantir melhores possibilidades de crescimento profissional a esse público, a Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), em parceria com o Núcleo de Articulação e Cidadania (NAC), promove durante o mês de janeiro o projeto “Qualificar para Incluir”, que oferece diversos profissionalizantes.
O projeto faz parte do Plano Estadual de Qualificação Social e Profissional do Pará, da Seaster, que tem por objetivo principal fomentar a geração de emprego e renda, além de promover a qualificação da mão de obra, especialmente para quem está em situação de vulnerabilidade social. “A luta diária da secretaria é qualificar para dar mais oportunidade de emprego e renda, em um mercado que está cada vez mais exigente e competitivo”, disse a diretora de Qualificação Social e Profissional da Seaster, Ruth Campos, durante visita técnica, na quarta-feira (25), ao Centro Integrado de Inclusão e Cidadania da Pessoa com Deficiência (Ciic), onde ocorre a qualificação.
Os cursos de operador de caixa, informática avançada e almoxarifado terão entrega de certificados, com carga horária de 100 horas. “Nosso papel é oferecer trabalhadores qualificados ao mercado, por isso o foco é na demanda. Além disso, assim que acabar o curso, quem ainda não é cadastrado no Sistema Nacional de Empregos (Sine) pode fazer o cadastro aqui mesmo no centro, para obter oportunidades reais de colocação no mercado”, completou Ruth.
Além dos conhecimentos técnicos de cada área, os alunos também têm 20 horas destinadas a conhecimentos diversos, como ética pessoal e profissional, segurança no trabalho, legislação trabalhista e orientação de como se comportar diante de uma entrevista e até mesmo no mercado. “Além de elevar a autoestima e qualificá-los ou reciclá-los como profissionais, essa oportunidade garante que as pessoas com deficiência possam se tornar competitivas no mercado de trabalho”, frisou a instrutora do curso, Sílvia Mendonça.
A dona de casa Lucélia Pinheiro já tem experiência como operadora de caixa, mas foi buscar o certificado para ter mais chances de voltar ao mercado, e está muito satisfeita com o curso. “Essa iniciativa é muito importante para dar oportunidades às pessoas com deficiência, porque, infelizmente, ainda existe muito preconceito, e precisamos nos qualificar”, opinou.
A Lei nº 8.213, de julho de 1991, a chamada lei de cotas para deficientes e pessoas com deficiência, prevê que entre 2% e 5% das vagas do quadro de funcionários de empresas e órgãos públicos e privados devem ser destinados a pessoas com deficiência ou reabilitadas. A lei diz que a empresa com 100 ou mais funcionários está obrigada a preencher esse percentual dos cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência. Assim, quanto maior o número de empregados de uma empresa, maior a porcentagem de funcionários contratados pela Lei de Cotas.