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Conselho Estadual de Políticas de Promoção da Igualdade Racial empossa novos membros

Por Redação - Agência PA (SECOM)
27/01/2017 00h00

Na manhã desta sexta-feira (27), a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), através da Gerência Estadual de Políticas de Promoção de Igualdade Racial (Geppir), realizou cerimônia de posse dos 11 novos membros do Conselho Estadual de Políticas de Igualdade de Promoção de Igualdade Racial (Coneppir). Os novos conselheiros terão a responsabilidade de discutir políticas voltadas à população negra do Estado do Pará.

De acordo com Byany Sanches, gerente de Promoção de Igualdade Racial, o Conselho é essencial para dar voz a todos os segmentos da população negra do Estado. “O Coneppir é de suma importância dentro da nossa política na Secretaria de Justiça e Direitos Humanos e para o Estado do Pará como um todo. Ele será composto por vários segmentos da população negra como quilombolas, povos tradicionais de matriz africana, indígenas e juventude negra, que necessita de grande atenção por conta do atual genocídio que está acontecendo em nosso país”, disse.

Byany também destaca que os novos membros terão a missão de eleger mais 10 conselheiros para completar as 21 cadeiras da entidade. Além disso, eles terão a tarefa de acompanhar as ações que serão realizadas na Conferência Nacional de Promoção de Igualdade Racial, em agosto, na capital federal, Brasília.

Pela primeira vez, o Conselho contará com a presença de um membro da comunidade LGBT Afro, representada por Geisiane da Silva Dias, da Organização de Livre Identidade e Orientação Sexual do Pará (Olivia). Para ela, a representação em um órgão institucional é um ganho para a comunidade LGBT e para a comunidade negra. “Nós percebemos que a sociedade precisa nos ouvir, portanto é essencial que sejamos representados em um órgão tão importante como este. Nós vivemos em um país onde o índice de assassinatos por homofobias é altíssimo e que vem crescendo a cada ano. Por meio das ações do Conselho, queremos contornar essa realidade assustadora”, afirma.

Os novos membros do Conselho vão lutar contra os mais diversos problemas enfrentados pela população negra no Estado, como a intolerância religiosa. “Queremos defender nossas demandas como afro-religiosos e lutar contra a crescente intolerância religiosa que sofremos. Como conselheira, irei lutar por essa causa em conjunto com os outros  membros e também lutar por todas as causas justas a favor da comunidade negra do estado”, conta Mãe Rosa, da Associação Afro Religiosa, Cultural e Social – Iloyany.

Para Zélia Amador, do Centro de Estudos de Defesa do Negro Estado do Pará (Ceden/PA) e uma das primeiras ativistas paraenses em prol da população negra, o conselho é uma iniciativa importante por conta dos últimos casos de mortes envolvendo jovens negros no Estado. “É ótimo ver que finalmente o Pará está criando órgãos para promover ações à população negra, sobretudo, para enfrentar a situação do extermínio da juventude negra”, conta.

Demanda - As recentes mortes envolvendo jovens negros será uma das principais pautas do conselho, que conta com membros de entidade que lutam pela juventude negra, como Gisiane Pantoja, do Coletivo Casa Preta. “Ter a juventude aqui neste conselho é de extrema importância para se discutir medidas a serem tomadas para os jovens negros, que atualmente sofrem com os extermínios nas periferias e não têm direito a saúde, educação e políticas públicas. Estamos aqui para transformar a realidade do nosso povo da periferia”, destaca a jovem.

Para o secretário adjunto da Sejudh, Rodivan dos Santos, o Conselho Estadual de Políticas de Igualdade de Promoção de Igualdade Racial representa a luta pela igualdade e pelos direitos humanos. “Um conselho como este é de extrema importância para lutar a favor da população negra, que sofre com a falta de atenção do poder público. Queremos mudar essa realidade”, destaca o secretário.

A solenidade contou com a participação de 11 entidades, como: Associação de Afro-desenvolvimento coletivo Casa Preta; Associação dos Filhos e Amigos do Ylé íyá Omi Àsé Ofa Kare; Associação Cultural Esportiva de Negros na Amazônia (Acena); Associação Afro Religiosa, Cultural e Social – Iloyany; Associação da Consciência Negra e Quilombola Asconk; Centro de Estudos de Defesa do Negro Estado do Pará (Ceden/PA); Instituto Afrobrasileiro Imaculada Conceição; Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afrobrasileiro (Intecab); Organização da Livre Identidade e Orientação Sexual do Pará e Malungo. Além disso, também contou com a presença de membros da OAB – Seção Pará e representantes da comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa).