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Mesmo com lockdown, setor de serviços no Pará tem crescimento com destaque nacional

Por Carol Menezes (SECOM)
13/05/2021 19h41

Marcilene Monteiro é manicure e atendia as clientes em domicílio. Com a pandemia precisou parar e recorrer a um dos programas do pacote econômico do governo do Estado, o Renda Pará, sendo beneficiada com o auxílio no valor de R$ 500. 

“Minha situação estava bastante difícil, mas depois que peguei o benefício deu para dar uma equilibrada: a metade eu consegui comprar alimentos, e a outra fiz a compra de materiais para expandir meu trabalho, ter uma esmalteria, que funciona, por enquanto, na casa da minha sogra, no bairro do Guamá. Essa ajuda veio em um momento que eu estava sem saber o que ia fazer da minha vida porque o serviço estava difícil, mas agora enxergo um futuro”, conta.

Marcilene faz parte de uma enorme e importantíssima "roda" para a economia: a dos Serviços. Uma pesquisa recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que, no Pará, o setor teve alta de 0,6% em março deste ano, situando o Estado entre os dez com melhor crescimento.

Mesmo com o lockdown de duas semanas ocorrido em abril, interrompendo temporariamente a realização de diversas atividades presenciais, os ganhos obtidos pelo setor conseguiram superar as perdas. Entre as atividades com bom desempenho e que puxaram o índice estão transportes e correio, serviços profissionais, administrativos e complementares, e o setor de informação e comunicação. 

O titular da Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), Inocencio Gasparim, comemora o desempenho do setor de Serviços, juntamente com o Comércio e o Extrativismo Mineral, dentre outros segmentos, fazem uma grande diferença na economia paraense.

"O plano geral de apoio à economia do governo do Estado tem cuidado, com muito zelo e carinho, da saúde. Fizemos os lockdowns e as paradas obrigatórias na economia, que são o último recurso, mas que foi necessário. Por outro lado, atuamos no incentivo às atividades produtivas, com redução de 90% de ICMS às empresas de transformação, além de ações no sentido de prover recursos à economia, especialmente nos setores que mais necessitam", analisa Gasparim

O foco foi justamente investir em atividades que puxassem outras, como é o caso do comércio e dos serviços que envolvem consumo de alimentos, roupas, transporte, manutenção, limpeza e outros. "E alocamos R$ 500 milhões em programas de distribuição de renda para as famílias que mais necessitam, fundamental também para manter a economia funcionando pelo consumo. O governo continua empenhado para que a gente atravesse a pandemia garantindo a empregabilidade e possa retomar a economia com geração forte de mais vagas no mercado de trabalho", explica o secretário.

Everson Costa, técnico e pesquisador do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA), descreve o setor de Serviços como sensível aos efeitos do momento econômico que estamos atravessando.

"Temos uma pandemia que nos desafia desde o ano passado até aqui a um setor que, além de agigantado, precisa de aporte, é um dos mais afetados, é aquele que mais tem buscado se reinventar. Ou seja, prestar esse serviço nesses tempos sofre uma mudança radical e passamos a ter no pós-pandemia uma dinâmica colocada para esse segmento, que vai desde a mudança de perfil de consumo, das ocupações, até outras invenções que venham a adaptar esse setor nesse momento que estamos atravessando", analisa.