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Emater implanta Unidades de Referência Tecnológica para aumentar renda de agricultores

Ações são voltadas também para a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores rurais familiares

Por Governo do Pará (SECOM)
13/05/2021 08h13

A Unidade de Referência Tecnológica (URT) implantará metodologias apropriadas à realidade das comunidades atendidas pela EmaterEm parceria com a Agência Nacional de Assistência Técnica (Anater), os escritórios locais da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) nos municípios de Ipixuna do Pará e Irituia, vinculados ao Escritório Regional da Emater de São Miguel do Guamá, estão implantando o modelo de Unidade de Referência Tecnológica (URT).

Trata-se de uma ferramenta de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) que tem o objetivo de melhorar a produção, a partir da capacitação dos produtores rurais familiares e da difusão de tecnologias, como explica o engenheiro agrônomo Cleyton Damasceno, chefe do escritório local da Emater em Ipixuna do Pará.

“A URT é uma unidade onde se implanta uma metodologia que pode ser colocada como modelo para a realidade daquela comunidade. No caso da comunidade Balalaica, em Ipixuna do Pará, eu e o técnico em agropecuária Ailton Martins, realizamos reuniões prévias para ouvir as demandas da comunidade e se definiu que a URT seria de Avicultura Caipira.”, informa o engenheiro.

A implantação da Unidade em propriedades dos produtores facilita as demonstrações práticas da Emater para toda a comunidade A Unidade foi implantada na propriedade do produtor Jorge Martins, agricultor tradicional da Colônia Balalaica e servirá de modelo demonstrativo para qualificação da comunidade e para demais agricultores interessados em adotar as técnicas apresentadas.

Para a implantação da URT, a Emater disponibilizou toda a orientação e suporte técnico e estrutural. “Foram fornecidos os pintos de linhagens comerciais híbridas, ração e vacinas e adaptação do galpão para abrigar as aves. Também foi feita a divisão da área de pastejo em dois piquetes telados e com capacidade para 100 aves cada. O ciclo de produção estimado será de 120 dias”, informa Cleyton Damasceno.

Para o agricultor José Martins, que vai assumir as despesas necessárias e a manutenção dos custos de produção, após a venda do primeiro lote, a URT atende a uma necessidade individual e coletiva.

“É uma coisa interessante, onde vem trazer mais renda ao produtor e ao mesmo tempo agrega mais valor na propriedade. Além disso, a tecnologia vai servir para despertar os demais agricultores da nossa comunidade para a importância da diversificação de atividades, reaproveitando materiais do próprio lote, sem agressão ambiental, mantendo o agricultor no campo com a melhoria de sua renda familiar”, afirma José Martins.

Cerca de 25 famílias serão beneficiadas diretamente pela implantação da URT de Galinha Caipira na Comunidade Balalaica, em Ipixuna do Pará, e indiretamente os conhecimentos e disseminação de tecnologias podem alcançar até 100 famílias do município.

URT de Mandioca em Irituia

Também na região nordeste do Pará, o Escritório Local da Emater em Irituia atua na instalação de uma URT voltada ao cultivo de mandioca, uma cultura que faz parte da alimentação do irituiense e que também se constitui em uma das mais importantes fontes de renda para os agricultores locais, considera o chefe do escritório local, o engenheiro agrônomo Henrique Ferro.

“O município de Irituia se caracteriza por produzir uma farinha de qualidade. O cultivo de mandioca é praticamente a base da agricultura familiar em Irituia, pois o agricultor planta tanto para a sua subsistência quanto para vender a farinha. Então essa URT foi idealizada justamente para mostrar as novas tecnologias para o plantio de mandioca, voltadas para o aumento da produção”, afirma o engenheiro.

A área da Unidade de Referência será de um hectare, onde se pretende incentivar o cultivo da mandioca para toda a comunidade onde está localizada a URT e circunvizinhança. De acordo com o agrônomo Henrique Ferro, serão adotadas práticas tecnológicas como a mecanização, adubação e calagem, fortalecendo a cadeia produtiva da espécie e implementando a renda e segurança alimentar, com o trabalho de tecnologias sustentáveis. O engenheiro estima o quanto que a produção em cada propriedade pode ser aumentada a partir da implantação da URT.

“No cultivo tradicional você tira aproximadamente 10 mil quilos de mandioca por hectare. A partir do momento que você aplica tecnologias como correção da acidez do solo, análise do solo, aplicação dos nutrientes que as plantas necessitam, espera-se uma produção de até 30 mil quilos. Então a URT vai mostrar isso para os agricultores, que a aplicação das tecnologias gera o aumento da produção e eles vão aprender isso e vão passar a reproduzir futuramente com esse conhecimento.”, informa Henrique.

A URT de Mandioca de Irituia foi implantada na propriedade da agricultora Terezinha Xavier, moradora antiga da Comunidade Quilombola Nova Laodicéia, localizada a 42 quilômetros da sede do município. Além da família de dona Terezinha, o projeto envolve diretamente mais 22 famílias de Nova Laodicéia e de outras comunidades quilombolas do município, explica a pedagoga Wágma Monteiro, que integra a Equipe de campo da Emater.

“Além da Nova Laodicéia, o trabalho abrange famílias de outras comunidades quilombolas da Região que são a São Francisco do Maracaxeta, São José do Patauateua e São José da Boa Vista. Em Nova Laodicéia, nós iniciamos com um diagnóstico socioeconômico da comunidade e antes de finalizar nós vamos avaliar quais foram os benefícios que essa comunidade conseguiu através do projeto”, conclui Wágma.           

A área escolhida para a implantação da URT é um local de fácil acesso aos demais beneficiários que fazem parte do projeto e as famílias participarão de todas as etapas do plantio, tendo assim a oportunidade de conhecer os conhecimentos tecnológicos que serão aplicados na URT.

Vinte e três famílias de trabalhadores rurais de Irituia serão beneficiadas diretamente pela URT de Mandioca e indiretamente o projeto pode atingir cerca de 150 famílias. 

Por: Etiene Andrade (Ascom/Emater).