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Pacientes de HIV/Aids contam com prevenção, promoção e assistência na capital e no interior

Segundo o Ministério da Saúde, nas regiões Norte e Nordeste, em 2020, o vírus e a doença são predominantes entre a população de homens heterossexuais

Por Giovanna Abreu (SECOM)
30/06/2021 13h02

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) disponibiliza, em Belém, a Unidade de Referência Especializada em Doenças Infecciosas e Parasitárias Especiais (Uredipe), no bairro do Telégrafo, e a Unidade de Acolhimento Temporário (UAT), no bairro do Umarizal, para pacientes que convivem com HIV/Aids ou pessoas que sofreram uma possível exposição ao vírus e precisam confirmar se estão infectadas. 

Mesmo com as dificuldades da pandemia de Covid-19, a coordenadora estadual do Programa de Controle das IST/Aids da Sespa, Andréa Miranda, explica que as políticas estaduais preventivas e a oferta de medicamentos, preservativos, insumos e testes rápidos não foram interrompidas. O tripé prevenção, promoção e assistência foi mantido na capital e no interior. A Secretaria atua em parceria com os municípios via Unidades Básicas de Saúde (UBS). 

A UAT atende pacientes que convivem com HIV/Aids e necessitam de internação temporária a partir de encaminhamento feito por médicos da Uredipe. O serviço funciona 24 horas e conta com 20 leitos de internação temporária. A equipe multidisciplinar é composta por enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas e terapeutas ocupacionais, além do apoio administrativo.

“Fazendo o teste e com o resultado na mão, é feito o encaminhamento do usuário, que segue protocolos do tratamento e evita que a doença se encaminhe para uma manifestação mais grave. Quem está contaminado irá compreender que se trata de uma doença crônica, como o diabetes e a hipertensão, e a ciência e os antirretrovirais vieram ajudar a proporcionar qualidade de vida e longevidade”, explica a coordenadora estadual. 

PERFIL

A pesquisa epidemiológica de 2020 da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde indica que o segmento que mais se contamina com o vírus, na maioria das regiões, é o de homens heterossexuais, o que aponta uma mudança no perfil de pessoas contaminadas e desmistifica o imaginário coletivo, construído do final dos anos 1980, de que as pessoas contaminadas seriam apenas da população LGBTQIA+.  

A médica infectologista e professora da Uepa, Irna Carneiro, pontua que o predomínio de pessoas heterossexuais com maior exposição ao vírus do HIV se deu, sobretudo, nas regiões Norte e Nordeste. Confira outros resultados da pesquisa.

"Infelizmente, ainda em 2021, a grande maioria das pessoas pensa que o grupo mais vulnerável à infecção pelo HIV/ISTs é o LGBTQI+, mas isso não é verdade e os dados comprovam. Falta a compreensão de que testar é necessário. Qualquer pessoa pode se contaminar e infectar uma nova pessoa, os vírus estão circulando e as pessoas também, nos locais de trabalho, na academia, na vida social. Temos sempre que dizer não ao preconceito”, ressalta Andréa Miranda. 

A rede estadual de saúde dispõe de testes rápidos nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). A pessoa tira uma gota de sangue apenas e em 30 minutos recebe o resultado. É gratuito e sigiloso.

PREVENÇÃO

Em todas as regiões do Brasil, a principal via de transmissão é a via sexual, por isso, a médica infectologista destaca o uso de preservativo e a testagem como medidas de prevenção contínuas. 

“Todos precisam ter a noção de que nenhuma pessoa vem com o perfil ou com um informativo de que não tem nenhuma doença sexualmente transmissível. Precisamos desmistificar também o uso do preservativo, que deve ser usado independente se é um relacionamento estável ou não. Se o indivíduo realizar uma atividade sexual não segura, ele precisa sim procurar uma Unidade Básica de Saúde para solicitar a testagem”, explica a médica Irna Carneiro. 

A professora ainda ressalta que outras doenças sexualmente transmissíveis tiveram um aumento da frequência, como a sífilis adquirida. “Há necessidade de um controle e cuidado cada vez maior. São infecções que podem ser evitadas e prevenidas com o uso simples e responsável do preservativo”, informa. 

Além da via sexual, qualquer pessoa pode estar sujeita à contaminação no ambiente de trabalho em saúde com presença de sangue, seja pelo uso de alicates de manicure compartilhado, seja pelo uso compartilhado de seringas para quem faz uso de drogas injetáveis, o que reforça a necessidade de cuidados contínuos.