Projeto Museu Solidário movimenta espaços da Secult
Ação incentiva a troca de ingressos por alimentos não perecíveis, que serão doados a moradores dos Territórios pela Paz
Museu do Encontro, no Forte do Presépio, um dos espaços incluídos no projetoCom o objetivo de promover o acesso aos museus do Estado e promover a solidariedade, o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), lançou neste domingo (13) o Museu Solidário, projeto que troca ingressos por alimentos não perecíveis. Com apenas um quilo de alimento, os visitantes puderam visitar o Museu de Arte Sacra, a Casa das Onze Janelas, o Museu do Círio e o Museu do Encontro, no Forte do Presépio, no centro histórico de Belém.
O diretor do Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM/Secult), Armando Sobral, explicou que o projeto foi inspirado em uma iniciativa do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). "Essa campanha tem o propósito de engajar, para a disseminação de informações corretas acerca das vacinas e das medidas de prevenção ao coronavírus. Então, nós decidimos também transformar os espaços museais em um banco de alimentos para as comunidades que estão sendo duramente atingidas por essa crise sanitária, pelo desemprego e pela fome", disse o diretor.
A expectativa inicial é conseguir até 400 quilos de alimentos por domingo. "O projeto transforma os museus em espaços que, além da cultura, são voltados para a solidariedade, o acolhimento. Estamos trabalhando para que ele cresça cada vez mais e se torne uma ação de impacto para os problemas que estamos enfrentando hoje", frisou Armando Sobral.As visitantes Júlia Sampaio e Viviane Martins compartilham as boas coisas do Pará
A designer Júlia Sampaio, 32 anos, natural do Rio de Janeiro (RJ), visita Belém pela primeira vez. Ela disse que aproveitou o domingo para conhecer os museus, começando pelo Museu de Arte Sacra, onde soube do novo projeto da Secult. "Fiquei muito feliz com essa iniciativa. Precisamos desse tipo de incentivo para que as pessoas cheguem mais perto da cultura e abraçarem seus espaços. Com os problemas trazidos pela pandemia, é lindo ver as pessoas se unindo para ajudar umas as outras. É muito legal poder contribuir de alguma forma, e ainda receber em troca uma coisa tão legal, que é você poder visitar o museu, visitar uma igreja, conhecer um pouco mais da história local", acrescentou Júlia Sampaio.
Acompanhada pela amiga paraense Viviane Martins, 48 anos, Júlia garantiu ter ficado encantada com os equipamentos culturais de Belém. "Visitamos algumas igrejas, e estou apaixonada. A comida é incrível, a história da cidade tão permeada pelas características da Belle Époque e o cuidado com a conservação das construções foram algumas das coisas que mais me impressionaram. É uma cultura muito rica. Não sei se eu volto pro Rio", brincou a visitante.Cultura, solidariedade e contato com os acervos do SIMM
Compartilhamento - Assim como Júlia Sampaio, Viviane tem um blog sobre viagens e, sempre que pode publica sobre os equipamentos de cultura do Estado. Para ela, democratizar a entrada por meio da troca de alimentos é um grande acerto. "Juntar solidariedade com história, com turismo, é uma ideia fantástica, principalmente hoje em dia, com tanta gente desempregada e passando necessidades. Essa ajuda vai ser primordial para garantir o alimento a diversas famílias. Diante de tanta notícia ruim, quando nos deparamos com uma tão boa como essa, queremos logo compartilhar com todo mundo", ressaltou.
O Projeto Museu Solidário vai ocorrer sempre aos domingos. Os alimentos arrecadados serão doados para famílias de nove bairros da Região atendidos pelo Programa Territórios pela Paz (TerPaz). Os ingressos são datados e não podem ser usados em dias diferentes ao da troca. (Texto: Thaís Siqueira - Ascom Secult).