Marajó: Adepará acelera controle de doenças como brucelose, tuberculose e febre aftosa
O município de Soure, no arquipélago do Marajó, tem um rebanho bubalino de 88.599 cabeças e, de bovinos, 34.466, de acordo com dados da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), órgão que promoveu, nesta quarta-feira, 14, uma capacitação direcionada à produtores locais e servidores sobre doenças de notificação obrigatória como brucelose, tuberculose, febre aftosa, peste suína clássica e doença de new castle no município.
A Adepará executa os trabalhos de prevenção, controle e erradicação da lista oficial de doenças da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Em ações planejadas, equipes da Adepará visitam diversas propriedades dos municípios da Ilha para, a partir da coleta de sangue dos animais, verificar a situação epidemiológica do rebanho.
O levantamento é fundamental para que o Estado possa organizar e planejar ações de combate a essas doenças. O trabalho é realizado em três etapas: prevenção, controle e erradicação. No controle, por exemplo, é feito o levantamento de informações, para saber se há evidências de doenças e suas causas. E isso é fundamental para que os produtores possam vender seus produtos de forma segura.
Nesse contexto, a Adepará, por meio da Gerência de Epidemiologia e do Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PECEBT), vem realizando capacitações ao longo da semana. Além de Soure, Ponta de Pedras também já recebeu a ação. Nesta quinta-feira, 15, a capacitação ocorreu no município de Cachoeira do Arari.
Ana Paula Beckmann, médica veterinária e gerente de Estudos Epidemiológicos da Adepará, explica sobre as diretrizes sobre a importância da notificação de doenças dos animais que foram apresentados à produtores e servidores
"O objetivo da Adepará com as capacitações é conscientizar, fortalecer e sensibilizar os produtores rurais, bem como todos os envolvidos no segmento agropecuário, a fim de conhecerem sobre as principais doenças de notificação obrigatória e como comunicar ao Órgão de Defesa sobre as ocorrências de doenças nos animais de produção", pontuou.
Atualmente, se o Pará quiser vender animais para outros Estados, precisará ter a certificação de que está livre das doenças. A certificação dá garantias sanitárias da ausência do problema na origem do produto, ampliando o mercado para os produtores.
A produtora rural Jamilly Pereira, da comunidade do Pesqueiro, explica que participou da ação para aprimorar seus conhecimentos e, assim, proporcionar um maior suporte aos pais.
"Nós temos búfalos, que são utilizados para o turismo rural, então é necessário conhecer as doenças que podem atingir o animal, para evitar prejuízos. É importante essa interação e troca de conhecimentos", conta Jamilly que pretende estudar o curso de medicina veterinária.
A programação realizada nos municípios marajoaras, foi também uma oportunidade de capacitar novos agentes vacinadores para executarem a vacinação. São profissionais que devem ser vinculados aos médicos veterinários cadastrados e/ou veterinários oficiais da Adepará, nos respectivos municípios.
A ação envolve o Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PECEBT), Gerência de Educação Sanitária (GES), Gerência de Defesa Animal (GEDA) e a Gerência de Epidemiologia e Emergência Agropecuária (GEEPI).
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
A Adepará executa os trabalhos de controle e erradicação da lista oficial de doenças da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), do qual o Brasil é membro fundador e signatário em executar as ações de defesa sanitária animal.
A gestão da Adepará está alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU). No caso da campanha de vacinação contra a brucelose, firma compromisso com os ODS 02 e 03, que objetivam "alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável" e "assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades".
O técnico em pesca e chefe do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) no município de Soure, Fernando Moura, participou da programação que ocorreu em Soure e avalia a ação como positiva.
"É uma ótima oportunidade para discutir as questões relacionadas à sanidade do rebanho local, principalmente o bubalino. Então, nosso dever como técnico que conhece o dia a dia do produtor, levar até ele uma informação mais completa e ampla no que diz respeito ao combate de doenças que podem atingir os animais", disse.